FALUN GONG
A seita que abalou o comunismo na China
Nestes últimos dias, temos visto, nos principais meios de comunicação de todo o mundo, inclusive do Brasil, muitas reportagens sobre um estranho movimento denominado Falun Gong. As matérias declaram que essa seita, de aproximadamente 100 mil seguidores, foi classificada pelo governo da China como uma organização ilegal e demoníaca. Mas, afinal, o que é a Falun Gong? Quem é o seu líder? O que ela ensina? Por que essa seita incomoda tanto o governo comunista chinês? As perguntas podem até parecer simples, mas as respostas, não.
A Falun Gong – ou Falun Dafa - (fa significa lei ou princípio; lun, roda; e gong denota energia para cultivação) surgiu em 1992, na China. Seu fundador, Li Hongzhi, que vive nos EUA, ensina uma vida regrada e a prática de exercícios de meditação e respiração todas as manhãs, cujo objetivo é expandir a consciência.
Para aqueles que seguem seu regime de exercícios e seus padrões morais, a Falun Gong é meramente um meio de atingir a boa condição física e a melhoria pessoal. Uma de suas seguidoras, Caroline Lam, declarou a um repórter: Não adoramos ninguém. Não temos nenhum ritual. Todos têm a liberdade de entrar e sair, e não temos uma organização propriamente dita1. Para Lam e os demais membros da seita que se reúnem periodicamente para a prática dos cinco exercícios receitados (nos quais estão incluídos os movimentos lentos e controlados e as técnicas de respiração), o motivo de seguirem o Falun Gong é o alívio da tensão e os benefícios à saúde que alcançam.
Li Hongzhi disse: Somos membros comuns da sociedade... Só que nos levantamos cedo para realizar os nossos exercícios. Somos um movimento em massa popular para a realização de exercícios2. Não obstante, seria um engano definir a Falun Gong como um simples culto à saúde e à boa forma. A filosofia por trás de seus exercícios e código moral tem um significado mais profundo. Supostamente arraigada nas doutrinas budistas e taoístas, a seita Falun Gong alega ser uma Lei Budista, mas não é propriamente budista. Segundo afirma, está mais estreitamente vinculada à antiga prática chinesa qigong (uma forma do taoísmo voltada à disciplina pessoal: moralidade, meditação e exercícios de respiração) para obter energia espiritual e/ou força vital.
De acordo com Li Hongzhi, os benefícios da Falun Gong são variados. Entre eles, inverter o processo de envelhecimento e receber a cura de enfermidades crônicas e capacidades supranormais, como, por exemplo, ver através da matéria com um terceiro olho3.
O líder do movimento
Li Hongzhi nasceu em 1951, em Changchun, na província de Jilin, nordeste da China. Consta que ele estudou qigong desde os quatro anos de idade, nas montanhas da China, sendo aluno dos mestres da antiga tradição chinesa até desenvolver seu próprio tipo de qigong. Li disse que foi escolhido por seus mentores para receber os princípios daquilo que veio a ser a ideologia da Falun Gong. Atualmente reside em Manhattan e vive dos direitos autorais de seus livros 4.
Por suas alegações, seus ensinos e modos de agir têm relevância incomparável. Ele diz, ainda, que sua autoridade espiritual é superior à de Maomé, Buda e Jesus que, segundo Li, também era um Buda. Li diz também que um ser supremo o comissionou para vir à terra e salvar a humanidade da corrupção moral e dos males tecnológicos da ciência.
Aproveitando-se de um renovado interesse pelo qigong durante este último quarto de século, especialmente entre os universitários e os desempregados, Li lançou o Falun Gong, que rapidamente cresceu para se tornar num movimento de grande porte.
Os seguidores de Li consideram seus escritos sagrados, sobretudo seu texto principal, o Zhuan Falun (Girando a Roda da Lei), publicado em 1994. É uma compilação dos ensinos de Li para orientar o cultivo dos indivíduos na verdade do cosmos 5. Uma propaganda da prática Falun Dafa alega: O praticante genuíno receberá ganho natural sem por ele ansiar. Toda a energia para ser cultivada, e toda a Lei, estão no Livro, e a pessoa as obterá de modo natural ao ler toda a Grande Lei... Não importa quantos livros de escrituras forem publicados, todos servem de material para ajudar no Zhuan Falun. É somente Zhuan Falun que está orientando de modo geral esse cultivo.6
Posto que os ensinos de Li supostamente levam à melhoria da saúde e ao rejuvenescimento, os remédios são apenas para aqueles que não crêem de modo apropriado. O atendimento médico é proibido entre os seguidores de Li, que alega na “cara dura” que eles podem ter a saúde restaurada mediante a leitura de seus livros. A prática do Falun Gong, segundo alegam seus adeptos, possui poder de alisar as rugas, devolver a cor original aos cabelos brancos, restaurar os ciclos menstruais às mulheres depois da menopausa e curar a tuberculose. Suas doenças serão eliminadas diretamente por mim, escreve Li 7.
Li afirma que possui o poder de implantar nos seus seguidores o falun, ou roda da lei. À medida que seguem seus exercícios e se submergem em seus ensinos e meditam neles, conseguem fazer uma ligação direta com o poder da força vital, purificar seu espírito do carma maligno que tanto prevalece no mundo e desencadear seu potencial para um novo tipo de energia. Li, num tom autoritário e exclusivista, declara de si mesmo: No que diz respeito ao seu cultivo, você precisa de um mestre que o proteja e se importe com você 8.
O fundador da Falun Gong entende que o mundo moderno, com sua decadência moral – lado a lado com os males da ciência – está caminhando para a desgraça total, exceto aqueles que confiam nas doutrinas dessa seita para a salvação. Referindo-se à destruição vindoura, escreve: O universo em que agora vivemos é uma entidade reconstruída depois de nove explosões catastróficas. O planeta onde habitamos já passou muitas vezes por destruição 9. Li alega ter sido enviado para salvar a humanidade da sua triste situação. Somente ele conhece a verdade do cosmos e o que o futuro nos reserva. Somente por meio da iluminação recebida por ele é que poderemos escapar da calamidade: O futuro parece sombrio, a não ser para aqueles que se purificam com o Falun Gong e se esforçam para alcançar um plano superior 10.
Segundo a opinião de Li, as raças não devem ser misturadas entre si. Crianças de raça mista, nota ele, são sintoma do declínio da sociedade. Cada raça tem sua própria biosfera específica, e sempre que nascem crianças de um relacionamento entre raças diferentes elas são pessoas defeituosas. E argumenta, ainda, que o próprio céu está segregado: Qualquer pessoa que não pertencer à sua respectiva raça não receberá cuidados. Não sou apenas eu quem diz isso. É a pura verdade. Estou revelando a vocês o segredo do céu11.
As práticas de Li
A filosofia e doutrina de Li, e suas instruções para os exercícios, são gravadas e acompanhadas com música de fundo. E contêm referências, repetidas muitas vezes, a deidades budistas obscuras, e também um ritual prolongado, no qual os alunos movimentam uma “roda da lei” pelo seu corpo inteiro. O propósito... é conseguir que essa roda, com seus supostos poderes terapêuticos, passe a habitar no abdome da pessoa 12.
Uma vez que a pessoa começa a assimilar os ensinos e a ideologia dessa seita, são induzidas a apelos mais profundos e mais esotéricos ao melhoramento pessoal. Os mais avançados no programa testificam que a Falun Gong permite à pessoa:
• Abrir todos os canais de energia no corpo;
• Conseguir a sabedoria e a aumentar o seu nível de energia;
• Misturar e trocar entre si as energias tanto do cosmos quanto do corpo humano, a fim de purificar-se rapidamente;
• Circular energia, sem atritos, pelo corpo inteiro;
• Conseguir uma mente lúcida e pura, a fim de fortalecer os poderes sobrenaturais e aumentar a potência da energia 13.
A pessoa, ao se convencer da eficácia da Falun Gong no primeiro nível, se dispõe a passar para o nível seguinte e buscar as doutrinas que há por trás dos exercícios. Então, ela precisa dar o que parece ser um grande salto de fé. Visto que os devotos verdadeiros dessa seita não podem, em nenhuma hipótese, procurar tratamento médico, mesmo quando muito doentes, sua única linha vital de sobrevivência é a fé que mantêm em Li. Infelizmente, para alguns, isso não foi suficiente. Os seguidores são proibidos de consultar os médicos em casos de doença, diz uma reportagem na Inside China (Dentro da China), citando um pesquisador da Academia Chinesa de Ciências: Como resultado, alguns já morreram, ao passo que outros enlouqueceram com a prática de qigong 14.
A maioria dos seguidores da Falun Gong desconsidera semelhantes relatos, dizendo serem falsos ou exagerados. Existem, na realidade, dezenas de milhares de pessoas que concordariam com um dos líderes do movimento quando disse: Essa é a prática mais real que já descobri. É o que andava procurando durante a minha vida inteira15.
Por que essa seita incomoda tanto o governo comunista chinês?
De acordo com a opinião do governo chinês, vários fatores fazem da Falun Gong uma ameaça real:
1. O número de chineses que praticam os ensinos de Li Hongzhi possivelmente seja maior do que a afiliação total do Partido Comunista Chinês;
2. Alguns dos adeptos da Falun Gong são comunistas portadores de carteira, até mesmo generais dentro do exército chinês;
3. Os membros arrolados na Falun Gong incluem também milhares de pessoas no Ocidente, e Li reside com sua família em Manhattan (o governo chinês considera suspeitos semelhantes contatos fora da China);
4. Os ensinos espirituais de Li são certamente incompatíveis com a doutrina atéia do comunismo chinês;
5. As demonstrações em massa, cada vez mais numerosas, realizadas pelos líderes da Falun Gong têm subvertido a ordem social e forçado confrontações com o governo;
6. O fato de a Falun Gong brotar da esperança do melhoramento pessoal e da felicidade do crescente número de seus adeptos, que saem do partido comunista chinês, demonstra que o comunismo foi um fracasso;
7. A ascensão da Falun Gong relembra os movimentos espirituais do passado, que pareciam inócuos, mas que, de repente, cresceram e se transformaram em forças políticas poderosas que acabaram derrubando as dinastias existentes.
Sabemos da tradicional intolerância do governo comunista chinês, porém, alguma coisa está terrivelmente errada na doutrina de Li.
Infelizmente, inúmeras pessoas têm flertado com várias disciplinas espirituais de diferentes tradições religiosas e, não demora muito, se cansam de uma delas e passam adiante para algo novo, mas sempre mantendo a crença de que todas as religiões ensinam, basicamente, as mesmas verdades. Para um número sempre crescente de pessoas, a Falun Gong é a moda passageira espiritual da atualidade. Tais pessoas estão conscientes de que Li insiste no fato de que somente a obediência fiel aos seus ensinamentos trará a verdadeira iluminação e salvação a quem procura a verdade ulterior. Li enfatiza o caráter distintivo da sua doutrina quando declara: Falun Dafa é totalmente um dos modos tradicionais da cultivação [religião] na teoria, e da teoria de alquimia interna em vários sistemas e escolas16. Os praticantes da seita Falun Dafa são obrigados a obedecer à primeira regra de Li Hongzhi: Ninguém pode propagar outras religiões em nome da prática do Falun Dafa.17
Para os ecléticos que seguem elementos selecionados de várias tradições religiosas, os ensinos dogmáticos de Li devem ser desconcertantes. Mesmo assim, a publicidade da Falun Gong não é realmente diferente das bandeiras agitadas em público ao longo do desfile dos movimentos religiosos que têm aparecido em nossa sociedade nos últimos anos prometendo boa saúde e enriquecimento mental. Todavia, as promessas dessas religiões servem apenas para mascarar sua asseveração esotérica de que elas são o único caminho para a verdade ulterior. Isso fica mais aparente na religião de Li Hongzhi. Embora os adeptos da Falun Gong digam às pessoas que as doutrinas de seu fundador são exatamente o que o médico receitou, na realidade a receita de Li consiste de pílulas amargas que a maioria das pessoas tem de engolir.
Aversão à medicina moderna e falta de amor
A última das treze exigências básicas e assuntos de atenção para a prática da Falun Gong contém algumas palavras sinistras da parte de Li: Se algumas cenas aterrorizadoras interferirem com você, ou se você se sentir ameaçado, é só dizer, de si para si: estou protegido por meu mestre. Não tenho medo de nada. Você pode entoar o nome do mestre Li, e continuar com a sua prática 18. Embora a intenção dessa declaração seja garantir aos praticantes da Falun Gong que eles receberão a proteção do mestre Li enquanto praticarem os exercícios por ele receitados, ela revela duas realidades a respeito de Li e de sua disciplina espiritual. Primeiro: o contato com os espíritos é uma possibilidade quando alguém pratica tais exercícios. Em segundo lugar, do ponto de vista cristão fica claro que o próprio Li tem alguma conexão com o âmbito das trevas. Se as pessoas em geral devem ficar aflitas com os ensinos de Li, os cristãos, por sua vez, devem ficar ainda mais atentos com a natureza ocultista relacionada a esses exercícios (1Tm 4.1-2).
Conforme vimos, muitos críticos da Falun Gong ressaltam a aversão que Li tem à medicina moderna, aversão esta que, segundo declaram, tem levado à morte ou à loucura muitos adeptos dessa seita. Os cristãos devem se preocupar não somente com essa crença alarmante, mas também com a doutrina de Li a respeito do poder sobrenatural que supostamente dissipa todas as enfermidades físicas. A pessoa recebe esse poder quando Li abre o Olho Celestial do praticante, ou seja: o canal principal... localizado entre o ponto de encontro das sobrancelhas e o corpo pineal. Usualmente, vemos com nossos olhos físicos. São esses mesmos dois olhos que servem como anteparo e bloqueiam a nossa passagem para outros espaços e, com isso, conseguimos ver apenas o que existe no nosso mundo físico. Abrir o ‘Olho Celestial’ nos capacita ver sem empregarmos os dois olhos. Depois de alcançarmos um nível muito alto de cultivação, obtemos um ‘Olho Verdadeiro’... eu lhe abrirei os seus ‘Olhos Celestiais’ diretamente para a dimensão da ‘Visão do Olho da Sabedoria’. Realmente, estou aqui para abrir o ‘Olho Celestial’ em grande escala 19.
Aqueles que estão familiarizados com o ocultismo da Nova Era notarão a semelhança entre o ‘Olho Celestial’ e o ‘Terceiro Olho’. Os dois movimentos prometem aos fiéis genuínos que eles receberão conhecimentos esotéricos e poderes ocultos. O apóstolo Paulo, no entanto, afirma que somente Cristo fornece poder e sabedoria verdadeira: Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus (1Co 1.24).
Diz Li: Eu, de modo especial, transmito o ‘Grande Caminho da Cultivação Budista’, para o qual fui despertado durante eras inumeráveis do passado20. A respeito dos falsos mestres nos seus dias, declarou Paulo: Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados (2 Tm 3.13).
Enquanto Li Hongzhi desdenha o nosso mundo, considerando-o lixo do universo, onde toda a corrupção é depositada, Jesus Cristo, em sua compaixão, foi compelido a abraçar os sofrimentos deste mundo caído. E não só isso. O Filho de Deus morreu miseravelmente numa cruz para nos reconciliar com o Criador. Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus (1Pe 3.18). Deus amou as pessoas que habitam na lixeira do universo, e por elas morreu: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).
A INVASÃO DO ORIENTE
“... porque se encherem dos costumes do Oriente...” (Is 2.6)
O que seria de Portugal e da arte de navegação sem a bússola? Talvez estivesse ainda nas primeiras remadas e o mundo muito menos explorado e desenvolvido que hoje.
O que seria da arte e da escrita sem o papel? Talvez profunda, em termos de conteúdo, mas restrita em sua divulgação.
O que seria das guerras sem a pólvora? Difícil dizer.
Todas estas invenções, no entanto, viajaram do Oriente ao Ocidente, e vice-versa, e transformaram o mundo.
Todavia, o Oriente sempre foi avesso a intercâmbios com outros povos. É fácil notar isso na forma reservada com que os imigrantes japoneses, chineses e coreanos se relacionam com as outras pessoas aqui no Brasil.
Mas, de uns tempos para cá, este quadro vem mudando radicalmente. Não só o Ocidente parece querer absorver, com avidez e sem qualquer critério, tudo o que vem do extremo leste, como também os próprios orientais divulgam suas filosofias e conceitos religiosos com uma dedicação quase missionária.
Em 1935, o historiador Will Durant já havia detectado este fenômeno: “Em nossos tempos, a Europa recorre cada vez mais à filosofia do Oriente (alguns exemplos são: Bergson, Keyserling, Ciência Cristã, Teosofia). Por outro lado, o Oriente recorre cada vez mais à ciência do Ocidente. Uma Segunda Guerra Mundial pode deixar a Europa aberta ao influxo da fé e filosofias orientais...”.1 E, de fato, isto aconteceu.
Aspectos filosóficos e religiosos
O Ocidente tem sido invadido maciçamente por idéias filosóficas e religiosas importadas do Extremo Oriente, lembrando que, ali, a linha divisória entre filosofia e religião é muito tênue. Mesmo quando negam a religiosidade de suas práticas, os mestres da ioga e da meditação oriental, entre outras, não conseguem esconder o elemento religioso por trás delas.
Shotaro Shimada, professor de ioga há quase 50 anos, afirmou: “Ioga não é exercício, não é religião nem psicologia, porém, ao mesmo tempo, abrange tudo isto”. Depois prossegue em uma afirmação contraditória: “Ioga é a transformação da maneira de ser para o indivíduo entrar em sintonia com a natureza e com Deus”. Em nosso conceito, isto é religião. O difícil é saber o que ele quer dizer com Deus, se é o Pai do Jesus Cristo pregado pelo cristianismo ou um deus impessoal do Oriente.
A medicina é um claro exemplo. Algumas medicinas alternativas, por exemplo, têm sido aceitas até mesmo por certas entidades médicas, embora os conceitos por trás delas apresentem elementos totalmente estranhos à ciência ocidental. Fundamenta-se em conceitos que não podem ser constatados empiricamente, pois derivam de noções místicas e não científicas.
Também o Feng Shui, uma antiga arte chinesa de criar ambientes harmoniosos, oferecendo, dessa forma, um sistema completo ligado intimamente à natureza e ao Cósmico, vem sendo cada vez mais procurado, tanto para aplicações domésticas como para aplicações empresariais. Originou-se há cerca de 5000 anos, nas planícies agrícolas da China Antiga. A tradução literal do termo Feng Shui é “vento-água”. Mas, para os chineses, significa muito mais que isso. Acreditam que essa arte é como o vento, que não se pode entender, e como a água, que não se pode agarrar. Vemos, assim, a estranha aliança entre o pensa-mento ocidental, sempre tão lógico e objetivo, com o oriental, que, neste caso, se apresenta místico e subjetivo.
Outra vertente em que estes elementos podem ser destacados é a prática de esportes. Algumas artes marciais difundidas hoje adquirem contornos particulares aqui, diferenciando-se de seus conceitos místicos originais, porém, convém lembrar que nem mesmo as atividades físicas praticadas no Oriente eram dissociadas de sua visão da vida.
Não existe esta clara distinção entre vida secular e religiosa. Sem generalizar, estas práticas esportivas envolvem, mu-tas vezes, ritos e crenças.
Chacras, krishna, do-in, medição transcedental, incensos, saris, ioga, ofurô, yin e yang, mantra, avatar, etc. Estas são algumas palavras que, pouco a pouco, passam a fazer parte do cotidiano do Ocidente e caracterizam a influência espiritual que países como a Índia, China, Japão, etc, têm exercido sobre a nossa cultura. Muitas práticas orientais não se constituem em uma religião propriamente dita, mas envolvem conceitos religiosos. “Ser um com o Universo”, por exemplo, nada tem a ver com “nossa comunhão com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo” (1Jo 1.3). A primeira admite um universo monista, no qual Deus é tudo e tudo é Deus, ressaltando que Deus, para um chinês, por exemplo, não é o mesmo que Deus para um judeu.
As religiões orientais e a nova era
Os elementos cristãos nos ensinos correntes da Nova Era nada mais são do que uma forma de maquiar seus verdadeiros fundamentos, para que ser tornem mais aceitáveis ao pensamento ocidental. Uma espiritualidade que não inclua Jesus Cris-to, não inclua a fé ou os evangelhos, de algum modo será automaticamente olhada com desconfiança.
Mas estes conceitos são enfraquecidos por noções estranhas. Os adeptos da Nova Era afirmam que Jesus esteve, dos doze aos trinta anos, entre os sábios da Índia e do Tibete. Com isso, transformam Jesus em um guru oriental, ao invés de um Messias judaico. A fé é apenas fé, mas não uma fé em Cristo ou nos evangelhos. Não é uma fé objetiva, ligada aos fatos, porque a religião oriental é bastante relativista e intimista; ou seja, está mais ligada ao que cada um pode perceber do que aos fatos propriamente ditos. A revelação cristã, contida em suas Escrituras, é colocada em pé de igualdade com os livros sagrados das demais religiões. Se há alguma dose de cristianismo na Nova Era, certamente trata-se de um cristianismo segundo a visão oriental.
Os verdadeiros fundamentos deste movimento estão relacionados à religião oriental. Os verdadeiros critérios que regem sua espiritualidade e concepção do mundo e da vida se encontram no hinduísmo, no budismo e no taoísmo. A reencarnação, a doutrina do carma, o yin e o yang, a vinda de Maytréia, a meditação ao estilo hinduísta, etc., são elementos religiosos orientais. Embora outros elementos se acrescentem à Nova Era, como, por exemplo, a crença em discos voadores ou em figuras da mitologia nórdica ou animista, as principais bases são exatamente estas que acabamos de referir.
Não se pode dizer que esteja sendo realizada uma fusão entre o cristianismo e as religiões orientais. Na fusão não ocorre perda de valores e de conceitos. Podem ser agregadas certas noções, mas os fundamentos não se alteram. O cristianismo fez uma fusão com a filosofia grega em certos aspectos, mas continuou com os seus fundamentos. Tudo o que não se harmonizava com o cristianismo foi rejeitado.
É impossível haver uma fusão entre o cristianismo e as religiões orientais porque ambos são auto-excludentes. O Deus do cristianismo é transcendente à sua criação; ou seja, está além dela. Nas religiões orientais, Deus e natureza, criação e Criador se confundem, sendo um só. A salvação no cristianismo é um evento único, realizado de uma única vez, por meio da posse das promessas da graça pela fé. No Oriente, a salvação é um processo longo, que pode levar milhares de anos, realizado pelo auto-esforço. O cristianismo prega a ressurreição, que fundamenta uma única existência para cada ser. No hinduísmo, a reencarnação estabelece múltiplas existências da alma em diferentes corpos.
Devido a isso, nenhuma fusão é possível, e também não foi levada a efeito. Os elementos cristãos permanecem à margem dos fundamentos gerais e, mesmo assim, são distorcidos, para que possam ser adaptados às noções hindus e budistas.
Ainda deve ser levado em conta que a síntese é cultural e não religiosa em seus aspectos. Claro que, culturalmente, o cristianismo assume certos aspectos locais, quando floresce no seio de nações orientais. No norte da Índia, ou na China, ou mesmo na Coréia do Sul, o cristianismo evangélico floresce e apresenta contornos de acordo com sua localização, mas continua mantendo os mesmos fundamentos do cristianismo em geral, de modo que pode ser identificado e comparado com o cristianismo evangélico de qualquer outra parte do mundo. Não é o caso do cristianismo da Nova Era, que não passa de uma mistura do budismo, do taoísmo e do hinduísmo, mas de forma disfarçada.
O caráter exclusivista do cristianismo
O cristianismo bíblico é exclusivista em sua natureza, o que significa que não aceita sincretismos e misturas. Quando isso acontece, perde sua essência e deixa de ser cristianismo. Veja que o catolicismo apresenta, tanto na América do Sul como na Central, alto grau de sincretismo com as religiões pré-colombianas e africanas. A maioria dos elementos dessas religiões foi adaptada ao cristianismo.
No caso do protestantismo, houve aculturação ou síntese cultural, mas não sincretismo. A fundamentação bíblica do cristianismo evangélico impede que elementos não-cristãos venham se sobrepor aos conceitos revelados nas Escrituras Sagradas. Por isso, jamais as religiões orientais poderão reformular o cristianismo.
Podem até distorcê-lo, mas, neste caso, deixará de ser cristianismo.
A seguir, alguns fatores que atestam o caráter exclusivista do cristianismo:
Jesus é único
Primeiramente, Jesus é a pedra angular e o alicerce do edifício cristão. Isto significa que é impossível um cristianismo verdadeiro sem um Cristo verdadeiro. E um Cris-to verdadeiro só pode ser extraído dos documentos do Novo Testamento.
• “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12). • “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). • “... mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cris-to” (1Co 3.10,11).
A fé cristã se fundamenta em fatos
Em segundo lugar, a fé cristã se apóia em fatos. É uma fé histórica. Não está fundamentada em experiências particulares e subjetivas. As religiões orientais, ao contrário, fundamentam-se na experiência individual. Cremos que a nossa salvação se fez efetiva porque Jesus Cristo, o Filho de Deus, tornou-se homem, viveu neste mundo, morreu pelos nossos pecados na cruz, ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos céus. Estes são os principais eventos nos quais se apóiam a nossa fé e a nossa esperança.
• “Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio” (Lc 1.1-3). • “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1Co 15.14). • “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade” (2Pe 1.16). As religiões orientais não fazem distinção entre fatos e lendas. Rama e Krishna, deuses importantes do panteão hindu, tiveram suas vidas narradas entre os homens, embora não haja nenhuma fundamentação histórica para isso. E, dentro do conceito hindu sobre verdade religiosa, isso não faz nenhuma diferença. O mesmo se dá com as lendas em torno da pessoa de Sidarta Gautama, o Buda. História e lenda se misturam sem que isso faça qualquer diferença para os conceitos budistas. Da mesma forma, o taoísmo introduziu diversas lendas populares no seu desenvolvimento histórico sem qualquer constrangimento. Essa gritante diferença de visão de mundo, da história e dos objetos da fé torna impraticável qualquer associação entre as religiões orientais e o cristianismo.
A Bíblia é única
O último ponto que desejamos ressaltar é a singularidade da Bíblia Sagrada. Ela é taxativa em defender sua inspiração e em recusar alterações posteriores. Coloca-se como único instrumento de revelação escrita à humanidade.
• “Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nadaacrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado menti-roso” (Pv 30.5,6). • “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles” (Is 8.20). • “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus” (Mt 22.29). • “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hb 1.1). • “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro” (Ap 22.18,19).
Não existe lugar no cristianismo para concordância com os diversos livros sagrados das mais variadas religiões e seitas. Duas afirmações contraditórias não podem estar certas, ao mesmo tempo. As proposições bíblicas se chocam com as proposições dos livros sagrados das religiões orientais. Se para as religiões de origem oriental isso não faz diferença, para o pensamento cristão sim. A Bíblia, por sua inspiração, é o único livro que merece ser considerado a Palavra de Deus!
Separando o joio do trigo
Claro que não podemos nos tornar xenófobos2, temendo e discriminando tudo o que vem do Oriente. O intercâmbio entre o Leste e o Oeste é útil, inevitável e necessário. Mas temos de ser total-mente conscientes do conteúdo daquilo com o que estamos travando contato. É como um filme ou um livro. Teremos de assisti-lo ou lê-lo, mas cabe entender como o seu conteúdo está atingindo nossa maneira de ver e de pensar. A melhor solução não é o ascetismo, o isola-mento, mas o discernimento que vem com o conhecimento e a reflexão: “Examinai tudo. Retende o bem” (1Ts 5.21).
Nem tudo o que é do Oriente é mau, assim como nem tudo o que é do Ocidente é bom. Mas tudo o que vem da Palavra é bom e ela deve ser a nossa “peneira”, com a qual distinguiremos a verdade da mentira. A tolerância é sempre uma faca de dois gumes. Quando ausente, leva o homem a conflitos desnecessários. Quando excessiva, leva-o a perder a identidade. E perder a identidade é algo que a Igreja de Jesus Cristo não se pode permitir, de forma alguma.
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Cara irmã, caro irmão bons dias!. É com muito amor e muita alegria que anuncio: "A Vinda de nosso Deus está próxima". Ele Vem com poder, para que se cumpra o que está escrito. Façamos nossa liturgia diária. Hoje, leiamos o Livro de Eclesiástico(Eclo.), capítulo 47 e versículos do 01 ao 13. Salmo(Sl.) 17. Evangelho de São Marcos, capítulo 06 e versículos do 30 ao 34. Ótima leitura, lembrando que amanhã ou Domingo, estás convidada(o) a entrar na casa de Meu Pai
EU OUVINDO ESSA CANÇÃO,COMEÇO A PENSAR QUE O VERDADEIRO ADORADOR, É O QUE ADORA A DEUS EM ESPÍRITO E VERDADE, COM SUA CONDUTA INTEGRA,COM SUAS VESTES LAVADA NO SANGUE DO CORDEIRO, COMO NOS TORNAMOS PESSOAS INVENCÍVEIS, QUANDO NOS TORNAMOS UM VERDADEIRO ADORADOR.
MEDITAÇÃO TRANSCEDENTAL
A segunda vinda de Cristo é aguardada com ansiedade pelos cristãos. Em seu sermão profético, em Mateus 24, Jesus fez várias advertências para os últimos dias. Disse Ele: “Acautelai-vos, que ninguém vos engane; porque muitos virão no meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (v. 4,5). Paralelamente à expectativa desse acontecimento, que é chamado de a “bem-aventurada esperança” (Tt 2.13), o cristão deve manter-se vigilante, para que não aceite um falso cristo no lugar do verdadeiro Cristo, chamado na Bíblia de o “Príncipe da Paz”.
Em Apocalipse 19.11 em diante, lemos sobre a majestade do Cristo verdadeiro em sua segunda vinda: “E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga e peleja com justiça. E os seus olhos eram como chama de fogo; sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia, senão ele mesmo. E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus”.
Em seguida, trava-se a batalha do Armagedom (v. 17-21), e Cristo sai vitorioso. Satanás é preso e lançado no poço do abismo (Ap 20.1-3) e, por fim, tem início o reino milenial de Jesus Cristo: “... e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap 20.4).
Falsa promessa de paz mundial
Em cumprimento às palavras proféticas de Jesus sobre o surgimento dos falsos cristos, o jornal O Estado de São Paulo, em sua edição de 30 de agosto de 2002, publicou a seguinte manchete: “A paz mundial dá lucro. O guru dos Beatles que o diga”.
O maharishi (líder espiritual) Mahesh Yogi, famoso na década de 60 por ser o guru dos Beatles, tem um novo projeto: vai produzir a paz mundial e lucrar com isso.
Seu plano é o seguinte: construirá três mil “palácios da paz” em todo o mundo. Em cada palácio, centenas de seus seguidores estarão empenhados, em tempo integral, em “vôos iogues”, ou seja, versões avançadas de Meditação Transcendental. Os meditadores saltarão em torno do salão, sentados em posição de lótus. Essa prática, segundo Yogi, envia poderosas vibrações positivas que reduzem o estresse, o crime e a violência. Com centenas de pessoas fazendo vôo iogue em três mil lugares diferentes, a paz surgirá em todos os lugares.
Em 2001, após os ataques de 11 de setembro nos EUA, o maharishi informou que se algum governo lhe desse US$ 1 bilhão ele acabaria com o terrorismo e criaria a paz contratando 40 mil voadores iogues para começarem a saltar em tempo integral. Nenhum governo quis pagar para ver, o que claramente o irritou.
Embora irritado, ele não desistiu: “Vou implantar esses grupos, que criarão coesão em todos os países”. Por meio de títulos emitidos pelo País Global da Paz Mundial, fundado por ele como uma nação virtual sem um território real, Yogi pôs à venda títulos que pagarão juros de 6% a 7%. Um de seus seguidores, Sam Katz, explicou o plano: “cada Palácio da Paz será rodeado por uma fazenda de cultura orgânica para produzir alimentos que gerarão lucros que pagarão os detentores dos títulos”.
Acredite se quiser, mas o que é esse movimento conhecido como Meditação Transcendental?
O que é a meditação transcendental?
Meditação Transcendental (MT) é uma seita de origem hinduísta. A palavra transcendental significa “o que transcende ou ultrapassa as coisas sensíveis para atingir o âmago do ser a fim de conseguir paz e felicidade interior”. Consiste numa técnica mental que leva a pessoa primeiramente a procurar se colocar em estado de relax ou distensão interior. O indivíduo tenta esquecer todas as realidades sensíveis e esvaziar a mente de todas as imagens materiais que habitualmente o distraem.
A maior parte de suas práticas e ensinos deriva do hinduísmo. Procura despistar a opinião pública ocidental de que não se trata de uma seita, mas apenas uma técnica de exercício mental. Para isso, a MT mudou sua personalidade jurídica para Ciência da Inteligência Criativa (CIC). Essa providência não surtiu efeito, pois o Tribunal Federal de New Jersey, em 1977, ainda assim reconheceu a CIC/MT como uma seita hinduísta.
O fundador
Seu fundador é conhecido pelo nome de Maharishi Mahesh Yogi. Mas Yogi nasceu em 1911, em Jabalpur, Madhya Pradesh, norte da Índia, com o nome de Madhya Brasad Warma. Freqüentou a Universidade e, com sucesso, formou-se em física, em 1942. Logo depois de diplomar-se, conheceu Swami Brahmananda Saraswati, Jagadguru e Bhagovan Shankaracharya, também conhecido como guru Dev, que se tornara um avatar sob os ensinamentos de Swami Krishanand Saraswati.
Durante a década seguinte, Yogi uniu-se ao guru e logo se tornou seu aluno mais importante. Com a morte do guru Dev, em 1953, Yogi se retirou para meditação nas montanhas do Himalaia, onde permaneceu por dois anos.
Em 1958, Yogi levou sua seita para a América e começou a ensinar em Los Angeles. Mais tarde, com adesão do grupo musical conhecido como os Beatles, a seita de Yogi experimentou grande crescimento.
O ritual de iniciação
A pessoa é convencida a encontrar-se a si mesma por meio do ritual de iniciação e isso se dá quando ela recebe o seu mantra.1 Normalmente, a pessoa não entende uma palavra do que vai repetir por várias vezes na língua sânscrita.
Na iniciação, a pessoa se posta diante de um altar com a figura do guru Dev. Então, a cerimônia tem início. O desenvolvimento consta de três fases. A saber:
Recitação de nomes
São nomes de mestres por meio dos quais o santo conhecimento dos mantras da MT tem passado. Todos os nomes são considerados como deuses e dignos de adoração. Reverentemente, são denominados de: “Redentor”, “Emancipador do mundo”, “Supremo mestre”, “O puro” e “Adornado com imensurável glória”. Esses títulos constituem verdadeira blasfêmia, pois pertencem exclusivamente ao Deus da Bíblia. O iniciante, entretanto, desconhece essa situação.
Oferendas
São 17 itens ao todo. Dentre eles, os mais oferecidos, freqüentemente: flores, frutas frescas e lenço branco novo.
“Ao oferecer um lugar aos pés de loto de Shri Guru Dev, me inclino”.
“Ao oferecer uma ablução aos pés de loto de Shri Guru Dev, me inclino”.
“Ao oferecer uma flor aos pés de loto de Shri Guru Dev, me inclino”.
“Ao oferecer luz aos pés de loto de Shri Guru Dev, me inclino”.
“Ao oferecer água aos pés de loto de Shri Guru Dev, me inclino”.
Hinos de louvor e adoração
Os hinos são oferecidos ao guru Dev, considerado como deus na mesma glória dos outros deuses hindus, como, por exemplo, Brahama, Vishnu e Shiva. O iniciante é convidado a seguir o exemplo do seu guru e inclinar-se perante ele.
“Guru que está na glória de Brahma, guru que está na glória de Vishnu, guru que está na glória do grande Senhor Shiva, guru que está na glória da plenitude transcendental personificada de Brahma, ante o Shri Guru Dev, adornado de glória, me inclino”.
As crenças religiosas
Sendo a MT de natureza religiosa e ligada ao hinduísmo, sua teologia contrasta abertamente com o cristianismo. Vejamos os pontos conflitantes:
Deus
O ensino da MT diz que Deus é impessoal e faz parte da própria natureza. Doutrina classificada como panteísmo. Ou seja, Deus é tudo e tudo é Deus. Declara Yogi: “O divino transcendental, onipresente, é, por virtude de sua onipresença, o Ser essencial de todos nós. Forma a base de todas as vidas; não é outro senão o nosso próprio ser ou Ser. Deus é impessoal e mora no coração de cada ser. Tudo o que há na criação é manifestação do ser impessoal absoluto e não manifesto. Cada pessoa é, em sua verdadeira natureza, o Deus impessoal”.
O conceito de Deus e do homem na MT é completamente diferente do conceito oferecido pela Bíblia em relação a Deus e ao homem.
Deus é essencialmente distinto do homem, pois Deus é o Criador (Gn 1.1,26), enquanto o homem é apenas um ser criado. O salmista Davi exaltava a Deus por sua criação e reconhecia sua fragilidade como ser humano: “Tu reduzes o homem à destruição; e dizes: Tornai-vos, filhos dos homens [...] Os dias da nossa vida chegam a setenta anos, e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, o orgulho deles é canseira e enfado, pois cedo se corta e vamos voando” (Sl 90.3,10).
Por outro lado, Isaías fala da eternidade de Deus como um ser imutável: “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento. Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não têm nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os moços certamente cairão; mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão” (40.28-31).
Reencarnação
Após várias encarnações, com o propósito de se tornar espírito puro e alcançar esse estado, cessam os renascimentos. Com isso, a pessoa se liberta da lei do carma e entra em fusão com a divindade Brahma. Para a frustração dos que assim crêem, certo é que ninguém tem lembrança dos pecados cometidos em existências anteriores e, daí, não poder se arrepender e corrigir-se dos erros cometidos. A salvação no cristianismo foi trazida por Jesus (Jo 3.16-18,36;5.24). Para realizar a obra da redenção do homem, Jesus morreu por nós (Rm 5.8), levando em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro (1Pe 2.24) e, por fim, ressuscitou vitoriosamente e ascendeu aos céus, assentando-se à destra de Deus (At 1.9-11).
Jesus Cristo
Diz Maharishi Mahesh Yogi: “Como não entendo a vida de Cristo nem compreendo sua mensagem, não creio que realmente tivesse sofrido em alguma época de sua vida; nem mesmo pudesse sofrer [...] É lamentável que se fale de Cristo em términos de sofrimento [...] Aqueles que confiam na sua obra redentora por meio do sofrimento na cruz possuem uma interpretação equivocada da vida de Cristo e de sua mensagem”.
Como homem natural, não regenerado, Yogi não pode mesmo entender a vida e a obra de Cristo como Salvador e Senhor (1Co 2.14). A Bíblia declara que o propósito principal de Jesus ter vindo ao mundo foi salvar o mundo por sua morte na cruz. “... o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20.28). “Porque o Filho do homem veio para buscar e salvar o que se havia perdido”( Lc 19.10). “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1.15).
Meditação bíblica
A meditação bíblica é diferente da meditação transcendental. Enquanto esta, como a própria palavra define, é ir além da própria consciência, a meditação bíblica não é voltada para o interior do homem, vai mais além.
Os homens de Deus do passado tiveram momentos de êxtase espiritual ao meditarem na grandeza do Deus, na grandeza dos seus feitos e na sua palavra escrita.
“Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, SENHOR, Rocha minha e Redentor meu!” (Sl 19.30).
“Meditarei também em todas as tuas obras, e falarei dos teus feitos” (Sl 77.12).
“Lembro-me dos dias antigos; considero todos os teus feitos; medito na obra das tuas mãos” (Sl 143.5).
“O coração do justo medita no que há de responder, mas a boca dos ímpios jorra coisas más” (Pv 15.28).
Como já expusemos, a MT é uma seita hinduísta e está familiarizada com literaturas como Vedas2 e Bhagavah-gita3, mas interessada em fazer discípulos no mundo ocidental faz citação do Sl 1.2 para dar apoio à meditação. Entretanto, o Salmo em pauta indica outro tipo de meditação:
“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite”.
O objetivo da meditação bíblica é a comunhão com Deus: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3.1,2). O meio usado é a palavra de Deus: “Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos” (1Tm 4.15). E de modo racional: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1).
A paz sem preço
Os profetas bíblicos vaticinaram sobre o futuro rei do universo que traria paz verdadeira à humanidade, e gratuitamente: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para firmar e o fortificar com juízo e com justiça, desde agora e para sempre; o zelo do SENHOR dos exércitos fará isso” (Is 9.6,7).
“Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23.5).
Quando Jesus nasceu vieram os magos do Oriente a Jerusalém e foram à casa de Herodes perguntar pelo rei que traria a paz, dizendo: “Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo. E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra” (Mt 2.2,11).
Mais tarde, diante de Pilatos, Jesus não negou sua condição de rei: “Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade” (Jo 18.37). Mas Jesus explicou que o seu reino seria ainda futuro. Quanto a esse assunto, vejamos o que diz Apocalipse: “Os reinos do mundo vieram a ser de nosso SENHOR e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (11.15).
Bibliografia:
MCDowell, Josh – Estúdio de Las Sectas, Editora Vida
Mather, George A – Dicionário de religiões, crenças e ocultismo, Editora Vida
Melo, Fernando dos Reis – Religião & religiões, Editora Santuário
Notas:
1 Mantra: uma ou mais palavras que se repetem freqüentemente por meio do canto ou não.
2 Vedas: grande conjunto de literatura sagrada hindu, compilado entre os anos 1500 e 1200 a.C. Esta coleção consiste de três Vedas (conhecimento) – Rigveda, Samaveda e Yajurveda. Posteriormente, foi acrescentada uma quarta, chamada Atharvaveda. Há três seções principais de exposição literária nos vedas. São as Brahmanas, Aranyakas e Upanixades.
3 A “Canção Sagrada”. Talvez seja a jóia mais preciosa da literatura hindu e indiana; contém os elementos mais importantes do pensamento hindu. O Bhagavad Gita, com certas ramificações, representa para o hinduísmo o que a bíblia é para o cristianismo.
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