Agradecimentos
1, A Grande Casa de Deus 3
Um lar para o seu
coração
2. A Sala de Estar 11
Quando
nosso coração necessita de um Pai
3. A Fundação 23 Onde a confiança
começa
4. O Observatório 33
Uma afeição celestial
5. A Capela
45 Onde o homem fecha a boca
6.
O
Trono 53
Tocando o coração do
Rei
7. O Estúdio 63 Como Deus revela sua vontade
8.
A Fornalha 75
Porque
alguém orou
9.
A
Cozinha 85
A mesa farta de Deus
10. O
Telhado 97
Sob a graça de Deus
11. O Corredor 107
Graça recebida, graça
dada
12. O Aposento Familiar 119
Aprendendo a viver juntos
A GRANDE CASA DE DEUS
13. Os Muros 129
Satanás, servo de
Deus
14. A
Capela 143
Confiando no poder de Deus
Confiando no poder de Deus
15. Um Lar para o seu Coração 153 Pós-escrito 159
Notas 163 Guia de Estudo 165
A Grande Casa de Deus
Um lar para o seu coração
Uma coisa pedi ao
Senhor e a buscarei:
que possa morar na
casa do Senhor todos
os dias da minha
vida.
Salmos 27.4
Gostaria de
conversar com você sobre a sua casa. Vamos entrar
pela porta da frente e andar um pouco. De vez em quando é bom fazer uma
inspeção no lar, você sabe — checar o telhado para ver se não há goteiras,
examinar as paredes e a fundação para ver se não há rachaduras. Veremos se os
armários da cozinha estão abastecidos e daremos uma olhada nos livros que estão
sobre a estante de sua sala de estudos.
Mas o que é isso?
Você acha que é curiosidade minha querer olhar sua casa? Você pensou que este fosse um livro de temas espirituais? E é. Perdoe-me, eu deveria ter
sido mais claro. Não estou falando de sua casa visível, de pedra ou
estuque, de madeira ou palha, mas daquela invisível, feita de pensamentos,
verdades, convicções e esperanças. Estou falando de sua casa espiritual.
A
GRANDE CASA DE DEUS
Você tem uma, você
sabe. E não é uma casa típica. Convoque suas mais aficionadas idéias sobre o assunto, e a casa da qual
estou falando excederá a todas elas. Um grande castelo tem sido construído para
o seu coração. Assim como a casa física existe para a proteção do corpo, a casa
espiritual existe para a proteção da alma.
Você nunca
viu uma casa mais sólida:
o telhado
nunca goteja,
as paredes
nunca racham,
e o
alicerce nunca estremece.
Você nunca
viu um castelo mais esplêndido:
o mirante
alargar-lhe-á a visão,
a capela o
tornará humilde,
a sala de
estudos lhe dará direção,
e a
cozinha o nutrirá.
Já morou numa casa
como essa? Possivelmente não. É mais provável que você tenha dado pouca
importância ao alojamento de sua alma. Criamos casas elaboradas para nossos
corpos, mas nossas almas são
relegadas a uma choupana na encosta, onde o frio da noite nos envolve e a chuva
nos encharca. É de admirar que o mundo esteja tão cheio de corações gelados?
Não tem de ser desse jeito. Não temos de
morar do lado de fora. Não é plano de Deus que o seu coração perambule como um
beduíno. Deus quer que você saia do frio exterior e viva... com Ele. Sob seu
teto há espaço disponível. À sua mesa, um lugar está posto. Em sua sala de
estar, há uma cadeira reservada para você. E Ele quer que você vá morar em sua
casa. Mas... por que desejaria Ele que você lhe partilhasse o lar?
Simples. Ele é seu Pai.
Você foi feito para viver na casa de seu
Pai. Qualquer lugar menos que o dEle é
insuficiente. Qualquer lugar longe dEle é perigoso. O único lugar capaz
de proteger-lhe o coração é o lugar para o qual ele foi construído. E seu Pai
quer que você habite nEle.
Não, você não leu errado a frase, nem eu a
escrevi mal. Seu Pai não apenas o convida a morar com Ele, mas a viver
Um lar para o
seu coração
nEle. É como escreveu Paulo
— " Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos" (At 17.28).
Não pense que você
está separado de Deus; Ele no topo de uma grande escada de mão, e você em outra.
Não admita a idéia de que Deus está em Vênus e você na Terra. Já que Deus é Espírito (Jo
4.23), Ele está perto de você: o próprio Deus é o seu teto. O próprio Deus é a sua
parede. E o próprio Deus é o seu alicerce.
Moisés sabia disso. "Senhor",
orou ele, "tu tens sido a nossa
habitação desde o princípio" (SI 90.1). Que pensamento poderoso!
Deus como sua habitação! Sua casa é o lugar onde você pode arrancar os sapatos, comer picles com cream cracker, e
não se preocupar com o que as pessoas vão pensar se o virem de roupão.
Sua casa lhe é familiar. Ninguém tem de
lhe dizer onde fica seu quarto. Você não precisa ser dirigido até a cozinha.
Após um árduo dia debatendo-se para achar seu caminho no mundo, é animador vir
para casa — um lugar que você conhece. Deus
pode ser igualmente familiar. Com o tempo, você aprenderá aonde ir para
alimentar-se, onde esconder-se para sentir-se
protegido, onde receber orientação. Assim como sua casa terrena é um
lugar de refúgio, a Casa de Deus é um lugar de
paz. A Casa de Deus nunca foi saqueada; suas paredes nunca foram
violadas.
Deus pode ser sua habitação
Deus quer ser sua
habitação. Ele não tem interesse em ser um refúgio para o fim de semana, um bangalô para o domingo, ou um chalé para o verão. Não cogite usar
Deus como uma cabana de férias, ou um retiro ocasional. Ele quer você
sob o seu teto agora e sempre. Ele quer ser seu endereço, seu ponto de referência; quer ser o seu lar. Ouça a
promessa de seu Filho: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra,
e meu Pai o amará, e viremos para ele e
faremos nele morada" (Jo 14.23).
Para muitos, esta é uma idéia nova.
Pensamos em Deus como uma deidade a ser estudada, não um lugar para morar. Pensamos em Deus como um fazedor de milagres, não
um lar para viver. Pensamos em Deus como um Criador a quem apelar,
A GRANDE CASA DE
DEUS
não uma casa onde residir. Mas nosso Pai quer ser muito
mais. Ele quer ser aquele em quem "vivemos, nos movemos e existimos"
(At 17.28).
Quando Jeová guiou
os filhos de Israel através do deserto, não aparecia uma vez ao dia e em seguida os abandonava. A coluna
de fogo estava presente toda a noite; a nuvem estava presente todo o dia. Nosso
Deus nunca nos deixa. "Eis que estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos", prometeu Ele em Mateus 28.20. Nossa fé dá um
salto quando compreendemos a perpétua presença do Pai. Nosso Jeová é o fogo de
nossa noite e a nuvem de nosso dia. Ele nunca nos abandona.
O céu não conhece diferença entre manhã de
domingo e tarde de quarta-feira. Deus fala claro em nosso local de trabalho,
tanto quanto o faz no santuário. Ele tanto pode ser adorado em nossa mesa de
jantar, como em sua mesa de comunhão. Você
pode passar dias sem pensar nEle, mas Ele não passa um momento sem
pensar em você.
Sabendo disso,
compreendemos o rigor da meta de Paulo: "... levando cativo todo entendimento à obediência de
Cristo" (2 Co 10.5). Podemos perceber por que ele insiste conosco — "orai sem cessar" (1 Ts 5.17),
"perseverai na oração" (Rm 12.12), "orando em todo tempo
com toda oração e súplica no Espírito" (Ef 6.18), "ofereçamos sempre
a Deus sacrifício de louvor" (Hb 13.15), e "deixe que o céu se encha
com seus pensamentos" (versão livre de Cl 4.2).
Davi, o homem segundo o próprio coração de
Deus, confessou: "Uma coisa pedi ao
Senhor e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da
minha vida, para contemplar a formosura do Senhor e aprender no seu templo.
Porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no oculto do seu
tabernáculo me esconderá" (SI 27.4,5). O que é esta Casa de Deus tão
aspirada por Davi? Estaria o salmista descrevendo
uma estrutura física? Estaria almejando um edifício com quatro paredes e
uma porta, através da qual pudesse entrar, mas nunca sair? Não. "Deus...
não habita em templos feitos por mãos de
homens" (At 17.24). Ao afirmar que habitaria "na casa do
Senhor para todo o sempre" (SI 23.6, Almeida Revista
Um lar para o
seu coração
e Atualizada, ARA), Davi não estava dizendo que queria
viver separado do povo, mas que ansiava por estar na presença de Deus, onde
quer que fosse.
Davi
anelava estar na Casa de Deus.
Sei o que você está pensando: Certo,
Max, mas ele era Davi. Era o poeta, o príncipe, o matador de gigantes. Ele
nunca teve tanques de carro para abastecer,
ou fraldas para trocar, ou um patrão respirando
prazos, como um dragão soltando fogo pelas narinas. Eu também adoraria viver na Casa de Deus, mas por ora
estou emperrado no mundo real.
Perdão, permita-me discordar. Você não
está emperrado no mundo. E justamente o oposto: você está a um passo da Casa de
Deus. Onde quer que você esteja. Qualquer que seja o momento. Quer esteja no
escritório em plena quinta-feira, ou pescando num sábado, apenas uma decisão o
separa da presença do Pai. Você nunca precisa deixar a Casa de Deus. Não
necessita mudar seu CEP, nem trocar de vizinhos. Tudo o que precisa mudar é a
sua percepção.
Quando seu carro fica preso no tráfego, você
pode entrar na capela do Pai. Quando o vento da tentação lhe desequilibrar os
passos, ande junto ao muro da sua força. Quando os empregados o depreciarem,
sente-se no balanço do alpendre com o seu Pai; Ele o confortará. Lembre-se,
esta não é uma casa de tijolos. Você não a encontrará no mapa. Não achará a sua
descrição nos classificados de imóveis.
Não obstante, há de encontrá-la em sua
Bíblia. Você já viu a planta. Leu os nomes dos aposentos e declamou o layout.
Você está familiarizado com o design, mas há chances de que você
jamais o tenha considerado um projeto de casa. Você enxergou nos versículos uma
oração.
De fato, eles são. São a oração do Senhor.
Seria difícil encontrar alguém que não tivesse recitado a oração ou lido as
palavras:
Pai nosso, que estás nos
céus
santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua
vontade,
A
GRANDE CASA DE DEUS
tanto na terra como no céu.
O pão nosso de cada dia
dá-nos hoje.
Perdoa-nos as nossas
dívidas,
assim como nós perdoamos
aos nossos devedores.
E não nos induzas à
tentação,
mas livra-nos do mal;
porque teu é o Reino, e o
poder, e a glória,
para sempre.
Amém!
Mateus 6.9-13
Crianças a memorizam. Fariseus a recitam.
Estudiosos a esquadrinham... Quero, porém, desafiar a nós mesmos a fazer algo
diferente. Quero que moremos nela; quero que a vejamos como o assoalho de nossa
casa espiritual. Nesses versículos, Cristo providenciou-nos mais que um modelo
de oração; providenciou-nos um modelo de vida. Essas palavras fazem mais do que
nos ensinar o que dizer a Deus; ensinam-nos como existir com Ele. Elas
descrevem uma grande casa, dentro da qual os filhos de Deus foram programados a
viver — com Ele, para sempre.
Gostaria de dar uma olhada? Eu também.
Conheço o lugar perfeito para se começar. Na sala de estar, um quadro está
pendurado acima da lareira. O dono da casa o aprecia. Ele convida todos os que
entram a começarem sua jornada fitando atentamente o quadro e aprendendo a
verdade sobre o nosso Pai.
A Sala de
Estar
Quando nosso coração
necessita de um Pai
Pai nosso...
Pai
nosso que estás nos céus... Com estas palavras, Jesus escolta-nos à grande Casa de Deus. Devemos segui-lo? Há tanto para
ver. Cada sala revela o coração do Pai; cada parada confortará a sua alma. E
nenhuma sala é tão essencial quanto esta onde entramos primeiro. Caminhemos
atrás dEle, enquanto nos introduz na sala de estar de Deus.
Sente-se na cadeira
que foi feita para você e aqueça as mãos no fogo que nunca se apaga. Tire um tempinho para olhar as fotos
emolduradas e achar a sua. Não se esqueça de pegar o álbum de recortes e
localizar a história de sua vida. Mas, por favor, antes disso, poste-se ante a
lareira e examine o quadro pendurado acima dela.
Seu Pai estima muito esse retrato. Ele o
pendurou onde todos o possam ver.
A
SALA DE ESTAR
Pare diante dele
milhares de vezes, e cada olhada será como a primeira. Deixe que um milhão de pessoas fitem a pintura, e cada
uma verá a si própria. E todas estarão certas.
Capturada no retrato está a terna cena de
um pai e um filho. Atrás deles há uma grande casa sobre a colina. Sob seus pés
passa um caminho estreito. Descendo da casa, o pai vem correndo. Subindo a
trilha, o filho se arrasta. E ambos encontram-se no portão.
Não podemos enxergar a face do filho, mas
podemos ver-lhe o manto esfarrapado e o cabelo pegajoso. Podemos notar a lama
atrás de suas pernas, a sujeira em seus ombros, e a bolsa vazia no chão. Um
dia, essa bolsa já foi cheia de dinheiro. Um dia, esse rapaz já foi cheio de
orgulho. Isso, porém, uma dúzia de tabernas atrás. Agora, a bolsa e o orgulho
esvaziaram-se. O pródigo não oferece presente nem explicação. Tudo o que ele
oferece é o cheiro de porcos e uma desculpa ensaiada: "Pai, pequei contra
o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho" (Lc
15.21).
Ele não se sente merecedor de seus
direitos de primogenitura. "Degrada-me. Pune-me. Tira meu nome da caixa do
correio e minhas iniciais da árvore genealógica. Estou disposto a desistir de
meu lugar à mesa".
O moço contenta-se
em ser um empregado. Há apenas um problema: embora o jovem esteja disposto a
deixar de ser filho, o pai
não está disposto a deixar de ser pai.
Nosso Aba
Dentre todos os seus
nomes, o favorito de Deus é Pai. Sabemos que Ele ama este nome, porque é o que Ele mais usa. Enquanto esteve na Terra, Jesus chamou Deus de Pai
mais de duzentas vezes. Em suas primeiras palavras registradas, Jesus elucidou: "Não sabíeis que me cumpria estar
na casa de meu Pai?" (Lc 2.49,
ARA). Em sua última e triunfante oração, Ele proclamou: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu
espírito" (Lc 23.46). Só no Evangelho
de João, o Senhor Jesus repetiu este nome 156 vezes. Deus gosta de ser chamado de Pai. Além do que, Jesus
não nos ensinou a começar nossa
oração com a frase "Aba nosso"?
Quando nosso coração necessita de um Pai
É difícil para nós entendermos o quanto
foi revolucionário haver Jesus chamado
Jeová de Aba. O que hoje é uma prática habitual, nos dias de Jesus era algo incomum. Joachim Jeremias,
erudito no Novo Testamento, descreve quão raramente o termo era usado:
Com a ajuda de meus assistentes, examinei a literatura
devocional do antigo judaísmo... O resultado desses exames foi que, em lugar
algum dessa vasta literatura, foi achada a invocação de Deus como "Aba, Pai". Aba era uma palavra comum; uma palavra familiar e corriqueira.
Nenhum judeu teria ousado tratar Deus dessa maneira. Não obstante, Jesus o fez
em todas as suas orações a nós legadas, com uma única exceção: o brado da cruz
— "Deus meu, Deus meu, por que me
desamparaste?" Na oração do Senhor, Jesus autorizou os discípulos a
repetirem a palavra Aba depois dEle, dando-lhes o direito de partilharem sua condição de Filho.
Autorizou-os a falar com o seu Pai celeste de um modo mais confiante e
familiar.1
As duas primeiras palavras da oração do
Senhor são plenas de significado: "Pai nosso" lembra-nos que somos
bem-vindos à Casa de Deus porque fomos adotados pelo dono.
A missão de Deus: adoção
Quando vamos a Cristo, Deus não apenas nos
perdoa, como também nos adota. Através de
uma série de eventos dramáticos, passamos de órfãos condenados sem
nenhuma esperança a filhos adotados sem
qualquer medo. Veja como acontece: você chega perante a cadeira de
julgamento de Deus cheio de erros e
rebeliões. Por causa de sua justiça, Ele não pode deixar de lado o seu
pecado, mas por causa de seu amor, Ele não pode deixar você de lado.
Então, num ato que atordoa os céus, Ele
pune a si mesmo sobre a cruz, por seus pecados. A justiça e o amor de
Deus são igualmente honrados. E você, criação de Deus, é perdoado. Entretanto,
a história não termina com o perdão de Deus.
Porque não recebestes o espírito de
escravidão para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual
A
SALA DE ESTAR
chamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito
testifica com o nosso espírito que
somos filhos de Deus (Rm 8.15,16).
Mas, vindo a plenitude dos tempos,
Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que
estavam debaixo da lei, a fim
de recebermos a adoção de filhos (Gl 4.4,5).
Seria suficiente se Deus apenas limpasse
seu nome, mas Ele fez mais: deu a você seu
próprio nome. Bastaria se Deus apenas
o tivesse posto livre, mas Ele fez mais. Ele levou você para casa.
Levou-o para a grande Casa de Deus.
Pais adotivos compreendem isso melhor que
ninguém. Certamente não quero ofender qualquer pai biológico — eu mesmo sou um. Nós, pais biológicos, conhecemos
bem a ânsia de ter um filho. Porém, em muitos casos, nossos berços são
facilmente preenchidos. Decidimos ter um filho, e o filho vem. Na verdade, às
vezes ele vem sem que tenha havido qualquer decisão. Tenho sabido de gravidezes
não planejadas, mas nunca ouvi falar de uma adoção sem planejamento.
Eis porque os pais adotivos compreendem a
paixão de Deus ao nos adotar. Eles sabem o que significa sentir um espaço vazio dentro de casa. Sabem o que significa a
longa procura, o colocar-se a caminho de uma missão e aceitar a
responsabilidade por uma criança com um passado maculado e um futuro incerto.
Se há alguém que compreende a paixão de Deus por seus filhos, é aquele que
livrou um órfão do desespero, pois foi isto o que Deus fez por nós.
Deus adotou-nos. Deus procurou você,
achou-o, assinou os papéis e levou-o para casa.
O motivo de Deus: devoção
Como pastor, tenho tido o privilégio de
testemunhar — de perto — a emoção do processo de adoção. Certa vez, uma senhora
de outro Estado que me ouvira pregar ligou e perguntou-me se eu conhecia
algumas pessoas que tinham a perspectiva de se tornarem pais adotivos. Sua
filha grávida estava procurando um lar para o bebê que nasceria. Coloquei-a em
contato
Quando nosso coração necessita de um Pai
com uma família de nossa congregação
e tomei o primeiro assento na
fila de bancos da igreja, enquanto o drama se desenrolava.
Vi a alegria naquela
possibilidade e o coração partido frente aos obstáculos. Vi a resolução nos olhos do pai e a determinação nos olhos da mãe. Eles viajariam tão longe
quanto necessário e gastariam cada centavo do que tinham. Queriam adotar
aquela criança. E o fizeram. Apenas alguns momentos após o nascimento, o bebê
estava em seus braços. E isso não é exagero: eles sorriram por um mês depois
que levaram o filho para casa. Do púlpito, eu podia vê-los na congregação,
embalando o bebê e sorrindo. Penso que se tivesse pregado um sermão sobre a
agonia do Inferno, eles teriam rido em cada frase. Por quê? Porque, finalmente,
um filho havia chegado ao seu lar.
Deixe-me
perguntar-lhe: Por que esse casal adotou aquela criança? Eles tinham um matrimônio feliz. Eram bem
empregados e tinham segurança financeira. O que eles esperavam lucrar? Teriam
adotado o bebê só para que pudessem ter pouco dinheiro em caixa e noites sem
dormir? Você bem sabe. O suprimento de ambos começou a diminuir no minuto em
que trouxeram o bebê para casa. Então, por quê? Por que as pessoas adotam
crianças? Enquanto você pensa, deixe-me contar-lhe por que Deus o faz.
Deleite-se
nestas palavras:
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual
nos abençoou com todas as bênçãos
espirituais nos lugares celestiais em Cristo. Como também nos elegeu
nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis
diante dele em caridade. E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus
Cristo, para si mesmo, segundo o
beneplácito de sua vontade (Ef
1.3-5, ênfase minha).
E você achava que Deus o tivesse adotado
porque você era bonito. Achava que Ele precisava de seu dinheiro ou sabedoria.
Sinto muito. Deus o adotou simplesmente porque quis. Foi um gesto de sua boa
vontade e favor. Conhecendo muito bem o problema que você seria, e o preço que
pagaria, Deus escreveu o nome dEle junto ao seu, trocou seu nome pelo dEle e levou você para casa. Seu Aba o adotou e
tornou-se seu Pai.
A SALA DE ESTAR
Posso fazer uma pausa de apenas um
segundo? A maioria está comigo... mas alguns meneiam a cabeça. Posso até ver o
piscar de olhos. Você não me acredita, não é? Está esperando pela cláusula de
rodapé impressa em letras miúdas; querendo ver onde está o truque. Você sabe
que na vida não existe "boca-livre"; então fica esperando pela conta.
Seu desconforto é óbvio. Nem aqui, na sala
de estar de Deus, você se solta. Os outros calçam chinelos, você veste
peitilho. Os outros relaxam, você entesa. Sempre bem-comportado, receando
tropeçar e ser posto para fora por Deus haver notado o deslize.
Entendo sua ansiedade. Nossa experiência
com as pessoas tem nos ensinado que aquilo que é prometido e aquilo que é dado
nem sempre são a mesma coisa. E, para alguns, a idéia de confiar num Pai
celeste é duplamente difícil, já que seus pais terrenos foram fonte de
desapontamentos ou maus-tratos.
Se é este o caso, insisto com você: não
confunda seu Pai celeste com os pais que você vê na Terra. Seu Pai do céu não é
propenso a dores de cabeça e acessos de raiva. Ele não pega no colo num dia e
espanca no outro. O homem que você tem por pai pode fazer tais coisas, mas o
Deus que o ama jamais o fará. Posso provar meu ponto de vista?
O método de Deus: redenção
Retornemos às passagens que descrevem sua
adoção. Leia-as uma segunda vez e veja se pode achar o verbo que precede a
palavra "adoção" em ambos os versículos.
Porque
não recebestes o espírito de escravidão para outra vez estardes em temor, mas
recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual chamamos: Aba, Pai. O
mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm
8.15,16).
Mas,
vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido
sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a
adoção de filhos (Gl 4.4,5).
Achou? Não é tão difícil ver, é? Antes da
palavra "adoção" está o verbo "receber".
Quando nosso coração necessita de um Pai
Poderia Paulo ter
usado outra frase? Poderia ele haver dito "merecestes o espírito de adoção de filhos"? ou "a
fim de merecermos a adoção de filhos"?
Suponho que ele poderia ter dito isso, mas nós não teríamos engolido.
Você e eu sabemos que uma adoção não é algo
que merecemos; é algo que recebemos. Ser adotado por uma família não é
uma façanha que alguém realiza, mas um presente que se aceita.
Os pais são os ativos. As agências de
adoção não treinam filhos para recrutar pais; elas procuram pais para adotar
filhos. Os pais fazem a solicitação, preenchem os papéis, suportam as entrevistas, pagam a taxa e encaram a
demora. Você pode imaginar um casal de futuros pais adotivos dizendo:
"Gostaríamos de adotar o Joãozinho, mas primeiro queremos saber algumas
coisas. Ele tem uma casa para viver? Ele tem dinheiro para custear sua
instrução? Ele tem transporte para ir à escola todas as manhãs e roupas para
usar todos os dias? Ele pode preparar sua própria refeição e remendar suas
próprias roupas?"
Nenhuma agência tolera tal conversa. Sua
representante levantaria a mão e diria: "Um momento. Você não entende. Você não adota o Joãozinho pelo que ele tem; você
o adota pelo que ele necessita. Ele necessita de um lar".
O mesmo se aplica a Deus. Ele não nos
adota pelo que possuímos. Não nos dá seu nome por causa de nossa inteligência,
ou nossa carteira, ou nosso bom comportamento. Paulo explica o fato duas vezes
porque está duplamente interessado em que compreendamos que a adoção é algo
recebido, não conquistado.
É muito bom saber disso. Por quê? Pense
cuidadosamente. Se pudéssemos obter nossa adoção através de nossa performance
espetacular, poderíamos perdê-la por causa de nossa pobreza?
Quando eu tinha sete anos, fugi de casa.
Eu estava cheio das regras de minha mãe, e decidi que podia fazer as coisas do
meu jeito. Com minhas roupas numa sacola de papel, saí pisando duro pelo portão
dos fundos e marchei rua abaixo. Igual ao filho pródigo, resolvi que não precisava
de pai. Diferente do filho pródigo, não fui muito longe. Cheguei ao final
A
SALA DE ESTAR
da aléia e
lembrei-me de que estava com fome; então voltei para casa.
Não obstante curta, aquilo foi uma
rebelião. E, houvesse você me parado naquele caminho pródigo, entre as sebes, e
me perguntado quem era meu pai, eu poderia
ter-lhe contado como me sentia. Eu simplesmente poderia ter dito:
"Não preciso de um pai. Sou grande demais para as regras de minha família.
Sou apenas eu. Eu e minha bolsa de
papel". Não me lembro de haver dito isso a alguém, mas lembro-me de
havê-lo pensado. E também me recordo de meu embaraço ao entrar pela porta dos
fundos e tomar meu lugar à mesa do jantar, diante do pai verdadeiro que eu
tinha e que, momentos antes, eu renegara.
Ele sabia de minha insurreição? Suspeito
que sim. Ele sabia de minha rejeição? Os pais geralmente sabem. Eu ainda era
seu filho? Aparentemente, sim. (Ninguém havia sentado em meu lugar.) Houvesse
você ido ao meu pai, depois de conversar comigo, e dito: "Seu Lucado, seu
filho disse que não precisa de um pai. Você ainda o considera seu filho?",
o que teria respondido ele? Nem preciso supor qual seria a sua resposta. Ele
diria ser meu pai, mesmo quando eu negasse minha filiação. Seu comprometimento
comigo era maior que o meu com ele.
Não ouvi o canto do galo como Pedro. Não
experimentei o que é ser vomitado por um peixe, como Jonas. Não ganhei um
manto, um anel e um par de sandálias, como o pródigo. Contudo, aprendi de meu
pai terreno o que esses três aprenderam de seu Pai celeste. Nosso Deus não é um
Pai só nos bons momentos. Ele não entra nessa de "ame-o e deixe-o
engordar". Posso contar com Ele em meus apuros, não importa qual seja meu
desempenho. Você também pode.
Posso mostrar-lhe algo? Olhe para a
moldura inferior da tela. Vê as palavras gravadas a ouro? O apóstolo Paulo
escreveu-as, porém seu Pai as inspirou.
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os
anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem
a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do
amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor (Rm 8.38,39).
Quando nosso
coração necessita de um Pai
Seu Pai nunca o
rejeitará. As portas desse aposento nunca estarão fechadas. Aprenda a demorar-se na sala de estar de seu
Pai. Quando as palavras de alguém o ferirem, ou quando suas próprias faltas o
afligirem, venha até a sala. Fite a pintura e
lembre-se de seu Deus: é certo chamá-lo de Santo; dizemos a verdade
quando o chamamos de Rei. Porém, se você quer tocar-lhe o coração, use o nome que Ele gosta de ouvir. Chame-o de
Pai.
A Fundação
Onde a confiança começa
Pai nosso que estás...Sem ela, a grande Casa de Deus não pode ficar em pé.
Remova-a, e a casa tombará ao chão.
Qual é a palavra? Vou dar uma dica. Você a leu agora mesmo.
Onde está ela?
Você acabou de lê-la. Está nesta frase? Está. E está também na resposta que
acabo de dar.
Ora, Max,
você está brincando?
Eu
zombaria de você? (De qualquer modo, a palavra está na pergunta que você fez.
Consegue vê-la?)
AFUNDAÇÃO
Está. "Pai nosso que estás no
céu".
Deus está. Não é Deus estava. Não é
Deus estará. Não é Deus poderia
estar, ou deveria estar, mas Deus está. Ele é o Deus do
tempo presente. E Ele é a fundação de sua própria casa.
A argamassa da
fé
Escrevi estas palavras em um avião. Um
avião atrasado. Um avião diferente do que eu originalmente escolhera. Meu
primeiro vôo fora cancelado devido a dificuldades mecânicas. Eu e mais algumas
dúzias de pessoas não muito felizes fomos transferidos para outro avião.
Enquanto fazíamos a checagem para o novo vôo, ouvi diversos dos meus
companheiros de viagem perguntarem à atendente: "Este avião está O.K.? Há
alguma falha mecânica com este 747?"
Estávamos cheios de perguntas sobre a capacidade de voar da aeronave,
porém a agente não tinha perguntas sobre a nossa capacidade de fazer o mesmo.
Nenhuma vez fomos
indagados: "E você? Pode voar? Pode bater os braços e ser transportado pelo ar?" Claro, seriam
perguntas bem esquisitas. Minha habilidade para voar não é importante. Minha força é coisa de somenos valor.
Confio no avião para levar-me para casa.
Preciso fazer a
relação? Seus feitos heróicos, leitor, por mais nobres que sejam, não são importantes. Suas credenciais,
conquanto brilhantes, não interessam. Deus é
a fundação desta casa. A pergunta-chave na vida não é "Quão forte
sou eu?", mas "Quão forte é Deus?" Concentre-se na força dEle,
não na sua Ocupe-se com a natureza de Deus,
não com o tamanho de seus próprios bíceps.
Foi isso o que Moisés fez. Ou pelo menos
foi o que Deus mandou que ele fizesse. Lembra-se da conversa na sarça em chamas? O tom foi estabelecido na primeira
sentença: "Tira o teus sapatos de teus pés, porque o lugar em que
tu estás é tem santa" (Êx 3.5). Com
essas dezessete palavras, Moisés é matriculado numa classe sobre Deus. E
os papéis são imediatamente definidos. Deus
é santo. Aproximar-se dEle, ainda que sobre meio centímetro de couro, é
pomposo demais. E à medida que
Onde a confiança
começa
lemos, descobrimos que nenhum tempo é gasto convencendo
Moisés do que este pode fazer, porém muito tempo é despendido explicando a
Moisés o que Deus pode fazer.
Você e eu tendemos a fazer o contrário.
Explicaríamos a Moisés que ele é a pessoa ideal para retornar ao Egito. (Quem
compreende a cultura melhor que um príncipe?) Então lembraríamos a Moisés o
quão perfeito ele é para viajar pelo deserto. (Quem conhece o deserto melhor
que um pastor?) Gastaríamos tempo revisando
com Moisés o seu curriculum vitae e a sua força. (Vamos, Moisés,
você pode. Faça uma tentativa.)
Mas Deus não. A força de Moisés jamais é
considerada. Nenhum estímulo é oferecido. Nenhum tapinha nas costas. Palavra
alguma é dada para revigorar Moisés. Contudo, muitas palavras são usadas para
revelar Deus. A força de Moisés não está em questão; a força de Deus é que
está.
Devemos parar para uma aplicação? Vamos
repetir esta última frase e deixar você
preencher o espaço em branco. Substitua o nome de Moisés pelo seu.
A força de............................... não está
em discussão; a força de Deus é que está.
Você não é o impulso por trás da aeronave
nem a argamassa dentro da fundação; Deus é. Eu sei que, em sua mente, você
entende isso, mas compreende-o em seu coração? Gostaria de compreender?
Deixe-me mostrar-lhe algumas das pedras que
sustentam esta poderosa casa. Deixe-me fortalecer sua confiança na Casa
de Deus, partilhando com você alguns dos seus nomes.
O que há num nome?
Entender os nomes de Deus não se consegue
com um estudo rápido, afinal, só no Antigo Testamento existem mais de oitenta
nomes para Deus. Porém, se você quer um ponto por onde começar, deixe-me "seduzi-lo"
com alguns nomes compostos dados pelos heróis da fé. Cada um deles revela uma
pedra diferente do caráter de Deus.
A
FUNDAÇÃO
Talvez você esteja admirado de como um
estudo dos nomes de Deus pode ajudar a
entendê-lo. Deixe-me explicar: imagine que você e eu estivéssemos tendo uma
conversa em 1978. Você iria se
aproximar de mim no campus da universidade onde eu estudava, e me
perguntaria:
—
Você
conhece Denalyn Preston?
— Deixe-me pensar —
teria respondido eu. — Oh, conheço Denalyn. Ela é uma de minhas conhecidas. É aquela garota
bonitinha que gosta de andar de bicicleta e usa macacão na aula. — Isso era
tudo o que eu saberia sobre ela.
Avance porém um ano.
Agora estamos em Miami, Flórida, onde sou um pastor, e Denalyn, uma professora.
—
Você
conhece Denalyn Preston?
— Claro que sim. Ela é uma amiga. Eu a vejo
todos os domingos.
Pergunte-me
novamente um ano mais tarde.
— Denalyn Preston? Certamente que a conheço. Ela não
tira os olhos de mim. (Brincadeirinha, minha querida.)
tira os olhos de mim. (Brincadeirinha, minha querida.)
Corra
dozes meses adiante.
— Quem não conhece
Denalyn Preston? — responderia eu.
— Acho que ela está disposta a marcar um encontro comigo.
— Acho que ela está disposta a marcar um encontro comigo.
Seis meses
mais tarde...
— Claro que a conheço,
não consigo deixar de pensar nela.
Semana que vem, vamos sair juntos outra vez.
Semana que vem, vamos sair juntos outra vez.
Dois meses
depois...
— Se conheço Denalyn
Preston? Vou me casar com ela no
próximo mês de agosto!
próximo mês de agosto!
Agora é
agosto de 1981.
— Se conheço Denalyn Preston? Não, mas conheço
Denalyn Lucado. Ela é minha esposa, e pare de nos amolar;
estamos em lua-de-mel.
Denalyn Lucado. Ela é minha esposa, e pare de nos amolar;
estamos em lua-de-mel.
Em três anos, meu relacionamento com
Denalyn tornou-se mais complexo. E com cada mudança veio um novo nome. Ela foi de conhecidas amiga, depois paquera,
a namorada, a noiva e a esposa. Logicamente,
a sucessão de nomes continuou. Agora ela é confidente,
mãe de minhas filhas, sócia vitalícia, patroa (só brincadeirinha, de
novo). Quanto mais a conheço, mais nomes lhe dou.
Onde a confiança
começa
E quanto mais o povo de Deus vem a
conhecê-lo, mais nomes lhe dá. Inicialmente,
Deus era conhecido como Elohim. "No
princípio criou Deus {Elohim)" (Gn 1.1). A palavra hebraica Elohim
tem o significado de "alguém forte ou criador", e aparece trinta
e uma vezes no primeiro capítulo de Gênesis, onde vemos o seu poder criativo.1
Entretanto, à medida que Deus se revelava
a seus filhos, estes passaram a ver nEle mais que uma força poderosa. Viram-no
como o Pai amoroso, que os encontrava em cada encruzilhada de suas vidas.
Jacó, por exemplo,
passou a ver Deus como Jeová-Raah, um afetuoso pastor. "Como um pastor", relatou Jacó à
sua família, "Deus me tem guiado toda a minha vida" (Versão livre de
Gn 48.15).
A frase foi,
certamente, um elogio para Deus, pois Jacó era menos que uma ovelha cooperadora. Duas vezes enganou o
próprio irmão. Da última vez, ludibriou também o pai que estava cego. Fraudou seu sogro trapaceiro;
observava-lhe o rebanho e, quando os companheiros não estavam olhando,
agia como um coiote furtivo no meio da noite, fugindo com algo que não estava
no acordo.
Jacó nunca foi um candidato ao prêmio de
ovelha mais bem-comportada, porém Deus nunca o esqueceu. Deu-lhe alimento na
escassez, perdoou-lhe as faltas, e foi-lhe fiel. Peça a Jacó para descrever Deus em uma palavra, e ela será Jeová-Raah, o
afetuoso pastor.
Abraão tinha um nome diferente para Deus: Jeová-Jiré,
O Senhor que prove. É irônico que ele chamasse Deus de
"provedor", uma vez que já era bem provido. Ele morava numa tenda
suntuosa, com quatro camelos na garagem. A vida era boa em Ur. "Mas a vida
será melhor em Canaã", explicou ele à sua família. E assim, eles se foram.
Quando lhe perguntaram "Onde iremos viver?", Abraão respondeu:
"Deus provera". E Ele o fez. Quando eles dividiram as terras, e o
sobrinho Ló ficou com as pastagens, deixando o tio Abraão com as rochas,
quiseram saber: "Como sobreviveremos?" Abraão sabia a resposta: "Deus
provera". E Ele o fez. E quando Abraão e Sara postaram-se ante o berço
vazio, e
A
FUNDAÇÃO
ela
inquiriu como ele seria o pai de milhares, ele pôs os braços à volta dela e
cochichou: "O Senhor provera".
E Deus o fez. E Abraão embalou seu
primeiro filho sobre os ossudos joelhos de cem anos. Abraão aprendera que Deus
prove. Porém, mesmo Abraão deve ter sentido a cabeça girar quando Deus lhe
pediu para sacrificar o filho sobre o monte Moriá.
Eles subiram a montanha. "Onde está o
cordeiro para o holocausto?", perguntou-lhe o filho (Gn 22.7). Alguns
admiram-se de como a resposta passou pelo nó na garganta de Abraão: "Deus
provera para si o cordeiro para o holocausto, meu filho" (v. 8). Jeová-Jiré,
o Senhor provera. Abraão atou o filho,
colocou-o sobre o altar, levantou o cutelo e... o anjo paralisou-lhe a
mão. Abraão tinha provado sua fé. Ele ouviu um ruído na moita, olhou, e viu um
carneiro preso no arbusto pelos chifres.
Ofereceu-o em sacrifício e deu à montanha o nome de Jeová-Jiré, o
Senhor prove.
E depois houve Gideão. O Senhor veio a
Gideão e disse-lhe para liderar seu povo na vitória contra os midianitas. Foi
como se Deus dissesse para uma dona de casa resistir ao marido violento, ou
para um colegial tomar conta de um traficante, ou para um pregador anunciar a
verdade numa congregação de fariseus. "M-m-melhor m-m-mandar o-o-outra
pessoa", gaguejamos nós. Mas então
Deus nos lembra que Ele sabe que não podemos, porém Ele pode. E para
prová-lo, dá-nos um dom maravilhoso. Envia-nos o espírito de paz. Paz diante da
tempestade. Uma paz além da lógica, ou, como a descreveu Paulo: uma paz
"que excede todo o entendimento" (Fp 4.7). Ele a concedeu a Davi após mostrar-lhe Golias; deu-a a Saulo, depois
de mostrar-lhe o Evangelho; deu-a a Cristo, após mostrar-lhe a cruz. E deu-a a
Gideão. Então Gideão, em troca, deu um nome para Deus. Ele construiu um altar e
chamou-o de Jeová-Shalom, o Senhor é paz (Jz 6.24).
Finalmente, um par de
seixos sob a casa conheceu o cinzel de Moisés. Sobre um, ele gravou o nome Jeová-Rafá.
Você encontrará a
tradução em Êxodo 15.26: "Eu sou o Senhor que te sara". Eis o
cenário: mais de um milhão de israelitas tinham sido libertados do cativeiro, e
seguiam Moisés através do deserto
Onde a confiança começa
Sua jubilação pela libertação logo tornou-se em frustração
por causa da desidratação. (Não se aflija. Trabalhei dez minutos nesta frase, e
pelejei com dois editores para mantê-la assim, com toda a ressonância.) Eles
andaram três dias através de uma terra vazia de sombras, rios, casas e verduras.
Seus únicos vizinhos eram o sol e as serpentes.
Finalmente, vieram dar num lago, mas as
águas eram salobras, amargas e perigosas. Estou certo de que não foi nada divertido na ocasião, mas você teria rido à socapa
do que aconteceu a seguir. "E ele clamou ao Senhor, e o Senhor
mostrou-lhe um lenho" (Êx 15.25).
Moisés está implorando água, e Deus lhe dá um pedaço de pau?!
Façamos uma pausa e computemos o prejuízo.
Três dias no sol do deserto. Esperanças aumentadas à vista do lago. Esperanças
desfeitas ao provar a água. Moisés, de garganta seca e lábios ressequidos,
clama por alívio e... Deus lhe dá um galho de árvore?
Moisés reage arremessando o galho no lago.
Talvez tenha feito por irritação: "Eis o que eu penso desta lenha
inútil". Ou talvez por inspiração: "Tu estás cuidando, Deus".
Seja qual for o motivo, a água é purificada, a sede dos israelitas é mitigada, e a Pessoa de Deus é glorificada. (Esta frase
levou apenas cinco minutos.) Neste caso, o próprio Deus revelou seu
nome: "Eu sou o Senhor que te sara" (Êx 15.26).
A palavra operante
aqui é Eu. Deus é o que cura. Ele pode usar um ramo da medicina, um ramo do hospital, ou um ramo
de carvalho, porém é Ele quem tira o veneno do organismo. Ele é Jeová-Rafá.
Ele também é Jeová-Nissi,
o Senhor é minha bandeira. No fragor da batalha, os soldados temiam ser separados de seu
exército. Por esta razão, uma bandeira era carregada dentro do conflito, e se
um combatente se visse sozinho, a bandeira levantada assinalaria a segurança.
Quando os amalequitas (os grandes e maus rapazes) atacaram os israelitas (os
pequenos e bons rapazes), Moisés subiu ao monte e orou. Enquanto suas mãos
permaneciam levantadas, os israelitas prevaleciam. Porém quando suas mãos
baixavam, os amalequitas ganhavam terreno. Moisés não era estúpido — manteve as
mãos levanta-
A
FUNDAÇÃO
das. Os israelitas venceram, os amalequitas correram,
Moisés construiu um altar para Deus e cinzelou um novo nome sobre uma pedra — Jeová-Nissi
— o Senhor é minha bandeira (Êx 17.8-16).
Estes são apenas alguns dos nomes de Deus
que lhe descrevem o caráter. Estude-os, pois, algum dia, você poderá precisar
de cada um deles. Deixe-me mostrar-lhe o que quero dizer.
Quando você está
confuso quanto ao futuro, vá para o seu Jeová-Raah, seu
afetuoso pastor. Quando estiver ansioso por provisões,
fale com Jeová-Jiré, o Senhor que prove. Seus desafios são grandes demais? Busque ajuda com Jeová-Shalom,
o Senhor é paz. Seu corpo está
doente? Suas emoções enfermaram? Jeová-Rafá, o Senhor que te
cura, o examinará imediatamente. Você teme,
como um soldado, ficar abandonado atrás das fileiras inimigas? Busque refugio em Jeová-Nissi, o Senhor é minha bandeira.
Meditar nos nomes de Deus faz você
lembrar-se de seu caráter. Pegue estes nomes e enterre-os em seu coração.
Deus é
O pastor
que conduz,
O Senhor
que prove,
A voz que
traz paz na tempestade,
O médico
que cura o doente, e
A bandeira
que guia o soldado.
E acima de tudo, Ele... é.
O Observatório
Uma afeição celestial
Pai nosso que estás no céu...
Não foi surpresa para mim, então, ver uma linda garotinha
sair de sua casa, usando roupa nova e uma mochila. Ela não devia ter mais de
cinco ou seis anos, e ia caminhando em direção à guia, para esperar o ônibus.
— Tenha um grande primeiro dia de aula —
desejei-lhe, enquanto acelerava o passo.
O
OBSERVATÓRIO
Ela parou e olhou-me
como se eu tivesse tirado um coelho da cartola.
— Como é que você sabe?!
Ela estava perplexa.
De sua perspectiva, eu era um gênio. De algum modo, eu havia miraculosamente
descoberto por que ela se
levantara tão cedo, e para onde estava indo. E ela estava impressionada.
— Oh, eu simplesmente sei dessas coisas — gritei-lhe de
volta. (Não havia necessidade de estourar-lhe a bolha colori
da.)
volta. (Não havia necessidade de estourar-lhe a bolha colori
da.)
Você, por outro lado,
não está tão impressionado. Você sabe por que eu sabia. Você entende a diferença
entre uma criança e um
adulto. Os adultos vivem num mundo diferente do das crianças. Recorda-se de como seus pais o deixavam perplexo? Lembra-se de como seu pai podia identificar um
carro que passava? Não ficava impressionado quando sua mãe, habilmente, transformava farinha, leite e ovos em um bolo?
Enquanto meus pais discutiam o sermão de domingo, eu pensava: "Não
entendi uma palavra do que o moço disse".
Qual a diferença?
Simples. Em virtude do treino, estudo e experiência, os adultos ocupam um domínio diferente. Isto é ainda
mais verdadeiro a respeito de Deus. Pegue a diferença entre a menina e eu,
amplifique-a milhões de vezes mais, e começaremos a ver o contraste entre nós e
nosso Pai. Quem dentre nós pode refletir sobre Deus, sem fazer a mesma pergunta
que a garotinha: "Como é que você sabe?"
Pedimos graça, apenas para achar perdão já
oferecido. (Como soube que eu pecaria?)
Pedimos alimento, apenas para achar a
provisão já feita. (Como soube que eu estaria faminto?)
Pedimos orientação, apenas para achar
respostas na antiga história de Deus. (Como soube que eu perguntaria?)
Deus vive num domínio diferente.
"Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria do homem, e a
fraqueza de Deus é mais forte que a força
do homem" (1 Co 1.25, NVI). Ele ocupa outra dimensão. "Porque
os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os
meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como os céus são mais
Uma afeição celestial
altos do que a terra, assim são os
meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais
altos do que os vossos
pensamentos" (Is 55.8,9).
Note em especial a
palavra como. Os pensamentos de Deus não são os nossos pensamentos, nem são como
os nossos. Nem mesmo chegamos perto. Nós pensamos: Preserve o corpo, Ele
pensa: salve a alma. Sonhamos
com um aumento salarial; Ele sonha pôr um fim ao salário do pecado.
Esquivamo-nos do sofrimento e buscamos a paz; Ele usa o sofrimento para trazer
a paz. "Vou viver antes que eu morra", resolvemos nós. "Morra, e
então pode viver", instrui-nos Ele. Apegamo-nos ao que se corrói; Ele, ao
que perdura. Regozijamo-nos com os nossos sucessos;
Ele, com as nossas confissões. Mostramos aos nossos filhos as estrelas da Nike, com o sorriso de um
milhão de dólares, e incentivamos: "Seja como o Ronaldinho".
Deus aponta o carpinteiro crucificado, com os lábios ressecados e o lado
sangrando, e intima: "Seja como Cristo".
Nossos pensamentos não são como os
pensamentos de Deus. Nossos caminhos não são como os seus caminhos. Ele tem uma
agenda diferente. Ele habita uma dimensão diferente. Vive num outro plano. E
esse plano é mencionado na primeira frase da
oração do Senhor: "Pai nosso que estás no céu ".
O observatório
Havendo-nos confortado na sala de estar, e
tendo-nos assegurado com a fundação, Jesus nos conduz ao andar superior.
Ascendemos ao nível mais alto da casa, postamo-nos ante uma pesada porta de
madeira, e aceitamos o convite de Deus para entrar em seu observatório.
Nenhum telescópio é necessário nesta sala.
O teto de vidro amplifica o Universo, até
você sentir que todo o firmamento está descendo a sua volta. Elevado
instantaneamente através da atmosfera, você é cercado pelos céus. Cascatas de
estrelas passam por você, até você ficar atordoado com a quantidade. Se você
fosse capaz de passar um minuto em cada planeta e estrela, uma vida inteira mal
daria para começar.
O
OBSERVATÓRIO
Jesus espera até que você esteja enlevado
com todo esse resplendor, e então,
suavemente, recorda-lhe: "Seu Pai está no céu".
Posso lembrar-me de
alguns meninos que conheci em minha infância, cujos pais eram pessoas bem-sucedidas. Um era juiz; outro, um médico proeminente. Eu ia à
igreja com o filho do prefeito. Em Andrews, Texas, não há muito para se
orgulhar. Todavia, o menino tinha uma
influência que a maioria de nós não possuía. "Meu pai tem um gabinete no
palácio da justiça", podia ele reivindicar.
Adivinhe o que você pode declarar?
"Meu Pai governa o universo".
Os céus manifestam a glória de Deus e
o firmamento anuncia a obra de suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e
uma noite mostra sabedoria a
outra noite. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes em toda a extensão
da terra, e as suas palavras até ao fim do mundo (SI 19.1-5).
A natureza é o workshop
de Deus. O Céu é o seu curriculum vitae. O Universo, o seu
cartão telefônico. Você quer saber quem é Deus? Veja o que Ele tem feito. Quer
conhecer o seu poder? Dê uma olhada em sua criação. Curioso sobre a sua força?
Visite-o em seu endereço:
Avenida Céu Estrelado, n° 1 bilhão. Quer conhecer-lhe o tamanho? Avance dentro
da noite e contemple a luz estelar emitida
milhares de anos atrás, e então leia 2 Crônicas 2.6: "Quem teria
força para lhe edificar uma casa, visto que
os céus e até os céus dos céus não o podem conter?"
A
atmosfera do pecado não o macula, O tempo da história não o refreia, O cansaço
do corpo não o embaraça.
Aquilo que controla
você, a Ele não pode controlar. Aquilo que o preocupa não preocupa a Ele. O que fatiga você não fatiga
a Ele. Uma águia é perturbada pelo tráfego? Não, pois se eleva acima dele. Uma
baleia é incomodada pelo furacão? Claro que não, pois mergulha abaixo dele. O
leão se
Uma afeição
celestial
agita com o camundongo postado em seu caminho? Não, passa
por cima dele.
Quanto mais Deus é capaz de elevar-se
acima, mergulhar abaixo, e passar por cima dos transtornos da Terra! "Aos
homens é isso impossível, mas a Deus tudo é
possível" (Mt 19.26). Nossas indagações traem nossa carência de
entendimento:
Como Deus pode estar em toda parte ao
mesmo tempo? (Quem disse que Deus é limitado por um corpo?)
Como Deus pode ouvir todas as orações que
chegam a Ele? (Talvez os ouvidos dEle sejam diferentes dos seus.)
Como Deus pode ser o
Pai, o Filho e o Espírito Santo? (Não seria a física do Céu diferente da que existe na Terra?)
Se as pessoas daqui não me perdoarem,
quanto mais culpado eu sou perante um Deus santo? (Oh, justamente o contrário.
Deus é sempre capaz de conceder graça quando nós, humanos, não podemos fazê-lo
— Ele a inventou.)
Como é essencial que oremos munidos do
conhecimento de que Deus está no Céu! Ore sem esta convicção, e suas orações
serão tímidas, superficiais e ocas. Mas passe algum tempo andando pelo workshop
dos céus, vendo o que Deus tem feito, e sinta como suas orações serão
enérgicas.
Falando sobre workshop
do Pai, deixe-me contar-lhe de uma visita que fiz quando tinha oito anos.
O workshop de Deus
O destaque dos lobinhos, meu grupo
escoteiro, era a Caixa de Sabão Derby. Já
ouviu de alguém em pé sobre uma caixa de sabão? Nós ficávamos dentro de
nossas caixas de sabão para ganhar um troféu. A competição era simples.
Construir um carrinho de madeira sem motor, entrar nele, e descer correndo um declive. Algumas das criações eram fantásticas,
completas, com direção e cobertura pintada. Outras nada mais eram que um
assento sobre um chassi de madeira, com quatro rodas e uma corda para a
pilotagem. Meu plano era construir um genuíno conversível vermelho, como o que
vira no manual do escoteiro. Armado com serrote, martelo, uma pilha de tábuas,
e muita ambição, dispus-me a ser o Henry Ford da tropa 169.
O
OBSERVATÓRIO
Não sei por quanto tempo meu pai esteve me
olhando antes de interromper-me o trabalho. Provavelmente não muito, desde que
meus esforços não constituíam uma visão agradável. O serrote emperrava, e a
madeira empenava. Os pregos entortavam, e o painel não se ajustava.
Misericordiosamente, papai interveio; bateu-me no ombro e convidou-me a
segui-lo até o seu workshop.
A pequena casa
branca no fundo do quintal era o domínio de meu pai. Nunca prestei realmente atenção ao que ele fazia lá.
Tudo o que eu sabia era o que ouvia: serras zunindo, martelos batendo, e o
assobio de um trabalhador feliz. Eu guardava minha bicicleta lá, contudo, nunca
notara as ferramentas. Até então, eu não
havia tentado construir algo. Pelas próximas duas horas, naquele dia,
ele introduziu-me no mundo mágico dos cavaletes, esquadros, trenas e brocas.
Mostrou-me como esboçar um plano e medir a madeira. Explicou-me por que é mais
sábio martelar primeiro e pintar depois. Eu estava admirado. O que para mim era
impossível, para ele era simples. Em uma tarde, tínhamos construído um bonito e
respeitável veículo. E, embora eu não tenha saído da corrida com um troféu, saí
com uma grande admiração por meu pai. Por quê? Eu passara algum tempo em sua
oficina.
Você está me acompanhando,
não está? Mostrando-nos os céus, Jesus mostra-nos a oficina de seu Pai. Ele
deixa-nos martelar ou
aparafusar apenas o tempo necessário, então bate em nosso ombro e diz: "Seu Pai pode cuidar disso para você". E
para prová-lo, leva-nos à oficina do
Pai. Com um movimento das mãos, Ele
orgulhosamente proclama: "Nosso Pai está no céu!"
Olhe o Sol! Cada metro quadrado de sol
está constantemente emitindo 130.000 HP, ou
o equivalente a 450 motores de oito cilindradas. E mesmo o Sol, embora
tão poderoso, é uma das menores estrelas nos 100 bilhões de órbitas que compõem
nossa Via Láctea. Segure uma moeda entre os
dedos, e estire o braço em direção ao céu, permitindo que ela lhe eclipse a
visão. Você terá bloqueado de sua
vista quinze milhões de estrelas.
Pense na Terra! O peso de nosso globo tem
sido estimado em seis sextilhões de toneladas (um seis com vinte e um zeros). E
ele está ajustado em vinte e três graus. Um pouco
Uma afeição celestial
mais, ou um pouco menos, e nossas estações seriam perdidas
numa inundação pelo derretimento dos pólos. Embora o globo terrestre gire mil
milhas por hora, ou vinte e cinco mil milhas por dia, ou nove milhões de milhas
por ano, nenhum de nós cai em sua órbita. Nosso Deus, que "O norte estende
sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada" (Jó 26.7), também criou uma
faixa de gravidade invisível para manter-nos seguros.1
Agora, enquanto você se posta no
observatório olhando o workshop de Deus, deixe-me propor algumas questões. Se Ele
é capaz de dispor as estrelas em seus lugares, e suspender o Céu como um
cortinado, você acha que é remotamente possível Deus guiar-lhe a vida? Se o seu
Deus é poderoso o suficiente para acender o Sol, seria Ele poderoso o
suficiente para iluminar-lhe o caminho? Se ele cuida do planeta Saturno o
bastante para dar-lhe anéis, ou de Vênus, para fazê-lo cintilar, haveria alguma
chance de Ele cuidar de você o bastante para suprir-lhe as necessidades? Ou,
como disse Jesus,
Olhai para as aves do céu que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam
em celeiros; e vosso pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor
que elas? E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um
côvado à sua estatura? E, quanto ao vestido, por que andais solícitos? Olhai
para os lírios do campo, como eles crescem: não trabalham, nem fiam; E eu vos
digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer
deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é
lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé? (Mt
6.26-30)
Por que Ele fez isto?
Uma cabana teria bastado, porém Ele deu-nos uma mansão. Ele tinha necessidade de dar uma canção aos pássaros e um pico às montanhas?
Precisava por listras na zebra e corcova no camelo? Teríamos sabido a
diferença, se Ele fizesse o ocaso
cinza, em vez de laranja? Por que as estrelas possuem cintilações, e as
ondas, cristas nevadas? Por que salpicou o cardeal de vermelho, e vestiu a
baleia de branco? Por que envolveu a criação em tal esplendor? Por que Ele
preocupou-se em dar tantos presentes?
O
OBSERVATÓRIO
Por que você o faz? Você faz o mesmo.
Tenho visto você procurar um presente. Tenho
visto você espreitando no shopping center, percorrendo as
galerias. Não estou falando dos presentes obrigatórios. Não estou descrevendo
as compras de última hora, na perfumaria, a caminho da festa de aniversário.
Esqueça as liquidações e os descontos.
Estou falando daquele dinheiro tirado das compras mensais do
supermercado, guardado pouco a pouco, para comprar umas botas de couro de
lagarto; estou falando de ficar olhando mil anéis, a fim de achar para ela o
melhor brilhante; de passar acordado toda a noite de Natal, montando a
bicicleta nova. Por que você faz isto? Você o faz, porque os olhos irão se arregalar. Você o faz, porque o coração parará. Você o faz, porque o queixo cairá. Você o
faz para ouvir aquelas palavras de descrença: "Você fez isto por mim."
É por isso que você
o faz. E é por isso que Deus o fez. Da próxima vez que a aurora prender-lhe a respiração, ou um prado em flores deixá-lo mudo, lembre-se desse
detalhe. Não diga coisa alguma, e ouça como o Céu cochicha: "Você gostou?
Fiz isto para você".
Estou prestes a
falar-lhe de algo que você pode achar difícil acreditar. Você está prestes a ouvir uma opinião que pode espichar-lhe a imaginação. Não precisa concordar
comigo, mas eu gostaria que você a considerasse.
Você não precisa
comprá-la, mas ao menos pense a respeito. Aqui está: Se você fosse a única pessoa na Terra, esta
pareceria exatamente a mesma. As montanhas do Himalaia ainda teriam o seu drama, e o Caribe ainda teria o seu
encanto. O Sol ainda se aninharia atrás dos montes à noite, e espalharia luz sobre os desertos pela manhã. Se você fosse o último
peregrino sobre este planeta, Deus
não diminuiria um grau de sua beleza.
Porque Ele fez tudo isto para você... e
está à espera de que você descubra os presentes. Está esperando que você saia
da toca, esfregue o sono dos olhos, e veja a brilhante bicicleta vermelha que
Ele montou só para você. Está esperando que seus olhos se arregalem e seu
coração pare. Está esperando pelo momento entre o cair do queixo e o pular do
coração. Pois nesse silêncio, Ele se inclina para você e sussurra: Fiz isto
só para você.
Uma afeição
celestial
Acha difícil
acreditar em tanto amor? Está certo. Lembra-se da garotinha que não podia imaginar como eu sabia que ela
estava indo para a escola? Só porque ela não o compreendia, não significa que eu não o soubesse. E só porque
não podemos imaginar Deus nos dando arrebóis, não pense que Ele não o faz. Os pensamentos de Deus são mais elevados que
os nossos. Os caminhos de Deus são maiores que os nossos. E, às vezes,
em sua grande sabedoria, nosso Pai celeste dá-nos um pedacinho do Céu só para
mostrar o seu cuidado.
A Capela
Onde o homem fecha a boca
Santificado seja o teu nome...
Quando morei no
Brasil, levei
minha mãe e sua amiga para conhecer
Foz do Iguaçu, a maior cachoeira do mundo. Algumas semanas antes, eu tornara-me
um perito em cataratas, lendo um artigo na
revista National Geographic. Certamente, pensava eu, minhas
hóspedes apreciarão a boa sorte de me terem como guia.
Para alcançar o mirante, os turistas devem
percorrer uma trilha sinuosa, que os leva através da floresta. Aproveitei a
caminhada para fazer à minha mãe e à sua amiga um relato da natureza de Iguaçu.
Estava tão cheio de informações, que tagarelei o tempo todo. Após alguns
minutos, entretanto, surpreendi a mim mesmo falando cada vez mais alto. Um som
à distância forçava-me a elevar a voz. A cada volta da trilha, eu aumentava o volume.
Finalmente, eu estava gritando acima
A
CAPELA
do ruído, o que era completamente
irritante. Qualquer que fosse aquele barulho, eu preferia que o desligassem
até eu terminara minha preleção.
Só depois de chegar à clareira, compreendi
que o ruído que ouvíamos era a cachoeira. Minhas palavras foram abafadas pela
força e o furor daquilo que eu estivera tentando descrever. Não pude mais ser
ouvido. Ainda que eu pudesse, não tinha mais uma audiência. Mesmo minha mãe
preferia ver o esplendor a ouvir minha descrição. Calei a boca.
Há ocasiões em que o falar profana o
momento... O silêncio representa o mais
elevado respeito. A palavra para tais ocasiões é reverência. A oração para estes momentos é
"Santificado seja o teu nome". E o lugar para esta oração é a
capela.
Se há paredes, você
não as percebe. Se há bancos, você não precisa deles. Seus olhos estão fixos em Deus, e seus joelhos, no
chão. No centro da sala há um trono, e, perante o trono, um banco no qual se
ajoelhar.
Não se preocupe em ter as palavras certas;
preocupe-se antes em ter o coração certo.
Não é eloqüência que Ele procura, apenas honestidade.
A hora de estar em silêncio
Esta foi a lição
aprendida por Jó. Se ele cometera uma falta, esta fora a sua língua. Ele falara demais.
Não que alguém pudesse
culpá-lo. A calamidade arremetera sobre o homem como um leão sobre um rebanho de gazelas, e quando o alvoroço passou, não restara praticamente
uma parede em pé, ou um ente querido
vivo. Os inimigos haviam trucidado as
boiadas, e os raios, destruído os rebanhos. Ventos fortes deixaram soterrados nos escombros os seus filhos que
festejavam.
E esse
fora apenas o primeiro dia.
Jó nem mesmo teve tempo de exprimir sua
dor, antes de ver a lepra em suas mãos, e os furúnculos em sua pele. Sua
esposa, alma compassiva que era, aconselhou-o a amaldiçoar Deus e morrer. Seus
quatro amigos vieram, com a delicadeza de uma britadeira, dizer-lhe que Deus é
bom, e que o sofrimento é conseqüência do
mal; e tão certo como dois mais dois
Onde o homem
fecha a boca
são quatro,
Jó deveria ter algum registro criminal em seu passado, para sofrer tanto.
Cada um deu a sua própria interpretação de
Deus, e falou — longa e sonoramente — sobre quem é Deus, e por que Ele fizera tudo aquilo. Eles não eram os únicos
falando sobre Deus. Quando seus acusadores faziam uma pausa, Jó
dava-lhes uma resposta.
Abriu Jó a sua boca... (3.1).
Então,
respondeu Elifaz, o temanita... (4.1).
Então Jó respondeu... (6.1).
Então
respondeu Bildade, o suíta... (8.1).
Então, Jó
respondeu e disse... (9.1).
Então
respondeu Zofar, o naamatita... (11.1).
Este pingue-pongue verbal continua por
vinte e três capítulos. Finalmente, Jó tem o bastante destas
"contestações". Chega de bate-papo. É hora do tom fundamental do
discurso. Ele agarra o microfone com uma mão, o púlpito com a outra, e vai em frente. Por seis capítulos, Jó dá a sua
opinião sobre Deus. Desta vez, o capítulo registra: "E prosseguindo
Jó", "E prosseguindo Jó", "E prosseguindo Jó". Ele
define, explica e revisa Deus. Parece que Jó sabe mais sobre Deus do que Ele
próprio!
Lemos trinta e sete
capítulos do livro, antes que Deus limpe a garganta para falar. O capítulo trinta e oito começa com
estas palavras: "Então, o Senhor respondeu a Jó."
Se a sua Bíblia é
igual a minha, há um engano neste versículo. As palavras estão corretas, porém o impressor usa os tipos
de tamanho errado. As palavras deveriam estar escritas assim:
ENTÃO, O SENHOR
RESPONDEU A JÓ!
Deus fala. Faces voltam-se ao Céu. Ventos
curvam as árvores. Vizinhos encolhem-se nos refúgios. Gatos apressam-se para o
alto das árvores, e cachorros metem-se no mato. "Está ventando, meu bem. É
melhor tirar a roupa do varal". Deus mal
abrira a boca, e Jó soube que deveria ter calado sua mágoa.
A
CAPELA
Perguntar-te-ei, e, tu, responde-me. Onde estavas tu quando
eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as
medidas, se tu o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão
fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as
estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus
rejubilavam? (Jó 38.3-7)
Deus inunda o Céu com perguntas. Jó
compreende: apenas Deus define Deus. Você precisa conhecer o alfabeto antes de poder ler. Deus conscientiza Jó: " Você
não sabe nem o ABC do Céu, quanto mais o vocabulário". Pela
primeira vez, Jó está quieto. Silenciado por uma torrente de indagações.
Ou entraste tu até as origens do mar, ou passeaste no mais
profundo do abismo? Ou entraste tu até os
tesouros da neve e viste os tesouros da
saraiva...? Ou darás tu força ao cavalo, ou revestirás o seu pescoço de
crinas? Ou espantá-lo-ás, como ao gafanhoto? Ou voa o gavião pela tua inteligência, estendendo as suas asas
para o sul? (Jó 38.16,22— 39.19,20,26)
Jó mal tem tempo de
sacudir a cabeça diante de uma questão, antes que Deus faça a outra. A insinuação do Pai é clara:
"Tão logo você seja capaz de lidar com assuntos tão simples como a
quantidade das estrelas e o estiramento do pescoço da avestruz, teremos uma
conversa sobre dor e sofrimento. Mas até então, podemos passar sem os seus
comentários".
Jó captou a mensagem?
Penso que sim. Ouça-lhe a resposta: "Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão
ponho sobre a minha boca".
Note a mudança. Antes de ouvir Deus, Jó
não podia falar o bastante. Após ouvi-lo, não pôde falar de jeito algum.
O silêncio foi a única resposta
apropriada. Houve uma ocasião na vida de
Thomas Kempis, na qual também foi preciso fechar a boca. Ele havia
escrito profusamente sobre o caráter de Deus. Porém um dia, Deus confrontou-o
com tal graça divina que, a partir daquele momento, todas as palavras de Kempis
"pareciam palha". Ele pousou a caneta e nunca mais escreveu uma
linha. Ele calou-se.
Onde o homem
fecha a boca
A palavra para tais momentos é reverência.
A sala
para tais momentos é a capela.
A frase
para a capela é "Santificado seja o teu nome".
Um corte acima
Esta frase é uma petição, não uma
declaração. Um pedido, não um anúncio.
Santificado seja o teu nome. Entramos na capela e imploramos: "Seja
santificado, Senhor. Faça o que for preciso
para ser santificado em meu viver. Tome o lugar que lhe pertence por direito no trono. Seja exaltado.
Seja magnificado. Seja glorificado. Tu és Senhor, e eu estarei
calado".
A palavra santificado
vem da palavra santo, que significa "separado". O termo remonta a uma antiga palavra
que significa "cortar". Ser santo, então, é ser cortado acima da
norma, superior, extraordinário. Lembra-se do que aprendemos no observatório? O
Deus santo habita num plano diferente do restante
de nós. Aquilo que nos amedronta, a Ele não mete medo. O que nos
preocupa não preocupa a Ele.
Sou mais um marinheiro de água doce do que
um lobo-do-mar, mas estive num barco o
suficiente para conhecer o segredo de
como achar terra em uma tempestade... Você não visa outro barco. Você, certamente, não se concentra
nas ondas. Você firma a vista em um objeto não afetado pelo vento — uma
luz na costa — e segue reto em sua direção. A luz não é afetada pela
tempestade.
Buscando a Deus na capela, você faz o
mesmo. Quando você firma a vista em nosso
Deus, está focalizando alguém "um corte acima" daquilo que
quaisquer tempestades na vida possam trazer.
Como Jó,
você acha paz no sofrimento.
Como Jó, você fecha a boca e fica em silêncio.
"Aquietai-vos e sabei que eu sou
Deus" (SI 46.10). Este versículo contém uma ordem com promessa.
A ordem?
Aquiete-se.
Feche a boca.
A
CAPELA
Dobre os joelhos.
A promessa? Você saberá que eu sou Deus.
O navio da fé viaja sobre as águas. O
crente passeia nas asas da espera.
Demore-se na capela. Demore-se muitas
vezes na capela. Em meio às suas tempestades diárias, faça questão de aquietar-se, e fite os olhos nEle. Deixe Deus ser Deus.
Deixe que Ele o banhe em sua glória, para que sua respiração e seus
problemas sejam sugados de sua alma. Esteja
em silêncio. Esteja quieto. Esteja
ciente e disposto. Então você saberá que Deus é Deus; você não pode
ajudar, mas confessar: "Santificado seja o teu nome".
O Trono
Tocando o coração do Rei
Venha o teu reino...
Recentemente, nossa
família saiu à procura de escrivaninhas. Eu precisava de uma nova para o meu escritório, e prometera à
Andréa e à Sara que também compraria escrivaninhas para os quartos delas. Sara
estava especialmente entusiasmada. Quando chegou da escola, adivinhe o que ela
fez? Brincou de escola! Nunca fiz isto em
minha infância. Eu tentava esquecer as atividades da sala de aula, não
repeti-las. Denalyn assegurou-me de que não havia problema, e de que esta era
uma daquelas diferenças entre os sexos. Então fomos para a loja de móveis.
Quando Denalyn compra móveis, ela prefere um dos dois
extremos — tão antigos, que chegam a ser frágeis, ou tão novos, que nem estão
pintados. Dessa vez, optamos pelo último, e entramos numa loja de móveis crus.
O
TRONO
Andréa e Sara foram
rápidas em suas escolhas, e eu fiz o mesmo. Em dado momento do processo, Sara descobriu que não
levaríamos a escrivaninha para casa naquele dia, e isto perturbou-a profundamente. Expliquei-lhe que a peça tinha de ser pintada, e eles a entregariam dentro de quatro
semanas. Eu poderia igualmente ter dito quatro milênios.
Seus olhos
encheram-se de lágrimas.
— Mas, papai, eu
quero levá-la para casa hoje.
Para crédito de Sara,
ela não bateu os pés, fazendo exigências. Arranjou, no entanto, um modo urgente de fazer seu pai mudar
de idéia. Cada vez que eu me virava para um lado, lá estava ela me esperando.
—
Papai, não acha que nós mesmos poderíamos pintá-la?
—
Papai,
eu mesma poderia fazer alguns desenhos em minha escrivaninha.
— Papai, por favor, vamos
levá-la para casa, hoje.
Após alguns minutos, ela desapareceu, apenas para
Após alguns minutos, ela desapareceu, apenas para
retornar em seguida, com os braços
abertos, borbulhando com a
descoberta:
— Adivinhe, papai! Ela cabe
no porta-malas do carro!
Você e eu sabemos que uma garotinha de sete anos não
Você e eu sabemos que uma garotinha de sete anos não
tem idéia do que cabe ou não num veículo, mas o fato de ela haver
medido o porta-malas, com seus próprios braços, amoleceu-me o coração. O
argumento decisivo, entretanto, foi o nome com que chamou-me:
— Papai, por favor, vamos
levá-la hoje.
A família Lucado levou uma escrivaninha
para casa naquele dia.
Atendi o pedido de
Sara pela mesma razão que Deus atende os nossos. O desejo dela era para o seu bem. Que pai não
gostaria que seu filho passasse mais tempo estudando e desenhando? Sara queria o que eu também queria para
ela. Só que ela o queria o mais rápido
possível. Quando concordamos com o que Deus quer, Ele igualmente nos
ouve (1 Jo 5.14).
O pedido de Sara foi franco. Deus também é
movido por nossa sinceridade. "A oração de um justo é poderosa e
eficaz" (Tg 5.16, NVI).
Tocando o
coração do Rei
Porém, acima de tudo, fui movido a atender
porque Sara chamou-me de "papai". Porque ela é minha filha, atendi o
seu pedido. Porque somos seus filhos, Deus
atende-nos as orações. O Rei da Criação presta especial atenção à voz de
sua família. Ele não apenas está disposto a
ouvir-nos — Ele ama ouvir-nos. E ainda nos diz o que lhe pedir.
"Venha
o teu reino".
Venha o seu reino
Muitas vezes nos
contentamos em pedir menos. Entramos na grande Casa de Deus com uma mochila cheia
de pedidos — promoções
desejadas, aumento salarial ansiado, consertos de carro necessitados, e custos
educacionais solucionados. Geralmente, fazemos nossas orações tão casualmente
quanto pedimos um hambúrguer na lanchonete:
— Quero um problema solucionado e duas
bênçãos, sem discussão, por favor.
Contudo, tal complacência parece
inadequada na capela da adoração. Aqui, estamos ante o Rei do reis. Há pouco,
fechamos nossas bocas em reverência à sua santidade; agora as abrimos para
fazer pedidos? Não pense você que nossas necessidades não lhe interessam. Só
que, aquilo que parecia ur-' gente fora da casa, aqui dentro parece menos
significante. O aumento salarial ainda é importante, e a promoção ainda é
desejada, mas, é por aí que começamos?
Jesus ensinou-nos como iniciar.
"Quando vocês orarem, orem assim: 'Pai nosso que estás nos céus,
santificado seja o teu nome. Venha o teu reino'."
Quando você diz "Venha o teu
reino", está convidando o próprio
Messias a entrar em seu mundo. "Vem, meu Rei! Toma o teu trono na
Terra. Permanece em meu coração. Não te ausentes de meu escritório. Entra em
meu casamento. Sê Senhor em minha família, em meus temores, e em minhas
dúvidas". Este não é um pedido débil; é um audacioso apelo para Deus
ocupar cada ângulo de sua vida.
O
TRONO
Quem é você para
pedir tal coisa? Quem é você para pedir que Deus controle o seu mundo? Você é filho
dEle, ora essa! E então, audaciosamente, você pede." Cheguemos pois com
confiança ao trono da graça,
para que possamos alcançar misericórdia e
achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno" (Hb 4.16).
Um drama espiritual
Uma esplêndida ilustração desta espécie de
audácia é a história de Hadassa. Embora sua língua e cultura estejam num atlas
à parte do nosso, ela pode contar-lhe sobre o poder de uma súplica feita a um
rei. Todavia, há um par de diferenças. O
pedido dela não foi ao pai, mas ao marido — o rei. Sua súplica não foi por uma escrivaninha, mas pelo resgate
de um povo. Porquanto ela adentrou à sala do trono, e abriu o coração ao
rei, este mudou os planos, e milhões de
pessoas, em 127 países, foram salvas.
Oh, eu adoraria que
você conhecesse Hadassa. Porém, uma vez que ela tenha vivido no século V a. C, tal encontro não é
possível. Teremos de nos contentar em ler sobre ela no livro com o seu nome —
seu outro nome — O Livro de Ester.
E que livro ele é!
Seria um desafio para Hollywood reproduzir o drama de sua história... o malvado Hamã, o qual exigia que todos lhe prestassem homenagens... o corajoso
Mardoqueu, que recusava curvar-se ante Hamã... as famosas palavras de
Mardoqueu a Ester, que fora escolhida rainha "para tal tempo como este"... e a convicção de Ester em
salvar seu povo. "Se eu perecer, pereci", resolveu ela.
Vamos
rever os personagens principais.
Xerxes era o rei da
Pérsia; o monarca absoluto desde a índia à Etiópia. Basta Xerxes levantar uma sobrancelha, e o destino
do mundo será mudado. Neste aspecto, ele simboliza o poder de Deus, pois o
nosso Rei controla o Rio da Vida, sem nem mesmo levantar uma sobrancelha.
Hamã (cujo nome
parece soar como "o mau" — o que você constatará ser mais que uma curiosa coincidência) era o
braço direito de Xerxes. Leia cada palavra sobre o tal, e não achará
Tocando o
coração do Rei
algo de bom a respeito dele. Era um insaciável egotista,
desejando a adoração de todos no reino. Incomodado por uma peculiar minoria
chamada "os judeus", decidiu exterminá-los. Convenceu Xerxes de que o
mundo seria melhor com um holocausto, e
marcou a data do genocídio dos filhos de Abraão.
Hamã é um servo do Inferno, um retrato do
próprio diabo, cuja ambição maior é ver todos os joelhos dobrando-se à sua passagem. Satanás também não tem outra meta
senão perseguir o povo de Deus. Ele veio para "roubar, matar e
destruir" (Jo 10.10). "...
O diabo desceu a voz, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco
tempo" (Ap 12.12). Desde a mentira no jardim, ele tem procurado arruinar o
plano de Deus. Neste caso, Satanás espera destruir os judeus e, através disso,
a linhagem de Jesus. Para Hamã, o massacre é questão de conveniência; para
Satanás, de sobrevivência. Ele fará o possível para impedir a presença de Jesus
no mundo.
Por isso, ele não
deseja que você ore como Jesus ensinou: "Venha o teu reino".
Ester, a filha
adotiva de Mardoqueu, tornou-se rainha através de um concurso de Miss Pérsia. Em um único dia, foi da
obscuridade à realeza, e, em mais de um aspecto, ela lembra você. Vocês dois residem no palácio: Ester é a
noiva de Xerxes; você, a noiva de Cristo. Vocês dois têm acesso ao trono do
rei, e ambos têm um consolador que os guia e ensina. Seu Consolador é o
Espírito Santo; o de Ester era Mardoqueu.
Foi Mardoqueu quem instou com ela para que
mantivesse em segredo a sua nacionalidade
judia. Também foi ele quem a persuadiu a falar com Xerxes sobre o iminente
massacre. Você pode admirar-se de que ela precisasse de algum encorajamento.
Mardoqueu deve ter igualmente se admirado. Ouça a mensagem que ele recebeu de
Ester: "... todo o homem ou mulher que entrar ao rei, no pátio interior,
sem ser chamado, não há senão uma sentença, a de morte, salvo se o rei estender
para ele o cetro de ouro, para que viva; e
eu estes trinta dias não sou chamada para entrar ao rei" (Et 4.11).
Por mais estranho que isso nos pareça, nem
mesmo a rainha podia aproximar-se do rei sem ser convidada. Entrar na sala do
trono sem um convite era arriscar-se a visitar o patíbulo
O
TRONO
Todavia, Mardoqueu convenceu-a a aceitar o risco. Se você
se pergunta por que vejo Mardoqueu como uma figura do Espírito Santo, veja como ele a encoraja a fazer o que é certo:
"... Não imagines, em teu ânimo, que escaparás na casa do rei, mais do que
todos os outros judeus. Porque, se de todo te calares
neste tempo, socorro e livramento doutra parte virá para os judeus, mas tu e a
casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este
chegaste a este reino?" (Et 4.13,14).
Veja como Ester
reage: "... Ester se vestiu de seus vestidos reais e se pôs no pátio interior da casa
do rei, defronte do aposento do rei" (Et 5.1).
Você consegue vê-la? Saída diretamente da
capa da revista Mademoiselle Pode ver Xerxes? Agitando um exemplar de Car
and Chariot. Ladeando-o estão dois robustos guarda-costas. Atrás dele, um
eunuco tagarela. À sua frente, um longo dia de gabinete, reuniões e burocracia
real. Ele deixa escapar um suspiro, larga o corpo sobre o trono e... pelo canto
do olho, vê Ester.
"E sucedeu que, vendo o rei a rainha
Ester, que estava no pátio, ela alcançou
graça aos seus olhos" (Et 5.2). Deixe-me dar-lhe minha versão deste
trecho: "Quando o rei viu a rainha Ester parada no pátio, exclamou:
'Uaau!'" "E o rei apontou para Ester com o cetro de ouro, que tinha
na sua mão, e Ester chegou e tocou a ponta do cetro" (Et 5.2).
O que se segue é o rápido colapso do
castelo de cartas de Satanás. Hamã planeja enforcar Mardoqueu, o único homem
que não rasteja aos seus pés. Ester planeja oferecer um duplo banquete a Xerxes
e Hamã. Ao final do segundo banquete, Xerxes dá liberdade a Ester de fazer-lhe
um pedido. Ester olha para o chão, de um modo embaraçado, e fala: "Bem, já
que você o mencionou, há um pequeno favor que venho querendo pedir". E ela
prossegue informando o rei sobre o feroz anti-semita, firmemente decidido a
matar seus amigos como ratos, o que significava que Xerxes estava prestes a
perder sua esposa, se não agisse rapidamente, e... "Você não quer isto,
quer meu bem?"
Xerxes exige o nome do assassino, e Hamã
olha para a saída. Ester derrama o feijão, e
Xerxes perde a compostura. Ele
Tocando o
coração do Rei
precipita-se à porta a fim de tomar um Prozac, apenas para
retornar e encontrar Hamã aos pés de Ester. Hamã está implorando por
misericórdia, mas o rei acha que ele está forçando a rainha. E antes que Hamã
tenha a chance de explicar, é levado ao mesmo patíbulo que construíra para
Mardoqueu.
Hamã herda a forca de Mardoqueu; Mardoqueu
herda o cargo de Hamã; Ester ganha uma boa noite de sono; os judeus vivem para
ver outro dia; e nós ganhamos uma dramática recordação do que acontece quando
nos aproximamos de nosso rei.
Assim como Ester, temos sido arrancados da
obscuridade, e ganhado um lugar no palácio.
Como Ester, temos um
manto real; ela foi vestida com roupas; nós, com justiça.
Como
Ester, temos o privilégio de fazer um pedido.
Foi o que Sara fez.
Seu pedido não foi tão dramático quanto o de Ester, mas mudou os planos de seu pai. De qualquer modo, a
viva parábola de Sara e sua escrivaninha não terminou na loja.
A caminho de casa,
ela deu-se conta de que a minha escrivaninha ainda estava na loja.
— Aposto que você
não pediu, não foi, papai? (Não obtemos porque não pedimos.)
Quando descarregamos sua escrivaninha, ela
convidou-me a estreá-la em sua companhia, fazendo um desenho. Fiz uma gravura
com a inscrição "Escrivaninha de Sara". Ela fez outra com a inscrição
"Amo meu papai" (adoração é a reação certa à prece respondida).
Minha parte favorita da história é o que
aconteceu no dia seguinte. Partilhei este acontecimento em meu sermão
dominical. Um casal de nossa igreja ofereceu-se para levar a escrivaninha e
pintá-la. Quando retornaram, dois dias depois, ela estava coberta de anjos. E
veio-me à mente que, quando oramos para que venha o reino de Deus, ele vem!
Todas as hostes celestes acorrem em nosso auxílio.
O Estúdio
Como Deus
revela sua vontade
Seja feita a tua vontade...
Não fosse tão comum, a cena seria cômica. Dois discípulos,
corações pesados, iam cabisbaixos pelo caminho de Emaús. Vendo-lhes os ombros
caídos, você jamais saberia que era o domingo da ressurreição. Pela expressão
de seus rostos, você acharia que Jesus ainda estava no túmulo. "E nós
esperávamos que fosse ele o que remisse Israel", lamentavam eles (Lc 24.21).
Como se Ele não o tivesse feito! Como é possível alguém
estar tão perto de Jesus e não perceber? Jesus havia exatamente redimido o
mundo, e eles estavam se queixando sobre Roma?! Jesus viera para tratar com o
pecado e a morte, e eles o queriam para tratar com César e os soldados? Jesus
viera para livrar-nos do Inferno, e eles queriam ser livres de impostos?
O ESTÚDIO
Que péssima comunicação! Eles não
perceberam a revolução!
Eu cometi o mesmo
erro no mês passado. A revolução que perdi jamais será comparada àquela que os discípulos deixaram
passar, mas eu a perdi do mesmo modo.
As colônias da Nova Inglaterra nunca mais
foram as mesmas depois da Festa do Chá de Boston. A Europa nunca mais foi a
mesma depois da Batalha da Normandia. A Igreja nunca mais foi a mesma depois
que Lutero fixou suas noventa e cinco teses na porta de Wittenburg. E minha
vida nunca mais será a mesma agora que o e-mail entrou em meu
escritório.
Os pensadores de vanguarda da igreja
vinham tentando esta mudança havia meses. //Pense"/
diziam eles, "basta mover o cursor, clicar o mouse, e a mensagem é
enviada".
Para eles é fácil
dizer. Eles falam "computes". Eu não. Até recentemente, eu pensava que cursor fosse
uma pessoa com linguagem obscena, e mouse, um roedor que se prende em ratoeira. Tanto quanto eu sabia, logging-on era
a função do lenha-dor, e monitor, o rapaz que perguntava por que
você estava perambulando pelos corredores durante a aula.
Como eu iria saber que interface era
um termo usado em computador? Eu achava que fosse uma gíria para o ato de mudar
a direção quando um barco está extremamente perto do outro (Interface, baby!).
Perdoe-me por andar na retaguarda, mas um
companheiro pode manejar melhor. Aconteceu da noite para o dia. Fui
dormir numa sociedade de bilhetes e selos, e acordei
numa cultura sem papel e com e-mail. Você pode imaginar minha
confusão quando todos começaram a tagarelar neste
novo vocabulário. "Tem um e-mail para você, um memo em www.confusao.com.br. Por que você não
faz um download em seu
arquivo, em meu subdiretório, e poderemos chatiar na Internet?
O que há de errado
com "você recebeu o meu bilhete?" Sinto falta dos velhos dias. Sinto
saudades da era passada, de canetas roçando o papel, e lembretes grudados em minha
porta. Anseio ver caligrafia novamente e achar recados sob minha xícara de
café.
Como Deus revela sua vontade
Contudo, a mudança era inevitável e,
fincando o calcanhar no carpete, eu fui arrastado para dentro do mundo do e-mail.
Em parte por ser ocupado, mas principalmente por ser cabeçudo, demorei a
aprender o sistema. Todos os dias, o bip do computador soava alertando-me das
mensagens não lidas. E a cada dia o número
aumentava. "Max Lucado, há dez mensagens não lidas em seu
endereço". "Max Lucado, há 52 mensagens não lidas em seu
endereço". "Max Lucado, há 93 mensagens não lidas em seu
endereço".
Finalmente cedi. Após
ser cuidadosamente instruído e treinado na correta maneira de mover e clicar o hamster (digo, o mouse), achei-me fitando a tela cheia de informações, todas esperando
por mim. Havia uma carta da África, uma piada sobre pregadores, uma dúzia ou
mais de anúncios sobre reuniões (eu as perdera — opa!). Dentro de poucos
minutos, eu estava atualizado, informado e, admito, iluminado. Por mais que eu
deteste dizê-lo, foi bom receber mensagens outra vez.
É semelhante ao que
os dois homens a caminho de Emaús devem ter sentido. Eles também tinham deixado passar alguma
informação; ambos estavam confusos. De qualquer modo, haviam perdido mais que
um memorando sobre uma reunião do comitê.
Haviam perdido o significado da morte de Jesus. O que deveria ter sido
um dia de alegria, foi para eles um dia de desespero.
Por quê? Eles não sabiam como entender a vontade de Deus.
Estavam sozinhos. A maioria de nós tem
gasto horas fitando o monitor da vida, ponderando que direção tomar. Sabemos
que Deus tem um desejo para nós. "Porque eu bem sei os pensamentos que
penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de
paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais" (Jr 29.11).
Deus tem um plano, e este plano é bom.
Nossa pergunta é: Como faço para acessá-lo? Outras pessoas parecem receber
orientação; como posso receber também? Um dos melhores modos de responder a
estas indagações é estudar a história desses dois confusos discípulos a caminho
de Emaús. E, para respondê-las, não conheço um momento melhor que este,
enquanto entramos no próximo compartimento da grande Casa de Deus, e oramos:
"Seja feita a tua vontade".
O
ESTÚDIO
O estúdio
Precisamente embaixo do saguão da capela
está um compartimento despojado de televisores, estéreos, e computadores
infectados por e-mails. Visualize um estúdio com estantes de livros
revestindo as paredes, um tapete trançado no chão, e um fogo convidativo na
lareira. Defronte da lareira, há duas cadeiras de espaldares altos; uma para
você, outra para o seu Pai. Seu assento
está vazio, e seu Pai faz sinal para que você se junte a Ele. Entre,
sente-se, e pergunte-lhe qualquer coisa que esteja em seu coração. Nenhuma
pergunta é insignificante; nenhum enigma é simples demais. Ele tem todo o tempo
do mundo. Entre, e busque a vontade de Deus.
Orar "Seja feita
a tua vontade" é buscar o coração de Deus. A palavra vontade significa "forte
desejo". O estúdio é onde conhecemos os desejos de Deus. Qual é o anseio
do Pai? Sua paixão? Ele quer que você os conheça.
Será que Deus ocultaria de nós o que Ele
vai fazer? Aparentemente não, pois Ele tem percorrido longas distâncias para
revelar-nos sua vontade. Poderia Ele ter feito mais que enviar seu Filho para
guiar-nos? Poderia ter feito mais que dar-nos sua Palavra para ensinar-nos?
Poderia ter feito mais que orquestrar eventos a fim de despertar-nos? Poderia
ter feito mais que enviar seu Espírito Santo para consolar-nos?
Deus não é Deus de
confusão, e onde quer que Ele encontre procuradores sinceros, de coração
confuso, você pode apostar seus presentes de natal, como Ele fará qualquer
coisa possível para ajudá-los
a enxergar a sua vontade. Era isso o que Ele estava fazendo na estrada de
Emaús.
Todos estavam on-line)
eles foram a pé. E viam a morte de Jesus como a morte do movimento que Ele
iniciara; então arrumaram
suas bagagens e foram para casa. E era para onde estavam indo, quando Jesus
apareceu a eles. Quão doce é a aparição de Jesus na estrada. Deixe uma ovelha
tomar a trilha errada, afastando-se da
pastagem, e nosso Bom Pastor — relutante em deixá-la vagar tão longe —
vem para guiá-la ao lar. Como Ele faz isto? Como Ele nos revela a sua vontade?
Você pode surpreender-se com a simplicidade do processo.
Como Deus revela sua vontade
Através do povo de Deus
O primeiro erro da dupla foi negligenciar
as palavras dos discípulos, seus
companheiros. Deus revela a sua vontade através de uma comunidade de
fiéis. Na primeira páscoa, Ele falou através das mulheres, que contaram aos
demais. "... algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de
madrugada foram ao sepulcro; e, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham tido uma visão de
anjos, que dizem que ele vive" (Lc 24.22,23).
Seu plano não mudou.
Jesus ainda fala aos crentes através de outros crentes. "Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as
juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para a
sua edificação em amor" (Ef 4.15,16).
Nesta manhã,
enquanto guiava para o meu escritório, meus olhos divisaram o sinal de trânsito. O sensor dentro de meus olhos
percebeu que a cor da luz era vermelha. Meu cérebro checou meu banco de
memórias, e anunciou o significado da luz vermelha ao meu pé direito. Meu pé
direito reagiu deixando o acelerador e pisando no freio.
Agora, e se meu corpo não houvesse
funcionado adequadamente? E se meus olhos houvessem decidido não ser parte do
corpo porque o nariz ofendera seus sentimentos? Ou, e se o pé estivesse cansado
de ser mandado, e decidisse pressionar o pedal do acelerador em vez do freio?
Ou, e se o pé direito estivesse doendo e, orgulhoso demais, não quisesse contar
ao esquerdo para que este interviesse e ajudasse? Em qualquer das instâncias,
um desastre ocorreria.
Deus tem dado uma atribuição a cada parte
do corpo de Cristo. Um dos modos de Deus revelar-nos a sua vontade é através da
Igreja. Ele fala a um membro do seu corpo através de outro membro. Pode acontecer na classe da Escola Dominical,
num pequeno grupo, durante a santa ceia, ou na hora da sobremesa. Deus tem
tantos métodos quantas são as pessoas.
A propósito, eis por que Satanás não quer
você na igreja. Você tem notado (não tem?) que, quando está fraco espiritual-
O
ESTÚDIO
mente, você também se dirige a Emaús. Você não quer estar
com os crentes. E se está, esgueira-se para dentro e para fora do culto,
apresentando desculpas sobre ter refeições a preparar, ou outro trabalho a
fazer. A verdade é que Satanás não o quer
ouvindo a vontade de Deus. E já que Deus revela sua vontade aos filhos
através de outros filhos, ele não quer você na igreja. Nem quer que você leia a
Bíblia. Isto nos leva a outro modo de Deus revelar-nos a sua vontade.
Através da
Palavra de Deus
Os discípulos descuidaram da Palavra de
Deus. Esse foi seu segundo erro. Ao invés de consultarem a Escritura, deram
ouvidos ao medo. Jesus corrigiu isto, aparecendo-lhes e ministrando um estudo
bíblico. Nós esperaríamos algo um pouco mais dramático de alguém que acabara de
derrotar a morte — transformar uma árvore em cachorro, ou suspender os
discípulos a alguns palmos do chão. Porém Jesus não viu necessidade de fazer
mais que instruir seus seguidores na Escritura.
Ó néscios e tardos de coração para crer tudo o que os
profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas
e entrasse na sua glória? E começando por Moisés e por todos os profetas,
explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras (Lc 24.25-27).
Através das palavras dos profetas, Ele
usou a Escritura para revelar-lhes a sua vontade. Ele não faz o mesmo hoje?
Abra a Palavra de Deus, e você achará a sua vontade.
E a vontade do Pai, que me enviou, é esta: que nenhum de todos
aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia (Jo 6.39).
A vontade de Deus é que você seja
nascido de novo, "não da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de
Deus" (Jo 1.13).
Assim também não é vontade de vosso Pai, que está nos céus,
que um destes pequeninos se perca (Mt 18.14).
Como Deus revela sua vontade
Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: que todo
aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no
último dia (Jo 6.40).
A vontade dEle é que o mundo seja salvo.
Sabendo disto, então, minha tarefa é
aliar-me à sua vontade. Ao encontrar-me indeciso entre dois caminhos,
devo perguntar: "Que caminho contribuirá mais para o reino de Deus?"
Às vezes ele é óbvio.
Não há como, por exemplo, a pornografia melhorar a causa de Deus. Não há razão para achar que
peculato contribua para o reino de Deus (mesmo se você dizima sobre o que
leva). Eu discordaria da pessoa que justifica seu
vício em drogas como um meio de acercar-se misticamente de Deus.
Outras vezes não é
tão claro, mas a indagação ainda é útil. Forçado a escolher entre duas profissões? Irá uma delas permitir
que você seja de grande impacto para o reino de Deus? Dividido entre duas
igrejas onde servir? Irá uma delas proporcionar-lhe
maiores chances de glorificar a Deus? Você pondera se esta pessoa será o
cônjuge certo para você? Pergunte a si próprio: irá ela, ou ele, ajudar-me a
trazer glória para o nome de Deus?
Sua vontade geral provê-nos
diretrizes que ajudam a entender sua vontade específica para nossas
vidas individuais.
Através do andar com Deus
E eles o constrangeram dizendo: Fica
conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles (Lc 24.29).
Também descobrimos a vontade de Deus
despendendo tempo em sua presença. A chave
para se conhecer o coração de Deus é
o relacionamento com Ele. Um relacionamento pessoal. Deus
falar-lhe-á de um modo diferente do que fala a outrem. Só porque Deus falou a
Moisés através de um arbusto em chamas, não significa que devemos todos
sentar-nos perto de um arbusto à espera de
que Ele fale. Deus usou um peixe para convencer Jonas. Isto quer dizer
que devemos fazer cultos de ado-
O
ESTÚDIO
ração no Sea World? Não. Deus revela
pessoalmente seu coração a
cada pessoa.
Por esta razão, é essencial o seu caminhar
com Deus. O coração dEle não é visto numa palestra ocasional, ou numa visita
semanal. Descobrimos-lhe a vontade quando moramos em sua casa todos os dias.
Se você pegasse um nome ao acaso na lista
telefônica, e me perguntasse: "Max, o que Beltrano Sicrano acha do
adultério?" Eu não poderia responder. Não conheço Beltrano Sicrano.
Todavia, se você me perguntasse: "Max, o que Denalyn Lucado acha do
adultério?" Eu nem mesmo teria de chamá-la. Eu sei. Ela é minha esposa.
Temos andado juntos o suficiente para eu saber o que pensa a respeito.
O mesmo é verdade com Deus. Ande com Ele
por tempo suficiente, e conhecerá o seu coração. Quando você gasta tempo com Deus em seu estúdio, você descobre-lhe a
paixão. Aceite o convite, entre pelo caminho de sua alma, e você
perceber-lhe-á a vontade. A propósito, você notou aquela curiosa atitude de
Jesus, no verso 28? "E chegaram à aldeia para onde iam, e ele fez como
quem ia para mais longe."
Jesus não queria estar com os discípulos?
Claro que sim. Porém não queria estar onde
não fosse convidado. Sempre gentil, o Senhor aguarda nosso convite. Note, por
favor: foi depois de eles o terem convidado, que se lhes abriram os
olhos e puderam reconhecer Jesus (v. 31).
Há um
último modo de Deus revelar-nos a sua vontade.
Através do fogo de Deus
Quando os discípulos perceberam que era
Jesus, este desapareceu. Eles disseram um ao outro: "Porventura não ardia
em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as
Escrituras?" (Lc 24.32)
Você não ama este versículo? Eles souberam
que tinham estado com Jesus por causa do
fogo dentro deles. Deus revela a sua vontade, enviando uma tocha a sua
alma. Ele deu a Jeremias um ardor por corações endurecidos. Deu a Neemias um
ardor pela cidade esquecida. Fez Abraão inflamar por uma ter-
Como Deus revela sua vontade
ra que nunca vira. Ateou fogo em Isaías com uma visão
irresistível. Quarenta anos de pregações infrutíferas não puderam apagar o fogo
de Noé. Quarenta anos de deserto foram incapazes de extinguir a paixão de
Moisés. Jerico não pôde arrefecer Josué, nem Golias deter Davi. Havia um fogo
dentro deles.
Não há um fogo
dentro de você? Quer conhecer a vontade de Deus para a sua vida? Então responda: "O que lhe
incen-deia o coração? Órfãos esquecidos? Nações não alcançadas? Missões
urbanas? Transculturais?
Preste
atenção ao fogo interno.
Você tem
uma paixão por cantar? Então cante!
Você se
inquieta por administrar? Então administre.
Você sofre
pelos doentes? Então trate deles!
Você se
aflige pelos perdidos? Então oriente-os!
Quando jovem, sentia a chamada para
pregar. Inseguro de estar correto em minha interpretação da vontade de Deus
para mim, solicitei o conselho de um ministro, a quem admirava. Seu conselho
ainda reverbera verdade. "Não pregue", disse ele, "a menos que
tenha de fazê-lo".
Enquanto ponderava em suas palavras,
encontrei minha resposta: "Eu tenho
de pregar. Se eu não o fizer, o fogo me consumirá".
Que fogo
consome você?
Grave bem: Jesus
veio para fazer você pegar fogo! Ele passeia como uma tocha, de coração para coração, aquecendo o frio, descongelando o gelo, e avivando as cinzas.
Ele é, ao mesmo tempo, um galileu flamejante, e um lume bem-vindo. Ele
veio para purgar a infecção, e iluminar-lhe o rumo.
O fogo do seu coração é a luz do seu caminho.
Negligencie-o para a sua própria perda. Atice-o para o seu próprio deleite.
Assopre-o. Avive-o. Alimente-o. Os cépticos duvidarão dele. Mofarão dele aqueles que não o possuem. Porém aqueles que o
conhecem — e que conhecem a Jesus — entendê-lo-ão.
Conhecer o
Salvador é ser incendiado.
Descobrir
a chama é descobrir-lhe a vontade.
E descobrir-lhe a vontade é acessar um
mundo que você nunca viu.
A Fornalha
Porque alguém orou
Tanto na terra como no céu...
Gostaria que você pensasse em alguém. Seu nome não importa. Sua aparência é secundária. Seu
sexo não interessa. Seu título é
irrelevante. Ele é importante não pelo que é, mas pelo que fez.
Ele foi a Jesus em favor de um amigo. Seu
amigo estava doente, Jesus podia ajudar, e alguém precisava ir a Jesus. Então
alguém foi. Outros cuidaram do homem enfermo de outras maneiras. Alguns
trouxeram comida, outros providenciaram tratamento, e ainda outros confortaram
a família. Cada papel foi crucial. Cada pessoa fui útil, mas, ninguém foi mais
vital que esse que foi a Jesus.
Ele foi porque estava sendo solicitado a
ir. Um veemente apelo viera da família angustiada.
A
FORNALHA
" Precisamos que alguém vá contar a
Jesus que nosso irmão está doente.
Precisamos que alguém vá pedir-lhe para vir. Você iria?"
A indagação veio de
duas irmãs. Teriam ido elas mesmas, mas não podiam deixar a beira da cama do irmão. Precisavam que alguém fosse por elas. Não apenas qualquer
um, saiba você, pois não era qualquer um que podia. Alguns eram ocupados
demais; outros, não conheciam o caminho. Alguns se fatiga-vam rapidamente; outros, eram inexperientes no
percurso. Nem todos podiam ir.
E nem todos iriam. Não era pequeno o
pedido das irmãs. Elas precisavam de um diligente embaixador — alguém que soubesse como achar Jesus. Alguém que não
desistiria no meio da jornada. Alguém que assegurasse a entrega da
mensagem. Alguém que estivesse tão
convencido quanto elas de que Jesus deveria saber o que tinha
acontecido.
Elas conheciam uma
pessoa digna de confiança, e foram a esta pessoa. Elas confiaram suas necessidades a alguém, e esse
alguém levou tais necessidades a Cristo.
Então Marta e Maria "mandaram alguém
dizer a Jesus: Senhor, aquele a quem
amas está doente" (Jo 11.3; versão livre, ênfase minha).
Alguém foi o
portador da petição. Alguém percorreu a trilha. Alguém foi a Jesus no interesse de Lázaro. E porque alguém
foi, Jesus respondeu.
Deixe-me perguntar-lhe, quão importante
era esta pessoa no restabelecimento de Lázaro? Quão essencial era o seu papel?
Alguém pode considerá-lo secundário. Afinal, Jesus não sabe todas as coisas?
Certamente Ele sabia que Lázaro estava doente. Positivo, mas Ele não supre a
necessidade até que alguém vá a Ele com a mensagem. "E Jesus, ouvindo
isto, disse: Esta enfermidade não é para morte, mas para glória de Deus; para
que o Filho de Deus seja glorificado por ela" (v. 4).
Quando Lázaro foi curado? Após alguém fazer
o pedido. Oh, eu sei, a cura não se processaria por vários dias, porém o
cronômetro foi assentado quando o apelo foi feito. Tudo o que se precisava era
a passagem do tempo.
1C
Porque alguém orou
Teria Jesus respondido se o mensageiro não
houvesse falado? Talvez, contudo não temos
garantia. Temos, de qualquer modo, um exemplo: o poder de Deus foi
acionado pela oração. Jesus olhou para a real garganta da caverna da morte e
chamou Lázaro de volta à vida... tudo porque alguém orou.
A fornalha
Na grande Casa de Deus há uma fornalha.
Esta fornalha afeta toda a casa, e suas
orações a abastecem. Suas intercessões são o carvão para o fogo. Suas
súplicas são os gravetos para as chamas. A fornalha está firme, e as chaminés
estão prontas; só é preciso a sua oração.
Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e
súplica; tendo isto em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos
os santos (Ef 6.18, NVI).
Na economia do Céu, as orações dos santos
são uma valiosa mercadoria. João, o apóstolo, concordaria. Ele escreveu a
história de Lázaro, e foi cuidadoso em mostrar a seqüência: A cura começou
quando o pedido foi feito.
Esta não seria a última vez que João
trataria do mesmo ponto. Leia estas palavras escritas por ele: "Eu fui
arrebatado em espírito, no dia do Senhor, e
ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta" (Ap 1.10).
Em espírito no dia do Senhor
Avancemos cinco
décadas para o futuro. João é velho, agora. Ele é a figura grisalha, caminhando pelas rochas entalhadas na
praia. Está à procura de um lugar plano, onde possa ajoelhar-se. É o dia do
Senhor.
Não sabemos quem primeiro chamou este dia
de "dia do Senhor", mas sabemos o porquê. Era, e é, o seu dia.
Pertence a Ele. Ele deixou sua marca no Inferno na manhã desse dia. O
julgamento da sexta-feira tornou-se o clarim do domingo. Este é o dia do
Senhor.
A
FORNALHA
É também o
aniversário espiritual de João. Décadas antes, no primeiro dia do Senhor, João foi sacudido de seu sono e
de sua tristeza pelo anúncio: "Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram" (Jo 20.2). Com
pernas bem mais jovens e fortes, João correu para o túmulo vazio e para
a promessa cumprida. Falando de si mesmo, mais tarde ele confidenciou:
"Então, entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro,
e viu, e creu" (Jo 20.8).
Após a ressurreição veio a perseguição, e
o Pai espalhou seus discípulos como a brisa da primavera espalha dentes-de-leão. João, a testemunha ocular, foi
estabelecer-se em Éfeso. Há uma boa razão para se crer que ele passou
todos os dias do Senhor do mesmo modo como passou o primeiro: conduzindo um
amigo ao túmulo vazio de Jesus.
Contudo, nesse domingo, ele não tinha um
amigo para levar ao túmulo. Achava-se exilado, banido de seus amigos. Sozinho
em Patmos. Separado. Com o golpe da pena de um magistrado, ele fora sentenciado
a passar seus dias sem companhia, sem igreja.
Roma tinha silenciado a língua de Pedro, e
imobilizado a pena de Paulo. Agora ela travaria o pastorado de João.
Indubitavelmente, ela estava satisfeita com sua proscrição. Um a um, o punho de
ferro de César ia esmagando o frágil trabalho do Galileu.
Se Roma soubesse! Mas ela nem tinha idéia.
Nenhum indício. Nenhuma noção. O que Roma
planejara como isolamento, o Céu ordenara como revelação. Roma colocou
João em Patmos a fim de puni-lo. O Céu
colocou João em Patmos a fim de privilegiá-lo. O mesmo apóstolo que vira
o túmulo de Cristo aberto, agora vislumbrava aberta a porta do Céu.
Era o dia do Senhor, veja você. Nem Roma
podia mudar este fato. Era o dia do Senhor em Roma e em Jerusalém. Era o dia do
Senhor no Egito e na Etiópia. E mesmo ao longo da estéril ilha de Patmos, era o dia do Senhor. E João estava, como ele
próprio disse, "em espírito", no dia do Senhor. Posto que separado
dos homens, estava na real presença de Deus. Embora longe dos amigos, estava
face a face com seu Amigo. Ele estava orando.
Porque alguém orou
E enquanto orava, novamente avistou-se com
um anjo. Novamente viu o que homem algum jamais vira. Os mesmos olhos que contemplaram o Senhor ressurreto, viam
agora o Céu aberto. E pelos próximos segundos, minutos, ou dias, João
foi apanhado pela fúria e paixão da vida no final dos tempos, e na presença de
Deus.
E o Céu silenciou
Embora muito possa ser dito sobre o que
ele viu, concen-tremo-nos no que ele ouviu. Antes de falar do que viu, João
fala do que ouviu. E o que ele ouviu foi atordoante. "Eu fui arrebatado em
espírito, no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de
trombeta" (Ap 1.10). Posso imaginar uma voz, e posso imaginar uma
trombeta. Porém imaginar um tom argênteo de voz de trombeta está além do meu
alcance. E então somos recebidos no mundo do Apocalipse, um reino onde o que não
pode acontecer na Terra sempre acontece no Céu.
Por oito capítulos lemos sobre os ruídos
do Céu, captados pelos ouvidos de João — os gloriosos, sonoros, turbulentos,
suaves, e santos sonidos do Céu. Os anjos falam. O trovão es-tronda. Os seres
viventes cantam "Santo, santo, santo", e os anciãos adoram:
"digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque tu criaste todas as coisas..." (Ap 4.11) As almas
dos mártires clamam: "Até quando?" (6.10). A Terra treme, e as estrelas
caem como figos na ventania. A incontável multidão — pessoas de toda nação, tribo, povo, e língua da Terra — grita
em alta voz: "... Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e
ao Cordeiro" (7.10).
O ar está repleto de
sons — terremotos, trombetas, procla-mações e declarações. A partir da primeira palavra do anjo, há
constante atividade e incessante barulho até que: "... fez-se silêncio no
céu quase por meia hora" (8.1). Estranha esta súbita referência a minutos.
Nada mais foi aprazado. Nada foi dito do prolongamento da adoração, ou da
extensão dos cânticos, mas o silencio durou "quase meia hora".
"O que você quer dizer com 'quase meia hora'?", desejamos perguntar.
João te-
A
FORNALHA
ria marcado? Por que "meia hora"? Por que não
quinze minutos, ou uma hora? Não sei. Não
sei se João foi literal ou simbólico. Mas eu sei que, como uma orquestra
silencia ao erguer da batuta do maestro, assim o Céu emudeceu quando o Cordeiro
abriu o sétimo selo.
Enquanto os seis
primeiros selos revelaram como Deus age, o sétimo selo revelou como Ele escuta.
Veja o que acontece após ser
aberto o sétimo selo.
E, havendo aberto o sétimo selo,
fez-se silêncio no céu quase por meia hora. E vi os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes
dadas sete trombetas. E veio outro anjo e pôs-se junto ao altar, tendo um
incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de
ouro que está diante do trono. E a fumaça do incenso subiu com as
orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus. E o anjo tomou o
incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve
depois vozes, e trovões, e relâmpagos, e terremotos (Ap 8.1-5).
Todo o canto cessou. Cada ser da cidade
celestial silenciou. O barulho parou. Uma calma repentina caiu como uma
cortina. Por quê? Por que o Cordeiro ergueu a mão pedindo silêncio? Por que
calaram as vozes argênteas de trombeta? Porque alguém estava orando. O Céu fez
uma pausa. Fez uma pausa para ouvir a oração de... alguém. Uma mãe por seu filho.
Um pastor por uma igreja. Um médico por um doente. Um conselheiro por um
confuso. Alguém chegou à fornalha com uma carga, e orou: "Senhor, aquele a
quem amas está doente".
Quando Jesus ouviu isto
A frase usada pelo amigo de Lázaro é de
notável valor. Quando ele falou a Jesus sobre a doença, afirmou: "Senhor,
aquele a quem amas está doente". Ele não baseou seu apelo no amor
imperfeito de alguém em necessidade, mas no perfeito amor do Salvador. Ele não disse: "Aquele que te ama está
doente". Ele declarou: "Aquele
a quem tu amas este. doente". O po-
Porque alguém orou
der da
oração, em outras palavras, não depende de quem a faz, mas de quem a ouve.
Podemos e devemos repetir a frase de
vários modos. " Aquele a quem amas está cansado, triste, faminto,
solitário, temeroso, deprimido". As palavras da oração variam, porém a
resposta nunca muda. O Salvador ouve a oração. Lembra da frase do Evangelho de João? "E Jesus, ouvindo
isso, disse: Esta enfermidade não é para morte" (Jo 11.4,
ênfase minha).
O Mestre ouviu o pedido. Jesus parou o que
quer que fosse que estivesse fazendo, e tomou nota das palavras do homem. Este
anônimo mensageiro foi ouvido por Deus.
Você e eu vivemos
num mundo barulhento. Conseguir alguma atenção não é tarefa fácil. Devemos estar dispostos a pôr de
lado todas as coisas para ouvir: abaixe o volume do rádio, saia da frente da
TV, feche o livro. É um privilégio quando alguém se dispõe a silenciar todas as
coisas, a fim de poder ouvir-nos claramente. Um raro privilégio, na verdade.
A mensagem de João é incisiva. Você pode
falar para Deus, porque Deus ouve. Sua voz interessa aos céus. Deus leva você a
sério. Quando você entra em sua presença, os atendentes voltam-se para
ouvir-lhe a voz. Não tema ser ignorado. Mesmo se você gagueja ou tropeça; mesmo
se o que você tem a dizer não impressiona a alguém, a Deus impressionará. E Ele
ouve. Ele ouve o lamento do ancião no abrigo. Ouve a rude confissão do recluso
no corredor da morte. Quando o alcoólatra implora por misericórdia, quando o
cônjuge busca orientação, quando o homem de negócios entra na capela, Deus
ouve.
Atentamente. Cuidadosamente. As orações
são honradas como jóias preciosas. Purificadas e autorizadas, as palavras sobem
como deliciosa fragrância ao nosso Senhor. "E o fumo do incenso subiu com
as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus" (Ap 8.4).
Incrível. Suas palavras não param até alcançar o próprio trono de Deus.
Então o anjo "tomou o incensário, e o
encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a
terra" (8.5). Alguém clama, e a esquadra do Céu aparece. Suas orações na Terra ativam o poder de Deus no Céu, e a vontade de Deus é feita "tanto na
terra como no céu".
AFORNALHA
Você é o alguém do
reino de Deus. Você tem acesso à fornalha de Deus. Suas orações levam Deus a mudar o mundo. Você pode
não entender o mistério da oração. Não é preciso. Mas uma coisa está clara: as ações no Céu começam quando na Terra
alguém ora. Que idéia espantosa!
Quando
você fala, Jesus ouve.
E quando
Jesus ouve, o trovão desaba.
E quando o
trovão desaba, o mundo é mudado.
Tudo
porque alguém orou.
A Cozinha
A mesa farta de Deus
O pão nosso de cada dia dá-nos hoje...
Pesquisei um
pouco sobre a cultura da cozinha esta semana. Aqui está o que aprendi: as pessoas adoram falar de comida.
Se você está à procura de um assunto para conversar, tente isto: " Você conhece alguma prática alimentar interessante?"
Não faltarão histórias. A cozinha parece ser um lugar onde todos nós temos
experiências. De fato, pode-se dizer que algumas
pessoas são (huhu) pesos pesados nesta área. Peça que as pessoas lhe
falem de hábitos alimentares curiosos, e elas lhe apresentarão um bocado deles.
Como o tio que despeja melado em tudo o
que come. ("Tudo"? Fiz a mesma pergunta. Tudo, confirmaram.)
Como aquele pai que põe molho de carne no
bolo, ou o outro que come primeiro a crosta da torta. (Ele gosta de deixar o
melhor para o final.)
A
COZINHA
Como o pai (o meu) que esmigalha o bolo de
fubá no leitelho.
Alguém
lembrou um verso:
Como
minhas ervilhas com mel. Fiz isto a vida inteira. O mel lhes dá sabor de
diversão. Mas as deixa grudadas na faca.1
Outro lembrou um velho conto sobre as
esposas tomarem sorvete com as costas da colher, a fim de prevenirem dores de
cabeça.
Mais de uma pessoa foi ensinada a comer
pão depois do peixe, e jamais tomar leite com peixe.
Surpreendeu-me a quantidade de pessoas que
detesta misturar a comida. "Primeiro como todo o feijão. Depois, todo o milho. E então, como a carne." (Corrija-me
se eu estiver errado, mas, estes não serão misturados, de qualquer
modo?) Um companheiro levou isto ao extremo. Para que os alimentos não se
toquem no prato, ele põe cada porção num pires separado.
Conta a história que nas cozinhas da
América colonial havia uma gamela no chão, onde os ossos eram lançados, e os
cachorros comiam junto a ela. Falando em cachorro, mais de uma pessoa lembrou
os dias de contrabando da infância, quando passavam ao animal de estimação os
alimentos não desejados e, com um sorriso angelical, recebiam os aplausos da
mamãe pelo prato limpo.
Arrotos são bem-vindos na China. E um
prato vazio em algumas culturas latinas apenas assegura ao seu hospedeiro que
você ainda está com fome. A prática de cruzar o garfo e a faca sobre o prato, no final da refeição, foi
iniciada pela nobreza italiana, que via a cruz como ações de graças.2
Emily Post teria gemido ante alguns dos
mais antigos escritos sobre etiqueta. Um deles, de 1530, declarava: "Se
você não consegue engolir um pedaço de
alimento, vire-se discretamente, e atire-o nalgum lugar".3
Meu prato preferido foi a história do
homem com nove filhos. A regra de sua cozinha era simples: Papai ganha o últi-
A mesa farta de
Deus
mo pedaço de frango. Se ele não o quiser, o garfo mais
rápido o arrebata. Uma noite, quando os dez fitavam o derradeiro pedaço de
frango na travessa, um temporal causou um blecaute. Houve um grito na escuridão
e, quando a luz retornou, a mão do pai estava sobre a travessa de frango, com
nove garfos cravados nela.
Todos têm uma história de cozinha, ou uma
cozinha histórica. Quer seja a sua cozinha uma fogueira de acampamento no mato,
ou um castelo culinário em Manhattan, cedo você aprendeu que é neste cômodo que
suas necessidades básicas são supridas. Uma garagem é opcional. Uma sala de
estar é negociável. Um escritório é um luxo. Mas, uma cozinha? Absolutamente
essencial. Toda casa tem uma. Até mesmo a grande Casa de Deus.
Regras da cozinha
Ou talvez devêssemos dizer especialmente
a grande Casa de Deus. Pois quem é mais preocupado com suas necessidades
básicas que o seu Pai Celeste? Deus não é um guru da montanha, envolvido apenas
com o místico e o espiritual. A mesma mão que lhe guia a alma dá-lhe alimento
ao corpo. Aquele que o reveste de bondade é o mesmo que o veste com roupas. Na
escola da vida, Deus é ao mesmo tempo o professor e o cozinheiro. Ele prove
fogo para o coração e comida para o estômago. Sua salvação eterna e sua
refeição noturna vêm ambas da mesma mão. Há uma cozinha na grande Casa de Deus;
vamos para o térreo, e desfrutemos de seu calor.
A mesa é comprida. As cadeiras são muitas,
e a comida abundante. Na parede, uma simples oração: "O pão nosso de
cada dia dá-nos hoje". As palavras, embora sumárias, suscitam boas
perguntas. Por exemplo, onde está o "por favor"? Ousamos saracotear
na presença de Deus e dizer "Dá-nos"? Outra questão concerne à
exigüidade da oração. Apenas pão? Nenhuma chance de um pouco de espaguete? E
quanto ao amanhã? Por que estamos orando pela provisão de hoje, e não pela do
futuro?
A
COZINHA
Talvez o melhor modo de responder a esta
indagação seja olhar novamente a parede da cozinha. Abaixo da oração "O
pão nosso de cada dia dá-nos hoje", posso ver duas declarações. Você pode chamá-las de as regras da cozinha.
Você já viu tais regras antes. "Não cante à mesa".
"Lave-se antes de comer". "Leve seu prato para a pia".
"Max ganha uma porção dupla de sobremesa" (Quem dera!).
A cozinha de Deus tem igualmente um par de
regras. A primeira é a regra da dependência.
Regra 1: não seja acanhado, peça.
O único verbo na frase "O pão nosso
de cada dia dá-nos hoje" parece abrupto. Soa conciso, não? Exigente
demais. Um "Por obséquio" não seria mais apropriado? Talvez fosse
melhor um "Desculpe-me, mas poderia pedir-lhe que me desse..." Não
estaria sendo irreverente ao dizer "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje"?
Bem, estaria se fosse por iniciativa sua. Mas não é. Se você tem seguido o
modelo de oração de Cristo, sua preocupação tem sido mais o portento divino que
o seu estômago. As primeiras três petições são centradas em Deus, não em si
próprio. "Santificado seja o teu nome... venha o teu reino... seja feita a
tua vontade".
Seus primeiros
passos dentro da casa de Deus não foram à cozinha, mas à sala de estar, onde lhe foi recordada a sua adoção: "Pai nosso que estás no
céu". Então você estudou a fundação da casa, refletindo sobre a sua
estabilidade: "Pai nosso que estás no céu". A seguir você
adentrou o observatório e maravilhou-se ante o seu trabalho manual: "Pai
nosso que estás no céu". Na capela, você adorou a sua santidade: "Santificado
seja o teu nome". Na sala do trono, você tocou o cetro
estendido e fez a mais importante oração: "Venha o teu reino". No
estúdio, você submeteu seus desejos aos dele e orou: "Seja feita a tua vontade". E tudo no céu foi silenciado quando você colocou sua oração na
fornalha, dizendo: "Tanto na terra como no céu".
A oração apropriada
segue tal caminho, apresentando-nos Deus, antes de apresentar a Ele as nossas necessidades (você pode relê-la agora). O propósito da oração não é
mudar a Deus,
A mesa farta de
Deus
mas a nós. E cada vez que nos aproximamos da cozinha de
Deus, somos mudados. Nosso coração não foi aquecido quando o chamamos de Pai? Nossos temores não foram silenciados quando contemplamos sua constância? Não ficamos
extasiados ao fitarmos os céus?
Enxergar sua santidade levou-nos a
confessar nossos pecados. Convidar seu reino a vir lembrou-nos de parar de
construir o nosso próprio. Pedir que fosse feita a vontade de Deus colocou a
nossa em segundo lugar. E compreender que o Céu pára quando oramos deixou-nos
sem fôlego em sua presença.
Porém, quando entramos em sua cozinha,
tornamo-nos renovados! Temos sido confortados pelo Pai, conformados à sua
natureza, usados por nosso Criador, convencidos de seu caráter, constrangidos
por seu poder, comissionados por nosso Mestre, e compelidos por sua atenção às nossas
orações.
As próximas três petições da oração
abrangem todos os interesses de nossa vida. "O pão de cada dia" diz
respeito ao presente. "Perdoa-nos as nossas dívidas" trata do
passado. "Não nos induzas à tentação" refere-se ao futuro. (A
maravilhosa sabedoria de Deus: como Ele pôde resumir todas as nossas
necessidades em três simples declarações!)
Primeiro ele cuida da nossa necessidade de
pão. O termo significa todas as necessidades físicas da pessoa. Martinho Lutero
definiu pão como "Todo o necessário para a preservação da vida,
incluindo alimento, saúde, casa, lar, esposa e filhos". Este versículo insta-nos a falar com Deus sobre as
necessidades da vida. Ele pode, além disso, dar-nos os luxos da vida, mas
certamente suprirá as necessidades.
Qualquer temor de que Deus não cuidaria de
nossas necessidades foi deixado no observatório. Ele, que deu às estrelas o seu
resplendor, não nos daria o alimento? Certamente! Ele comprometeu-se a cuidar de nós. Não estamos lutando por migalhas
de uma mão relutante, mas confessando a liberalidade de uma generosa mão. A
essência da oração é realmente uma afirmação dos cuidados do Pai. Nossa
provisão é a sua prioridade.
Volte sua atenção ao Salmo 37.
A COZINHA
Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado. Deleita-te também no
Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração (vv. 3,4).
Deus está
comprometido a cuidar de nossas necessidades. Paulo ensina-nos que um homem que não cuida da própria
família é pior que o ímpio (1 Tm 5.8). Quanto mais um Deus santo cuidará de seus filhos! Além de que, como
podemos cumprir sua missão, se nossas necessidades não forem atendidas?
Como podemos ensinar, ou ministrar, ou influenciar, sem que tenhamos
satisfeitas as nossas necessidades básicas? Iria Deus alistar-nos em seu
exército, e não prover-nos de um posto de abastecimento? Claro que não.
"O Deus da paz... os aperfeiçoe em
todo o bem para fazerem a vontade dele"
(Hb 13.20,21). Não foi essa oração respondida em nossa vida? Podemos não
ter tido um festim, mas não temos sempre o
que comer? Talvez não haja banquetes, mas ao menos há pão. E muitas
vezes há banquetes.
De fato, muitos de nós, nos Estados
Unidos, temos problema com a frase "O pão nosso de cada dia dá-nos
hoje" porque nossas despensas acham-se tão lotadas, e nossas barrigas tão
cheias, que raramente pedimos alimento. Pedimos autocontrole. Não oramos:
"Deus, deixa-me comer". Oramos: "Deus, ajude-me a não comer
demais". Você não achará em nossas lojas livros que tratem de sobrevivência
à fome, porém encontrará estantes abarrotadas de livros sobre perda de peso.
Contudo, isto não nega a importância desta frase. Ao contrário. Para nós, os de
barrigas abençoadas, esta oração tem um duplo significado.
Oramos, apenas para encontrar nossa oração
já respondida! Somos como o aluno do segundo grau que decide ir à faculdade só
para descobrir o custo da instrução. Ele corre ao pai e pleiteia: "Sinto
pedir-lhe tanto, papai, porém não tenho mais a quem recorrer. Quero ir para a
faculdade, e não tenho um centavo". O pai põe os braços à volta do filho,
sorri e tranqüiliza: "Não se preocupe filho. No dia em que você nasceu,
comecei a poupar para a sua educação. Já tenho tudo providenciado".
A mesa farta de
Deus
O rapaz fez o pedido apenas para descobrir
que o pai já o atendera. O mesmo acontece a você. Em alguns pontos de sua vida,
ocorrer-lhe-á que alguém está lhe provendo as necessidades. Você dá um gigantesco passo rumo à maturidade, quando
concorda com as palavras de Davi: "... Porque tudo vem de ti, e da tua mão to damos" (1 Cr 29.14).
Você pode estar preenchendo um cheque e mexendo a sopa, mas há mais que
isto para se pôr comida na mesa. E quanto à antiga simbiose da semente e do solo, do sol e da chuva? Quem criou
animais para o alimento, e minerais para o metal? Bem antes de você
saber que precisaria de alguém que provesse para as suas necessidades, Deus já
o tinha feito.
Assim, a primeira regra da cozinha é a da
dependência. Peça a Deus qualquer coisa que
você precise. Ele está comprometido com você. Deus tem a incumbência,
por Ele próprio assinada, de prover por si mesmo. E até agora, você deve
admitir, Ele tem feito um excelente trabalho.
A segunda
regra é a da confiança.
Regra 2: confie no cozinheiro.
Meu levantamento informal sobre hábitos alimentares
trouxe-me à mente o dia em que me empanturrei com massa de biscoito Pilsbury.
Quando eu era criança, minha mãe me deixava lamber a tigela onde preparara a
massa do biscoito. Lembro-me de ficar
pensando como seria formidável fazer uma refeição constituída apenas
daquela coisa doce e grudenta. No colégio, meu sonho tornou-se realidade.
Fomos quatro amigos passar um final de
semana numa fazenda. No caminho, paramos em
uma mercearia. Como você pode imaginar, fomos cuidadosos em selecionar
vegetais frescos, leite desnatado, iogurte com baixo teor de gordura — e ficamos longe dos doces. Além disso, dirigimos até
a Casa Branca e apanhamos o presidente e a primeira-dama para lavarem a
nossa roupa. Está brincando? Enchemos nossos cestos com nada além de fantasias.
Quanto a mim, minha fantasia era massa de biscoitos! Este seria um final de
semana com massa de biscoito Pillsbury. Naquela noite, arranquei o plástico da
A
COZINHA
massa como quem descasca uma banana, e peguei um grande
pedaço... depois outro... depois ourrrtro... depois ouurrrrr-tro. Depois...
ãrg. Eu já tivera o bastante.
É o que geralmente acontece quando fazemos
nosso próprio menu. Note que é a primeira vez que empregamos a palavra menu. A cozinha na casa de Deus não é
restaurante. Ela não pertence a um
estranho; ela é conduzida por seu pai. Não é um lugar que você visita e
deixa; é um lugar para demorar-se e bater papo. Não está aberta num horário, e
fechada no outro. A cozinha está sempre disponível. Você não come e paga; você
come e diz "obrigado". Contudo, talvez a diferença mais marcante
entre uma cozinha e um restaurante seja o menu. Uma cozinha não possui um
sequer.
A cozinha de Deus
não precisa de menu. As coisas podem ser diferentes em sua casa, mas na cozinha de Deus, aquele que
providencia o alimento é o mesmo que prepara a refeição. Não assumimos ares
superiores em sua presença, exigindo iguarias. Nem nos sentamos do lado de fora
da porta, à espera de migalhas. Simplesmente tomamos lugar à mesa e, alegremente, confiamos nele para dar-nos "o pão
nosso de cada dia".
Que manifesto de confiança! Aquilo que o
Senhor quer que eu tenha é tudo o que eu quero. Em seu livro Victorious
Praying, Alan Redpath traduz a frase assim: "Dá-nos neste dia o pão
condizente com nossas necessidades".4 Alguns dias, o prato vem
lotado. Deus continua trazendo mais comida, e nós continuamos afrouxando os
cintos. Uma promoção. Um privilégio. Uma amizade. Um presente. Uma existência
de graça. Uma eternidade de alegria. Há ocasiões em que literalmente nos empurramos
para fora da mesa, espantados com a bondade
de Deus. "Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus
inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda" (SI
23.5).
E então há aqueles dias quando, bem,
quando temos de comer nosso brócolis. Nosso pão diário pode ser lágrimas, ou
tristezas, ou disciplina. Nossa porção pode incluir adversidade bem como
oportunidade.
Este versículo esteve em minha mente, na
noite passada, durante o culto doméstico. Chamei minhas filhas à mesa, e
A mesa farta de Deus
coloquei um prato diante de cada uma. No centro da mesa,
dispus a comida: algumas frutas, verduras cruas, e biscoitos Oreo.
— A cada dia —
expliquei — Deus nos prepara um prato de experiências. Que tipo de prato vocês mais apreciam?
A resposta foi fácil. Sara pôs três
biscoitos em seu prato. Alguns dias são como esse, não são? Alguns dias são
"três biscoitos diários". Outros não. Às vezes, nosso prato não tem
nada além de vegetais — vinte e quatro horas de aipo, cenouras e abóboras. Aparentemente
Deus sabe que precisamos de força e, embora a porção seja difícil de engolir,
não é para o nosso bem? Na maioria dos dias, entretanto, temos de tudo um
pouco. Vegetais, que são saudáveis, porém sem graça. Frutas, que são mais
gostosas, e apreciamos. E até um biscoito, que faz pouco por nossa nutrição,
porém muito por nossa atitude.
Tudo é importante, e tudo vem de Deus.
"E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles
que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto" (Rm 8.28). Devemos todos aprender com o segredo de Paulo:
"Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas, estou instruído,
tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a
padecer necessidade" (Fp 4.12).
Talvez a essência da oração se encontre no
livro de Provérbios.
Não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da
minha porção acostumada; para que, por ventura, de farto te não negue e diga:
Quem é o Senhor? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de
Deus (Pv 30.8,9).
Da próxima vez que seu prato contiver mais
vegetais que torta de maçã, lembre-se de quem preparou a refeição. E da próxima
vez que achar em seu prato uma porção difícil de engolir, fale com Deus a
respeito. Jesus o fez. No jardim do Getsêmani, o Pai deu-lhe um cálice de
sofrimento tão amargo, tão vil, que Jesus o
devolveu ao Céu. "Meu Pai", orou ele, "se é
A
COZINHA
possível,
passa de mim este cálice; todavia não seja como eu quero, mas como tu
queres" (Mt 26.39).
Até a Jesus foi dada uma porção difícil de
tragar. Porém, com a ajuda de Deus, Ele a tomou. E com a ajuda de Deus, você
também poderá fazê-lo.
O Telhado
Sob a graça de Deus
Perdoa-nos as nossas dívidas.
Perdoe-me puxar o assunto, porém
devo fazê-lo. Compreendo que o tópico seja pessoal, mas há momentos em que necessitamos trazê-lo a público.
Preciso conversar com você sobre sacar a
descoberto no banco. Seu salário atrasou. Seu senhorio foi demasiadamente
presto em cobrar o aluguel. Você estava indo fazer um depósito, mas sua tia
ligou de Minnesota e, quando você chegou ao banco, ele já estava fechado, e
você não sabia como fazer um depósito à noite.
Não importa os motivos, o resultado é o
mesmo: insuficiência de fundos. Que frase agourenta! Na extensa galeria das
frases famosas, " insuficiência de fundos" encontra-se pendurada no
mesmo corredor que " A Receita Federal fará uma auditoria em sua
conta", "Será preciso tratar o canal", "Vamos
O
TELHADO
parar de sair e ser apenas
amigos". INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS. (Sinta o impacto total da frase. Imagine ouvir tais palavras
ditas por um homem com longos caninos, capa preta, e uma voz profunda, num
castelo da Transilvânia. "Você está com insuficiência de fundos".)
Você está a
descoberto. Você deu mais do que tinha. Você gastou mais do que podia. E adivinhe quem tem de pagar
algumas contas? O banco, não; eles não preencheram qualquer cheque. Nem a loja;
eles não fizeram qualquer compra. Tampouco sua tia de Minnesota, a menos que
ela tenha por você um coração derretido. No grande esquema das coisas, você
pode dar todas as desculpas que quiser, mas um cheque devolvido aterrissa no
colo de quem o preencheu.
O que você faz, se não tem qualquer
dinheiro? O que faz, se não tem algo a depositar, além de uma desculpa honesta
e um punhado de boas intenções? Ora para que uma alma abastada faça um grande
depósito em sua conta? Se você está falando
de seus débitos financeiros, não é provável que isto aconteça. Se no entanto está falando de seus débitos
espirituais, isto já foi feito.
Seu Pai tem-lhe coberto o que faltava. Na
casa de Deus, você está coberto pelo telhado da graça.
O telhado de proteção
O telhado de uma casa raramente é notado.
Com que freqüência seus hóspedes entram em
sua casa dizendo: "Você tem um dos mais excelentes telhados que já
vi"? Temos tido, durante anos, centenas de pessoas entrando e saindo de
nossa casa e, honestamente, não me recordo de alguém comentar sobre o telhado. Eles podem lembrar-me de aparar
o gramado, limpar minha calçada, mas... elogiar meu telhado? Ainda não.
Tal desconsideração não é culpa do
construtor. Ele e sua equipe laboraram durante horas alinhando vigas e fixando
telhas. Não obstante os seus esforços, a maioria das pessoas notaria antes uma
lâmpada de dois dólares do que o telhado.
Não cometamos o mesmo
erro. Ao cobrir sua grande casa, Deus não mediu gastos. De fato, o telhado
foi a parte mais cus-
Sob a graça de
Deus
tosa da estrutura. Custou-lhe a vida de seu Filho. Ele
convida-nos a estudar sua obra em virtude de três palavras no centro da oração:
"Perdoa nossas dívidas".
Possuímos uma dívida
que não podemos pagar
Dívida. A palavra grega para dívida não tem mistério. Ela
simplesmente significa "dever algo a alguém". Se estar em débito é
dever algo a alguém, não seria inapropriado falarmos de dívida na oração, uma
vez que estamos todos em débito com Deus?
Não estamos em dívida com Deus quando
desobedecemos seus comandos? Ele nos manda
ir ao Sul, e vamos ao Norte. Ele nos
manda virar à direita, e viramos à esquerda. Em vez de amarmos o
próximo, fazemos-lhe mal. Ao invés de buscarmos a vontade de Deus, buscamos a
nossa própria. Foi-nos ordenado perdoar os nossos inimigos, porém os atacamos.
Desobedecemos a Deus.
Não estamos em débito com Deus, quando o
negligenciamos? Ele fez o Universo, e nós
aplaudimos a ciência. Ele cura o doente, e aplaudimos a medicina. Ele
concede beleza, e damos o crédito à "Mãe Natureza". Ele nos dá
possessões, e saudámos a ingenuidade humana.
Não entramos em débito quando
desrespeitamos os filhos de Deus? E se eu fizesse a você o que faço a Deus? E
se eu gritasse com os seus filhos em sua presença? E se eu batesse neles, ou os xingasse? Você não toleraria tal
coisa. Mas não fazemos o mesmo? Como Deus se sente quando maltratamos um
de seus filhos? Quando maldizemos a sua descendência? Quando criticamos um colaborador, ou mexericamos sobre um parente,
ou falamos de alguém, em vez de falarmos com ele? Não estamos em débito com
Deus, quando maltratamos um vizinho?
"Um momento, Max, você quer dizer
que, cada vez que faço uma dessas coisas, estou preenchendo um cheque a ser
descontado de minha conta, no banco celestial?"
É exatamente o que estou dizendo. Também
estou dizendo que, se Cristo não nos
tivesse coberto com a sua graça, cada
O
TELHADO
um de nós estaria sem fundos nessa conta. Quando se
procurasse por bondade, teríamos insuficiência de fundos. Santidade inadequada. Deus requer um certo saldo de
virtude em nossa conta, e este é maior que o possuído por qualquer um de
nós. Nossa quota de santidade apresenta-se insuficiente, e apenas os santos
verão o Senhor. O que podemos fazer?
Podemos tentar fazer alguns depósitos.
Talvez se eu acenar aos vizinhos, ou elogiar o meu marido, ou ir à igreja no
próximo domingo, ajuntarei algum saldo. Porém, como você saberá se já fez o
suficiente? Quantas vezes preciso ir ao banco? Quanto crédito necessito? Quando
posso relaxar?
Esse é o problema.
Você nunca pode relaxar. "Todavia ao homem que não trabalha, mas confia em Deus que justifica o
ímpio, sua fé lhe é creditada como justiça" (Rm 4.5, NVI). Se você está
tentando justificar sua própria demonstração de contas, esqueça qualquer possibilidade de paz. Você passará o resto
de seus dias soprando e bufando diante dos guichês do banco. Você está tentando
justificar uma conta que não pode ser justificada por você. Posso lembrá-lo do
telhado de graça que o cobre?
"É Deus quem justifica" (Rm 8.33).
Deus pagou um débito
que não era dEle
Deus atribuiu a si
mesmo a tarefa de equilibrar nossa conta. Você não pode lidar com seus próprios pecados. "Quem pode perdoar pecados, senão Deus?" (Mc 2.7).
Jesus é "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo
1.29).
Como Deus
lida com o nosso débito?
Deixa-o passar? Ele poderia tê-lo feito.
Poderia ter queimado o extrato. Poderia ter ignorado seu cheque sem fundos. Mas iria um Deus santo fazer isso? Poderia um
Deus santo fazer isso? Não. Caso contrário, Ele não seria santo. Além
disso, é assim que esperamos que Deus
conduza seu mundo — ignorando nossos pecados e, dessa forma, endossando
nossas rebeliões?
Ele puniu você por seus pecados?
Novamente, Ele poderia fazê-lo. Ele poderia
ter riscado seu nome do livro, e varrido
Sob a graça de
Deus
você da face da Terra. Mas iria um Deus amoroso fazer isso?
Poderia um Deus amoroso fazer isso? É com um amor eterno que
Ele o ama. Nada pode separar você do amor de Deus.
Então o que fez Ele? "Deus em Cristo
estava reconciliando consigo o mundo, não lançando em conta os pecados dos
homens. Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele
nos tornássemos justiça de Deus" (2 Co 5.19,21, NVI).
Não perca o sentido do que aconteceu. Ele
pegou sua demonstração de contas, escorrendo tinta vermelha e cheques ruins, e colocou o próprio nome em cima. Pegou o
demonstrativo bancário dEle mesmo, com o registro de um milhão de
depósitos, e nenhuma retirada, e pôs em cima o seu nome. Ele assumiu a sua
dívida. Você assumiu a fortuna dEle. E isso não é tudo.
Ele ainda pagou-lhe a pena. Se você está
descoberto no banco, uma multa deve ser paga. Se você está descoberto com Deus, uma pena deve ser igualmente paga. A multa
no banco é uma chatice. Porém a pena de Deus é o Inferno. Jesus não apenas
equilibrou-lhe a conta, como pagou-lhe a pena. Ele tomou-lhe o lugar e
pagou o preço por seu pecado. "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós" (Gl 3.13).
Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas,
o justo pelos injustos, para conduzir-nos a
Deus. Ele foi morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito (1 Pe 3.18,
NVI).
Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas
nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas
pisaduras fomos sarados (Is 53.5).
"Porque com uma só oblação
aperfeiçoou para sempre os que são
santificados" (Hb 10.14). Nenhum sacrifício mais precisa ser feito.
Depósitos não são mais necessários. Tão perfeito foi o pagamento que
Jesus usou um termo bancário para proclamar
sua salvação. "Está consumado!" (Jo 19.30). Tetelestai era
um termo financeiro usado para anunciar a última prestação, o último pagamento.
O
TELHADO
Agora, se a tarefa está completa, alguma
coisa mais é requerida de você? Claro que não. Se a conta está exata, que mais
poderia você acrescentar? Não é o pronunciar da frase "perdoa-nos as
nossas dívidas" que nos torna merecedor da graça. Repetimos as palavras
para recordar o perdão que possuímos, não para alcançar o perdão que
precisamos. Falarei mais sobre isso no próximo capítulo, mas, antes de
seguirmos adiante, podemos conversar francamente?
Para alguns de vocês,
é novidade essa idéia de cheque sem fundo e graça de Deus, mas, ela não é preciosa? Honestamente, você
já deu algum presente que se compare com a graça de Deus? A descoberta deste
tesouro de misericórdia faz do mais pobre mendigo um príncipe. Perder esta dádiva
faz do milionário um paupérrimo.
Muitos de vocês já conheciam a idéia. Oro
para que a recordação os encoraje.
Contudo, para outros, isto é mais que boas
novas... é novíssima nova. Você nunca soube que havia um telhado de graça. E
que grande telhado ele é. As telhas são grossas, e as vigas, fortes. Debaixo
dele, você está protegido das tempestades de culpa e vergonha. Sob a cobertura
de Cristo, nenhum acusador pode atingi-lo, e nenhum ato condená-lo.
Não é bom saber que nunca mais você terá
de ficar do lado de fora, na tempestade?
"Porém o telhado é grande o bastante
para mim?" Indaga você. Bem, ele foi grande o bastante para alguém que
negou a Cristo (Pedro). Para outro que escarneceu de Cristo (o ladrão na cruz). E para aquele que perseguia a Cristo (Paulo).
Sim, ele é grande o bastante para você. Embora você tenha passado a vida
inteira preenchendo cheques sem fundos, Deus carimbou estas palavras em seu demonstrativo de contas: MINHA GRAÇA LHE É
SUFICIENTE.
Imagine um cheque em branco. A importância
desse cheque é "graça suficiente". A assinatura nesse cheque é a de
Jesus. A única linha em branco é para o recebedor. Esta parte é sua. Posso
instar com você a que passe alguns minutos com o seu Salvador, recebendo este cheque? Medite na obra da graça. Olhe
para o telhado. Suas vigas são do Calvário. E os pregos,
Sob a graça de
Deus
uma vez, fixaram o Salvador sobre a cruz. O sacrifício dele foi
por você.
Expresse sua gratidão por tamanha graça.
Quer seja pela primeira vez, ou pela milésima, deixe-o ouvir você sussurrar:
"Perdoa-nos as nossas dívidas". E deixe-o responder sua oração,
enquanto você se imagina escrevendo seu nome na linha em branco do cheque.
Talvez seja melhor eu me eclipsar agora, e
deixar vocês dois conversarem. Estarei esperando no corredor da grande Casa de
Deus.
O Corredor
Graça recebida, graça dada
Perdoa-nos as nossas
dívidas, assim como nós
perdoamos aos nossos
devedores...
Porque, se perdoardes
aos homens
as suas ofensas,
também vosso Pai celestial
vos perdoará a vós.
Se, porém, não
perdoardes aos homens as
suas ofensas, também
vosso Pai vos não
perdoará as vossas
ofensas.
Gostaria de conversar
com você sobre: caçadores de recompensa;
nitroglicerina em volta do pescoço; um dos mais importantes princípios
bíblicos; e sanduíches de quiabo e anchova. Porém antes, comecemos com uma
reflexão sobre um cobrador.
Viver sob a mira de um cobrador não é
divertido. Eu deveria saber. Tive um atrás de mim por três meses. Ele não era um membro da Máfia nem pertencia a gangue alguma.
Ele possuía um número de telefone e uma comissão: vir em meu encalço e
fazer-me pagar a conta.
Sua ocupação? Cobrar pagamentos de dívidas
atrasadas para uma companhia de cartão de crédito. Espero que você acredite em
mim quando digo que eu já havia pago a conta. Ele certamente não acreditava. Eu
sabia que estava paga —
O
CORREDOR
tinha a fatura quitada para comprová-lo. O único problema é
que a fatura estava em um navio, com todos os nossos demais pertences, em algum
lugar entre Miami e o Rio. Tínhamos acabado de nos mudar para o Brasil, e
nossas coisas estavam a caminho. Por três meses eu não teria acesso ao meu
extrato bancário. Ele não queria esperar tanto tempo.
Ameaçou arruinar meu crédito, processar a
agência de viagem, e chamar a polícia; chegou a dizer que contaria à minha mãe
(linguarudo). Após semanas de telefonemas cobrando-me, ele deixou de
aborrecer-me. Nenhuma explicação. Tudo o que posso imaginar é que ele seguiu
para o norte do equador, em vez do sul, e deixou-me em paz. E também deixou-me
pasmo. Lembro-me de ter perguntado a Denalyn: "Que espécie de pessoa
aprecia tal trabalho? Sua profissão é agravante."
Um bom dia para ele significa um mal dia
para todos os que ele contata. Não me interprete mal. Compreendo que tal
ocupação é necessária. Apenas me pergunto que tipo de pessoa a desejaria. Quem
deseja ser um missionário da miséria? Cobradores passam o dia fazendo as
pessoas se sentirem mal. Ninguém quer receber seus telefonemas. Ninguém fica
feliz em vê-los à porta. Ninguém deseja ler-lhes as cartas. Pode imaginar o que
suas esposas dizem quando eles saem para o trabalho? "Faça-os se
retorcerem, querido". Seus patrões os estimulam com o prêmio "sangue
de um nabo". Quem é seu herói? Godzilla? Que ocupação! O dia de pagamento
deles é o mesmo que está no seu cheque de pagamento, e eles estão ávidos por
alcançá-lo. Pode imaginar-se passando os dias desse modo?
Talvez você possa. Talvez todos possamos.
Mesmo os melhores dentre nós passam o tempo exigindo pagamento. Alguém lhe deve
alguma coisa? Um pedido de desculpa? Uma segunda chance? Um recomeço? Uma
explicação? Um obrigado? Uma infância? Um casamento? Pare e pense (algo que há
muito não o encorajo a fazer), e você poderá alistar um monte de gente em
dívida com você. Seus pais deveriam ter sido mais protetores. Seus filhos
deveriam ter sido mais apreciativos. Seu cônjuge deveria ser mais sensível. Seu
pregador deveria ter sido mais atencioso.
O que você vai fazer com esses que lhe
devem? No passado, as pessoas meteram as mãos em seus bolsos e tomaram o
Graça recebida, graça dada
que era seu. O que você vai fazer? Poucas questões são mais
importantes que esta. Lidar com dívidas está no âmago de sua ventura. E também
está no centro da oração do Senhor.
Havendo-nos lembrado
da graça que recebemos, Jesus fala agora da graça que devemos partilhar.
Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos
nossos devedores... Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também
vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as
suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas (Mt
6.12,14,15).
A grande Casa de Deus é atravessada de
ponta a ponta por um imenso corredor. Você
não pode ir de um aposento para o outro sem usá-lo. Quer deixar a
cozinha e ir ao estúdio? Use o corredor. Deseja ir da escada à capela? Use o
corredor. Você não pode ir a lugar algum sem caminhar por ele. E você não pode
caminhar pelo corredor sem dar de cara com as pessoas.
Jesus não questiona
a realidade de suas ofensas. Ele não duvida de que você tem pecado. A questão não é
a existência da dor, mas o seu tratamento. O que você vai fazer com as suas
dívidas?
Dale Carnegie conta de uma visita ao
Yellowstone Park, onde viu um urso pardo. O imenso animal estava no centro de
uma clareira, alimentando-se das sobras de um acampamento. Por vários minutos,
banqueteou-se sozinho; nenhuma outra criatura
atreveu-se a chegar perto. Após alguns momentos, porém, uma jaritataca
atravessou o prado em direção ao alimento, e tomou seu lugar junto ao urso
pardo. O animal não objetou, e Carnegie soube porquê. "O urso pardo",
disse ele, "conhecia o alto preço de tirar desforra".1
Seria prudente aprendermos a lição. A
desforra da ofensa é feita a grandes expensas.
O alto custo da desforra
Primeiro, você paga um preço relativo. Já
observou, nos filmes de faroeste, como o caçador de recompensa viaja sozinho? Não é difícil descobrir o porquê. Quem
O
CORREDOR
gostaria de andar com um sujeito que, para viver, faz
desforras de ofensas? Quem desejaria arriscar-se ao seu lado? Mais de uma vez tenho ouvido alguém vomitar sua fúria.
Achavam que eu estava ouvindo, quando eu, na realidade, estava pensando:
"Espero jamais figurar na sua lista". Classe intratável, esses caçadores de recompensas. Melhor deixá-los em paz.
Exponha-se a alguém enfurecido, e você poderá ser vítima de uma bala
perdida. Cobrança de dívida é uma profissão isolada, além de uma insalubre
ocupação.
Fisicamente,
você paga um alto preço.
A Bíblia enfatiza
melhor: "... a ira destrói o louco" (Jó 5.2). Isto me lembra Amos e Andy. Amos pergunta
a Andy o que é aquela garrafinha pendurada em seu pescoço.
"Nitroglicerina", responde ele. Estupefato por Andy estar usando um
colar de nitroglicerina, Amos pede uma explicação. Andy conta-lhe sobre um
colega que tem o mau hábito de empurrar o peito das pessoas enquanto fala. "Isso me deixa louco", termina
Andy. "Estou usando esta nitro para, da próxima vez que ele me
empurrar, explodir-lhe o dedo.
Andy não é o primeiro a esquecer-se de
que, quando se tenta desforrar, acaba-se ferido. Bildade estava certo ao
afirmar: "... despedaças a tua alma na tua ira" (Jó 18.4). Já percebeu que costumamos descrever a pessoa que nos
aborrece como uma "faca na garganta"? A que garganta estamos
nos referindo? Não a dela, certamente. Quem sofre somos nós.
Algum tempo atrás, eu
estava falando sobre a raiva em uma reunião para homens. Descrevi o
ressentimento como uma prisão, e observei que, quando trancamos alguém na cela
de nosso ódio,
ficamos empatados guardando a porta. Após a mensagem, um senhor apresentou-se a si mesmo como um
"prisioneiro". Ele descreveu como o guarda do portão do presídio está
mais confinado que o recluso. O guarda passa seus dias num espaço de 1.20m x
1.50m, enquanto o "prisioneiro" tem uma cela de 3m x 4m. O guarda não
pode arredar pé. O prisioneiro pode dar uma
volta no pátio. O prisioneiro pode relaxar, mas o guarda tem de estar constantemente alerta. Você pode
objetar: "Sim, mas o guarda da prisão pode ir para casa à
noite." Verdade. Porém o guarda da prisão do ressentimento não pode.
Graça recebida, graça dada
Se você se põe a cobrar a ofensa, jamais
descansará. Como poderia? Primeiro, seu inimigo poderá nunca pagá-lo. Por mais
que você mereça um pedido de desculpas, seu devedor pode não concordar. Pode
ser que o racista nunca se arrependa. O chauvinista talvez nunca mude. Por mais
justificada que seja sua busca de vingança, você poderá jamais obter um centavo
de justiça. E se o conseguir, será suficiente?
Pensemos seriamente. Quanto de justiça é
suficiente? Imagine seu inimigo por um momento. Imagine-o amarrado ao
pelourinho. O carrasco volta-se a você e indaga: "Quantas
chibatadas?" E você fornece um número. O chicote estala. O sangue escorre.
A punição é imposta. Seu adversário cai, e você se retira.
Está feliz agora? Sente-se melhor? Está em
paz? Por enquanto, talvez. Mas logo uma nova lembrança virá à tona, e outra
chicotada será necessária, e... quando isto parará?
Só pára quando você leva a sério as
palavras de Jesus. Leia-as novamente. "Perdoa-nos as nossas dívidas, assim
como nós perdoamos aos nossos devedores... Porque se perdoardes aos homens as
suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não
perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as
vossas ofensas".
Através destes versículos descobrimos o
custo máximo da desforra. Tenho sugerido que você paga um alto preço, relativa
e fisicamente, porém Jesus tem uma razão muito mais importante para você
perdoar. Se você não perdoa, paga um alto preço espiritualmente.
Antes de discutirmos o significado destes
versos, seria sensato salientar o que eles não significam. O texto não sugere
que obtemos a graça de Deus concedendo graça. Ao primeiro olhar, a frase parece
apresentar uma espécie de pacto triangular. "Se perdôo meu inimigo, Deus
me perdoará". Uma leitura fortuita sugere que obtemos nosso perdão,
oferecendo perdão a outrem; clemência é um mérito que me salva. Tal
interpretação é impossível pela simples razão de conflitar com o restante das
Escrituras. Se podemos alcançar perdão mediante perdoarmos os outros (ou por
qualquer boa ação), por que precisamos de um Salvador? Se podemos pagar por
nossos pecados com a
O
CORREDOR
nossa clemência, por que Jesus morreu por nossas
iniquidades? Se a salvação é o resultado de nossos esforços, por que Paulo
insistiu: "Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós;
é dom de Deus"? (Ef 2.8)
A salvação
é um presente gratuito.
Torna vir à tona a questão do último
capítulo. Se já estamos perdoados, por que Jesus nos ensinaria a orar
"Perdoa-nos as nossas dívidas"?
Pela mesmíssima razão que você desejaria
ver seus filhos fazendo o mesmo. Se minhas filhas violam um de meus critérios,
ou desobedecem a uma de minhas regras, não as rejeito. Não as chuto para fora
de casa, nem lhes digo para mudarem de sobrenome. Contudo, espero que sejam
honestas e apresentem desculpas. E até que elas o façam, a ternura de nosso
relacionamento sofrerá. A natureza do relacionamento não mudará, mas a
intimidade sim.
O mesmo acontece em nosso caminhar com
Deus. Confissões não criam um relacionamento com Deus; simplesmente o nutrem.
Se você é um crente, admissão de pecados não lhe altera a posição diante de
Deus; intensifica, porém, a sua paz com Ele. Quando confessa, você concorda;
deixa de argumentar com Deus, e concorda com Ele sobre os seus pecados. Pecados
inconfessos levam a um estado de discordância. Você pode ser filho de Deus, mas
não quer conversar com Ele. Deus ainda o ama, porém até você admitir o que tem
feito, haverá tensão na casa.
Mas assim como o pecado inconfesso obstrui
a alegria, o pecado confessado a libera. Ao admitirmos o pecado, somos como o
aluno de pé, diante da professora, com um papel confuso. "Pintei muito
fora do contorno. Posso começar de novo num papel limpo?" "Claro",
responde a professora. Feliz, o aluno ganha uma segunda chance, ou, como
escreveu Davi: "Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo
pecado é coberto" (SI 32.1). Então, corremos de volta à nossa carteira, e
começamos de novo.
Mas não poderia ser o caso de a professora
mandar você desenhar sobre o papel manchado? Poderia. Ocorre-me um exemplo em
que a professora pode recusar-se a dar-lhe uma segunda chance. Suponha que ela
o tenha visto maltratar o
Graça recebida,
graça dada
menino da carteira da frente. Minutos antes, ela vira o
garoto pedir-lhe uma folha de papel do seu
bloco, e você negara. Embora tivesse muito para dar, você agarrou o
bloco com ambas as mãos, e recusou-se a partilhar. E agora você está fazendo a
ela o mesmo pedido?
Quem a censuraria, se ela dissesse:
"Concederei a você o mesmo favor que
você concedeu ao seu colega de classe. Tratarei você do mesmo modo como
você tratou Harry. Você ainda é meu aluno, e eu ainda sou sua professora. Não o
estou pondo para fora da classe, mas dando-lhe uma chance de aprender a lição". Agora atingimos o âmago do
versículo, pois é isto exatamente o que significa a frase:
"Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como temos perdoado aos nossos
devedores".
Um dos mais
importantes princípios bíblicos
"Trate-me do modo como trato meu
próximo". Você está ciente de que é
isto o que você está dizendo ao seu Pai? Dá-me o que eu lhes dou.
Conceda-me a mesma paz que concedo aos outros. Deixe-me desfrutar da mesma
tolerância que ofereço. Deus o tratará da maneira como você trata os outros.
Em qualquer
comunidade cristã existem dois grupos: aqueles que são contagiantes em sua alegria, e aqueles que são
excêntricos em sua fé. Estes últimos aceitaram a Cristo, e o estão buscando,
mas seus balões não têm gás. Um é agradecido; o outro é amuado. Ambos são
salvos. Ambos vão para o Céu. Contudo, um vê o arco-íris, e o outro, a chuva.
Poderia este
princípio explicar a diferença? Poderia ser que eles estivessem experimentando a mesma
alegria que têm dado aos seus
ofensores? Um diz "Eu o perdôo", e sente-se perdoado. O outro diz
"Estou marcado", e vive marcado no mundo.
Noutra
parte, Jesus disse:
Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não
sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão. Dai, e ser-vos-á dada, boa
medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque com a mesma
medida com que medirdes vos medirão de novo (Lc 6.37,38, ênfase minha).
O
CORREDOR
É como se Deus o enviasse ao mercado a fim
de comprar mantimentos para o seu vizinho, dizendo: "Tudo o que você
obtiver para o seu próximo, obterá também para si. Pois tudo o que você lhe
der, é o que você receberá".
Simples e belo sistema. Não sou tão
brilhante, mas posso ilustrar isto. Eu adoro hambúrguer grosso e suculento,
então compro para o meu próximo hambúrguer grosso e suculento. Sou louco por um
sorvete de chocolate de duas bolas, então compro para o meu próximo um sorvete
de chocolate de duas bolas. E quando tomo leite, não quero aquela coisa
desnatada e aguada que Denalyn me faz beber. Quero leite cristão, exatamente
como Deus o fez. Então, o que compro para o meu próximo? Leite cristão,
exatamente como Deus o fez.
Levemos isto um passo adiante. Suponha que
as folhas da árvore de seu vizinho sejam assopradas para dentro de seu quintal.
Você menciona a desordem para ele, e ele lhe diz que cuidará do assunto na
próxima semana. Você o informa que está para receber visitas e... ele não
poderia levantar-se daquela cadeira e fazer algum trabalho? Ele lhe diz para
não ser tão chato, e que o lixo fertiliza o seu jardim. Você está prestes a
atravessar o gramado para ter uma conversa séria, quando Deus o lembra:
"Hora de ir ao mercado e comprar mantimentos para o seu vizinho".
Então você rosna e resmunga a caminho do armazém: "Vou dar um jeito naquele
preguiçoso". E vai direto ao leite desnatado. Depois segue reto para as
anchovas e sardinhas. Passa direto pelo sorvete de chocolate, e dirige-se ao
quiabo e ao arroz. Faz uma última parada na prateleira de pães vencidos, e pega
um com casca grossa e manchas verdes nas beiradas.
Rindo à socapa, você volta para casa e
despeja o saco no colo de seu preguiçoso vizinho não-presta-para-nada.
"Tenha um bom jantar". E se afasta.
Toda a sua brilhante intriga deixou-o com
fome. Então você vai à geladeira arrumar um sanduíche, mas adivinha o que você
descobre? Sua despensa está cheia do que você deu ao seu inimigo. Tudo o que
você tem para comer é exatamente o que você comprou. Recebemos aquilo que
damos.
Graça recebida,
graça dada
Alguns de vocês têm estado comendo
sardinha por um longo tempo. Sua dieta não mudará enquanto você não mudar. Você olha para outros cristãos à sua volta;
eles não são tão amargos quanto você. Eles estão desfrutando das
iguarias de Deus, enquanto você continua com quiabos e anchovas sobre pão de
forma. Você sempre se pergunta por que eles são tão felizes, e você tão mal-humorado. Talvez agora você saiba. Não seria
o caso de Deus estar lhe dando exatamente o que você tem dado a alguém?
Gostaria de mudar o menu? Já me referi à
conferência para homens em que falei sobre a raiva. Duas semanas depois de
retornar para casa, recebi esta carta de um homem chamado Harold Staub.
Max,
Muito obrigado por falar sobre perdão na Promise Keepers,
em Syracuse, NY, nos dias 7 e 8 de junho. Eu estava lá. Quero que saiba que, ao voltar para casa, conversei muito com
minha esposa a respeito do perdão — foram as duas melhores semanas de
minha vida. Veja você, ela partiu para estar com o Senhor, no dia 24 de junho,
totalmente perdoada. Quão maravilhoso é o amor de Deus! Obrigado. Muito
obrigado.
Quando liguei para Harold a fim de pedir
permissão para publicar sua carta, ele partilhou os tocantes detalhes de seus
últimos dias com a esposa. Ele não sabia que ela estava para morrer; nem ela.
Sabia, não obstante, haver entre eles alguns assuntos não resolvidos. Ao chegar
a casa, ajoelhou-se diante dela, e pediu-lhe perdão por qualquer coisa que lhe
houvesse feito. O gesto abriu uma comporta de emoções, e os dois conversaram
noite adentro. O empenho inicial da reconciliação continuou por duas semanas. O
casamento experimentou uma profundidade ainda desconhecida. Quando a esposa de
Harold morreu de repente, de uma embolia, ele ficou chocado. Porém, ele estava
pronto, e agora está em paz.
E quanto a você? Gostaria de um pouco de
paz? Então deixe de incomodar seu vizinho. Quer desfrutar da generosidade de
Deus? Então deixe que os outros desfrutem da sua.
O
CORREDOR
Gostaria de ter certeza de que Deus o perdoou? Acho que você sabe o que fazer.
Então, o
que comerá? Sorvete de chocolate, ou quiabo? É
com você.
O Aposento Familiar
Aprendendo a
viver juntos
Nosso..
Somos muito
parecidos com Ruth e Verena Cady. Desde seu nascimento em 1984, elas têm partilhado muito. Como a maioria dos
gêmeos, elas têm partilhado uma bicicleta, uma cama, um quarto, e brinquedos.
Têm partilhado refeições, histórias, programas de TV e festas de aniversário.
Partilharam o mesmo útero antes de nascerem, e o mesmo aposento após nascidas.
Porém o vínculo entre Ruth e Verena vai mais além. Elas partilham mais que brinquedos
e festas; partilham o mesmo coração.
Seus corpos se fundem do esterno à
cintura. Embora seus sistemas nervosos sejam separados, e suas personalidades
distintas, elas são sustentadas pelo mesmo tórax. Nenhuma pode sobreviver sem a
outra. Visto que a separação não é uma alternativa, a cooperação torna-se
obrigatória.
O
APOSENTO FAMILIAR
Elas têm aprendido a trabalhar juntas. Dar
um passeio, por exemplo. A mãe delas compreendeu que, ao caminhar, girariam
para a frente ou para trás. Elas se alternariam; uma olhando à frente, outra,
atrás. As meninas tiveram uma idéia melhor. Aprenderam a andar de lado, quase
como uma dança. E ambas dançam na mesma direção.
Elas têm aprendido a compensar as
fraquezas uma da outra. Verena adora comer. Porém Ruth acha que ficar sentada à
mesa é maçante demais. Ruth pode tomar apenas meio copo de suco por dia. Não há
problema, sua irmã come por ambas. Não é raro elas comerem três tigelas de
cereal, dois iogurtes e duas torradas no café da manhã. Ruth tende a
impacientar-se enquanto sua irmã come, e é conhecida por atirar tigelas de
sorvete pelo quarto. Isto pode levá-la a ser disciplinada, mas também tem
conseqüências para a sua irmã.1
Quando uma tem de
ficar sentada num canto, a outra também fica. A parte inocente não se queixa; cedo, ambas aprenderam
que estão ligadas para o bem ou para o mal. É esta exatamente uma das lições
que essas garotas têm a ensinar a nós, que vivemos na Grande Casa de Deus.
Não partilhamos a mesma cozinha? Não
estamos cobertos pelo mesmo telhado, e protegidos pelas mesmas paredes? Embora
não durmamos na mesma cama, repousamos sob o mesmo Céu. Não partilhamos o mesmo
coração. Ou talvez o partilhemos... Pois não partilhamos a mesma esperança pela
eternidade, a mesma dor pela rejeição, e a mesma fome de ser amado? Assim como
as gêmeas Cady, não temos o mesmo Pai?
Não oramos ao meu
Pai, ou pedimos pelo meu pão diário, ou para Deus perdoar os meus pecados. Na casa de
Deus falamos a linguagem da pluralidade: "nosso Pai", "nosso
pão de cada dia", "nossas dívidas", "nossos devedores",
"não nos induzas à tentação", e "livra-nos".
A abundância de pronomes plurais
acompanha-nos ao adentrarmos o mais colorido compartimento da casa — o aposento
familiar.
Aprendendo a viver juntos
O aposento
familiar
Se você quiser uma lembrança da
criatividade de nosso Pai, poderá achá-la aqui. Todos chamamos Deus de
"Pai", e Cristo, de Salvador, porém, do outro lado, as coisas são bem
diversas. Dê uma volta pela sala, e veja o que quero dizer.
Aprenda uma expressão suaíle de um membro
de uma tribo.
Espreite os teólogos discutindo
dispensacionalismo.
Experimente
cultuar com uma gaita de foles, e então atravesse a sala e tente o mesmo com um
acordeão.
Pergunte à
missionária se ela nunca se sente só, e ao tradutor da Bíblia se ele nunca se
confunde.
Ouça o testemunho do homicida e a música
do menestrel.
E se você estiver ponderando como essa
gente de outras denominações chegou aqui,
pergunte a eles. (Eles podem estar querendo lhe fazer a mesma pergunta.)
Oh, a diversidade da família de Deus.
Somos de
pele azeitonada, cabelos encaracolados; de olhos azuis e pretos.
Viemos de
internatos e guetos, mansões e choupanas. Usamos turbantes e mantas. Adoramos
quibe. Comemos arroz.
Temos convicções e opiniões, e concordar seria ótimo, mas não o fazemos, embora tentemos e bem sabemos:
É melhor
viver do lado de dentro, na companhia uns dos outros, que do lado de fora, e
sozinho.
Totalmente família,
não acha? Da perspectiva divina, temos muito em comum. Jesus alistou estes denominadores comuns em sua oração. Eles são fáceis de achar. Todas as
vezes em que vemos a palavra nosso ou nos, encontramos uma
necessidade.
O APOSENTO FAMILIAR
Somos filhos
carentes de um Pai
Enquanto eu escrevia este livro, minha
filha Jenna e eu passamos vários dias na velha cidade de Jerusalém. (Eu
prometera levar cada uma de minhas filhas a Jerusalém, quando completassem doze
anos.) Uma tarde, quando saíamos pelo portão Jafa, vimo-nos atrás de uma
família de judeus ortodoxos — um pai e suas três filhinhas. Uma das garotas, talvez
com quatro ou cinco anos, ficou alguns passos atrás, e não pôde enxergar o pai.
"Abai", chamou ela. Ele parou e olhou. Só então compreendeu
que se afastara de sua filha. "Abai" chamou ela, novamente.
Ele a localizou, e imediatamente estendeu-lhe a mão. Ela a segurou, e eu,
mentalmente, tomei nota enquanto eles prosseguiam. Eu queria ver as ações de um
aba.
Ele segurou firmemente a mão da filha,
enquanto desciam a rampa. Quando ele parou numa rua movimentada, ela caminhou
pelo meio-fio, e ele a puxou de volta. Quando o semáforo abriu, ele guiou-a
juntamente com suas irmãs através da interseção. No meio da rua, ele
abaixou-se, tomou-a nos braços, e continuou a jornada.
Não é disso que todos precisamos? Um aba
que ouve quando chamamos? Que segura nossa mão, quando estamos fracos? Que nos
guia através das interseções agitadas da vida? Não carecemos todos de um aba
que nos tome nos braços, e nos carregue para casa? Todos precisamos de um
pai.
Somos mendigos
carentes de pão
Não somos apenas filhos carentes de um
pai, mas também mendigos carentes de pão. "O pão nosso de cada dia dá-nos
hoje", oramos nós.
Você pode não apreciar o meu uso do termo mendigo.
Você pode preferir a palavra faminto. "Somos todos famintos,
carentes de pão". Tal expressão tem, certamente, mais dignidade que a
palavra mendigo. Quem quer ser chamado de mendigo? Você não ganhou dinheiro
para comprar o pão que põe em sua mesa? Quem é você para mendigar alguma coisa?
De fato, você pode
Aprendendo a viver juntos
até achar ofensiva a palavra faminto.
Estar faminto é admitir uma necessidade básica, algo que nós, pessoas
sofisticadas, relutamos em fazer. Deixe-me pensar; deve haver uma expressão
melhor. Que
tal esta? Não somos mendigos nem estamos famintos; somos simplesmente "
desafiados abdominalmente". Certo, esta é melhor! "Abdominalmente
desafiados, carentes de pão". Você conserva um senso de independência com
esta expressão.
Afinal, você é responsável pela comida que
come, certo? Você criou o solo onde a semente foi plantada. Não? Bem, ao menos
você fez a semente? Não fez? E o sol? Você providenciou o calor durante o dia?
Ou a chuva? Você enviou as nuvens? Não?
Então, o que exatamente você fez? Você colheu alimento que não fez, de
uma terra que não criou.
Deixe-me ver se tenho este direito. Não
houvesse Deus feito a sua parte, você não teria comida na mesa. Hummm, talvez seja melhor voltar à palavra mendigo. Somos
todos mendigos, carentes de pão.
Pecadores carentes de graça
Partilhamos uma outra necessidade: somos
pecadores carentes de graça; lutadores carentes de força. Jesus ensinou-nos a
orar: "Perdoa-nos as nossas dívidas... e não nos induzas à tentação".
Todos temos cometido erros, e ainda os
cometeremos. A linha que separa os melhores de nós dos piores é muito fina. Conseqüentemente, temos de ser sábios e levar a
sério a admoestação de Paulo:
Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que
desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de
Cristo. Porque está escrito: Pela minha vida, diz o Senhor, todo joelho se
dobrará diante de mim, e toda língua confessará a Deus" (Rm 14.10,11).
Sua irmã gostaria que eu o lembrasse de
que ela necessita de graça. Assim como
você, ela também precisa de perdão. Há uma ocasião em todo relacionamento em
que é prejudicial bus-
O
APOSENTO FAMILIAR
car justiça; quando a cobrança da dívida apenas atiça o
fogo. Há ocasiões em que a melhor coisa a
fazer é aceitar seu irmão e oferecer-lhe a mesma graça que lhe foi dada.
Foi o que Jenna fez.
Já mencionei nossa recente viagem a
Israel. Vou concluir referindo-me a ela uma vez mais. Jenna e eu embarcamos no vôo da uma hora, em Telavive, que nos traria de
volta aos Estados Unidos. Viajar é
sempre excitante, mas aquela noite foi especialmente ruim. O avião
estava lotado, e nos atrasamos por causa da
rígida segurança do aeroporto. Ao embarcarmos, descobri que nossos
assentos não eram juntos; estávamos separados por um corredor. Sem tempo para
pedir ajuda, decidi persuadir o companheiro sentado perto de Jenna a trocar de
lugar comigo. Certamente ele iria
entender, pensei. Mas não. Ele já se aninhara para as dez horas de
vôo, e não queria se mover.
— Por favor —
implorei. — Deixe-me sentar junto de minha filha.
—
Não
me movo.
—
Ora,
vamos, senhor. Vamos trocar de lugar.
Ele inclinou-se,
olhou para o meu lugar, e recostou-se novamente, declinando:
— Não, obrigado.
Hãhã. Tomei meu assento, e Jenna tomou o dela junto ao
salafrário, sem coração. Enquanto o avião se preparava para decolar,
dediquei-me a fazer um resumo mental da história do ignorante. Não era difícil.
Apenas um olhar ou dois em sua direção, e eu o tinha rotulado como um
terrorista a caminho de meu país para assassinar nosso presidente. No momento
em que o avião se moveu, eu estava planejando como passar-lhe uma rasteira,
caso ele ousasse levantar-se durante o vôo. Sem dúvida, ele conseguira trazer
uma arma para dentro do avião, e cabia a mim detê-lo.
Voltei-me para intimidá-lo com um rosnado,
e vi, para grande surpresa minha, Jenna oferecer-lhe uma rosquinha. O quê? Minha filha confraternizando-se com o
inimigo! E o que é pior: ele aceitou! Como se a rosca fosse um ramo de
oliveira, ele aceitou a dádiva, e ambos
reclinaram-se em seus assentos e dormitaram.
Aprendendo a viver juntos
Eu, eventualmente,
dormi também, mas não sem antes aprender a lição que Deus me ensinara, usando
minha própria filha.
Na casa de Deus, ocasionalmente encontramo-nos perto de
pessoas de quem não gostamos. Se pudéssemos, pediríamos que saíssem, mas não
temos opção. Todos estamos aqui pela graça e, em algum ponto, todos temos de
partilhar alguma graça. Então, da próxima vez que você se achar perto de um
caráter duvidoso, não lhe dê uma dura... dê-lhe uma rosquinha.
Os Muros
Satanás, servo de Deus
E não nos induzas à
tentação, mas livra-nos do mal.
A pequena
população que me viu jogar nos desportivos
da escola nunca questionou
minha decisão de entrar para o ministério. Recebi, no entanto, uma carta
lembrando-me da vez em que eu astutamente agarrei a bola acima da cabeça do
jogador que a chutara para o ar. Outro condiscípulo dos tempos passados
recordou comigo a bola voadora que escapou de minha luva para permitir a
vitória do outro time. Oh, a dor de tais reminiscências. Elas ferem, não porque
perdi, mas porque ajudei o outro time. Perder é ruim; pior ainda é ajudar o oponente
a vencer!
Minha mais
espalhafatosa experiência de favorecer a oposição ocorreu numa sexta classificação de um torneio de
basquetebol. Posso lembrar-me da contagem exata dos pontos, quando finalmente
consegui jogar, mas sabendo que estava no
OS
MUROS
fim. Revoquei uma bola solta — uma subida para agarrá-la —
e completei a surpresa quando meu colega da base arremessou-a para mim. Quando
vi que não havia alguém entre a cesta e eu, decolei. Com o estilo de um astro
da NBA, fiz uma enterrada digna de uma vinheta da ESPN. Minha surpresa pela
cesta fácil foi sobrepujada pela surpresa ante o silêncio da multidão.
Nenhum aplauso! Em vez de dar-me tapinhas
nas costas, meu time enterrou o rosto nas mãos. Foi quando compreendi o que
fizera: uma cesta contra! Associara-me ao inimigo! Ajudara o time errado. Não é
de admirar que ninguém tenha tentado me parar — eu estava ajudando o lado
deles.
Pode
imaginar o quão tolo me senti?
Se pode, então também é capaz de imaginar
o quão tolo Satanás deve se sentir. Assim são os dias do diabo. O tempo todo
ele tenta desforrar-se para o mal, e marca um ponto para o bem. Quando ele
conspira contra o Reino, sempre o favorece. Posso oferecer um exemplo bíblico?
O tiro do
inferno sai pela culatra
Lembra-se de Sara, a esposa de Abraão? Deus
prometera-lhe um filho, mas ela permaneceu estéril durante décadas. Satanás
usou um berço vazio para suscitar tensão, dissensão e dúvidas. À primeira
vista, ele usaria Sara como uma evidência de que não se pode confiar em Deus.
No final, ela mostrou exatamente o contrário. Imaginar Sara numa maternidade,
aos noventa anos, tem convencido milhões de que Deus reserva o melhor para o
final.
E quanto a Moisés? Satanás uivou de
deleite no dia em que o jovem príncipe fugiu do Egito e das pessoas que deveria
libertar. Achou que arruinara o plano de Deus, quando na realidade jogara a
favor de Deus. O Senhor usou a derrota para fazer humilde o seu servo, e o
deserto para treiná-lo. O resultado apresentou-se perante Faraó quarenta anos
mais tarde: um sazonado Moisés, que ensinaria o povo a ouvir Deus e a
sobreviver no deserto.
Satanás, servo de Deus
E Daniel? A visão do melhor jovem de
Jerusalém sendo levado cativo aparentou ser uma vitória para Satanás. A
estratégia do Inferno era isolar o rapaz. Novamente, o tiro saiu pela culatra.
O que Satanás pretendia como cativeiro, foi usado por Deus como realeza. Daniel
logo foi solicitado a servir na corte do rei. O homem que Satanás procurou
silenciar passou a maior parte de sua vida pregando o Deus de Israel, e aconselhando
os reis da Babilônia.
Pense a respeito de Paulo. Satanás
esperava que a prisão silenciasse-lhe o púlpito, e esta o fez. Mas com isto,
disparou-lhe a pena. As cartas aos Gaiatas, Efésios, Filipenses e Colossenses
foram todas escritas na cela de uma prisão. Você consegue visualizar Satanás
chutando o lodo e rosnando através dos dentes, cada vez que alguém lê estas
epístolas? Pedro é outro exemplo. Satanás procurou desacreditar Jesus,
incitando Pedro a negá-lo. Porém o plano teve efeito contrário. Em vez de ser
um exemplo do quão longe pode cair um seguidor, Pedro tornou-se um exemplo do
quão longe pode estender-se a graça de Deus.
Cada vez que Satanás tenta fazer uma
cesta, o outro time ganha pontos. Ele é o Coronel Klink da Bíblia, o sujeito
que tentava derrubar Hogan no seriado de TV americano Hogan 's Heroes. Klink,
supostamente, dirigia um campo germânico de prisioneiros, durante a Segunda
Guerra Mundial com a finalidade de prejudicá-los. No entanto, todos no
acampamento sabiam quem realmente o dirigia: os prisioneiros. Eles ouviam os
telefonemas de Klink e liam as suas correspondências. Até davam idéias a Klink,
usando-o, o tempo todo, em favor da própria causa.
Repetidas vezes a Bíblia deixa claro quem
realmente dirige a Terra. Satanás pode emproar-se e pavonear-se, mas é Deus
quem designa os tiros.
Livra-nos do
mal
A penúltima frase na oração do Senhor é um pedido de proteção contra
Satanás: "E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal".
OS
MUROS
Tal oração é
necessária? Iria Deus induzir-nos à tentação? Tiago 1.13 diz: "Ninguém, sendo tentado, diga: de Deus
sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém
tenta". Se Deus não nos tenta, então por que orar "Não nos induzas à tentação"? Estas palavras
afligem os mais sofisticados teólogos.
Contudo, não perturbam uma criança. E esta
é uma oração para o coração pueril. É uma oração para aqueles que levantam os
olhos a Deus com o respeito devido ao seu Aba. É uma oração para aqueles
que já têm conversado com o seu Pai sobre a provisão para hoje ("O pão
nosso de cada dia dá-nos hoje"), e o perdão para ontem ("Perdoa-nos
as nossas dívidas"). Agora, a criança
precisa assegurar-se da proteção para amanhã.
A frase é melhor
compreendida com uma ilustração simples. Imagine um pai e seu filho caminhando
por uma rua gelada. O pai
admoesta o filho a ser cuidadoso, mas o menino está excitado demais para diminuir a velocidade. Ele atinge o primeiro
trecho de gelo. Escorrega e cai de chapa. O pai aproxima-se e o ajuda a
firmar-se. O garoto, desculpando-se por menosprezar
a advertência, e segurando firmemente a grande mão do pai, pede: "Guarda-me dos trechos escorregadios. Não me
deixe cair novamente".
Sempre disposto, o pai aquiesce. "Os
passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e ele deleita-se no seu
caminho. Ainda que caia não ficará prostrado, pois o Senhor o sustem com a sua
mão" (SI 37.23,24). Tal é o âmago desta petição. É um terno pedido de um
filho ao pai. Os últimos escorregões têm-nos ensinado que o andar é traiçoeiro
demais para ser feito sozinho. Então, colocamos nossa mão pequena em sua grande mão, e dizemos: "Por
favor, Aba, guarda-me do mal".
O mal
Além do que, em quem
mais confiaríamos para livrar-nos do maligno? Temos ouvido falar desse diabo.
E o que ouvimos inquieta-nos. Duas vezes, nas Escrituras, a cortina do tempo é
Satanás, servo de Deus
puxada, e nos é permitido uma olhadela ao mais tolo empreendimento da história. Satanás era um anjo que
não se contentou em estar perto de Deus; ele tinha de estar acima de
Deus. Lúcifer não estava satisfeito em adorar a Deus; queria ocupar-lhe o
trono.
De acordo com Ezequiel, a formosura e o
mal de Satanás fizeram-no inigualável entre os anjos:
Tu és o aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito
em formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; toda pedra preciosa era a tua
cobertura... No monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas
andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti (Ez 28.12-15).
Os anjos, como os humanos, foram feitos
para servir e adorar a Deus. A eles, como aos humanos, foi dado o
livre-arbítrio. Caso contrário, como poderiam adorar? Tanto Isaías como
Ezequiel descrevem um anjo mais poderoso que qualquer ser humano, mais
maravilhoso que qualquer criatura, e também mais tolo que qualquer ser que já
haja vivido. Seu orgulho foi sua queda.
A maioria dos estudiosos aponta Isaías
14.13-15 como a descrição do tombo de Lúcifer:
Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei
o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do
Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.
É impossível não
notar a cadência da arrogância nas palavras: "Eu subirei... exaltarei... assentarei... serei".
Porque procurou ser igual a Deus, ele apostatou de Deus, e tem passado a
história tentando convencer-nos a fazer o mesmo. Não foi essa a estratégia que usou com Eva? "Você será
igual a Deus", prometeu ele (Gn 3.5).
Ele não mudou. É tão egocêntrico agora quanto
era no princípio. Mesmo quando o coração de Lúcifer era bom, era inferior a Deus. Todos os anjos são inferiores a
Deus. Deus conhece todas as coisas; eles sabem apenas o que Deus lhes revê-
OS
MUROS
Ia. Deus está em toda parte; eles podem estar apenas em um lugar. Deus é Todo-poderoso; eles têm apenas o
poder que Deus lhes permite ter.
Quem é o diabo
Ele não quer ser.
Ele não pretende ser. Ele não deseja mais que construir o seu próprio reino, mas não pode. Todas as vezes
que ele tenta favorecer a própria causa, acaba favorecendo a causa de Deus.
Erwin Lutzer articula este pensamento em
seu livro The Serpent of Paradise:
O diabo é tão servo de Deus em sua rebelião, quanto era nos
dias de sua doce obediência...
Satanás tem diferentes papéis a exercer, dependendo do
conselho e propósito divinos. Ele é pressionado a servir à vontade de Deus no
mundo; deve atender a ordem do Todo-poderoso. Devemos ter em mente que ele
possui medonhos poderes. Sabemos, porém, que estes poderes só podem ser
exercidos sob a direção e vontade de Deus. Isto confere-nos esperança. Satanás
não é livre para descarregar destruição sobre as pessoas a seu
bel-prazer".1
Satã cumpre ordens do Todo-poderoso? Busca
a permissão de Deus? Tal linguagem lhe parece muito estranha? Pode ser. Se
assim é, esteja certo de que Satanás preferiria que você não ouvisse o que
estou para lhe dizer. Ele antes preferiria que você fosse enganado, que pensasse nele como um ser independente,
com força e poder ilimitados. Ele não quer que eu lhe conte sobre os muros que
circundam a grande Casa de Deus. Satanás não pode escalá-los, nem penetrá-los.
Ele não tem absolutamente poder, exceto o poder que Deus lhe permite.
Ele preferiria que
você nunca ouvisse as palavras de João: "... maior é o que está em vós do que o que está no
mundo" (1 Jo 4.4). E ele certamente preferiria que você não tomasse
conhecimento de que Deus usa o diabo como um instrumento para favorecer a causa
de Cristo.
De que modo Deus usa Satanás para fazer o
trabalho do Reino do Céu? Deus usa Satanás para:
Satanás, servo de Deus
1. Refinar o fiel. Mesmo o mais humilde
dentre nós tem a tendência a
pensar muito de si mesmo. Aparentemente, Paulo tinha. Seu currículo era
impressionante: uma audiência pessoal com
Jesus, um participante das visões celestiais, um apóstolo escolhido por Deus, um autor da Bíblia. Ele
curou enfermos, viajou pelo mundo e escreveu alguns dos maiores
documentos da história. Poucos poderiam rivalizar-lhe os feitos heróicos. E talvez ele soubesse disso. Talvez tenha
havido uma ocasião em que Paulo
começou a dar tapinhas nas próprias costas. Deus, que amava Paulo, e
odeia o orgulho, protegeu-o do pecado. E usou Satanás para fazê-lo.
E, para que me não exaltasse pelas
excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não me exaltar (2 Co
12.7).
Não nos foi dito a
natureza do espinho, mas foi-nos contado o seu propósito — conservar Paulo humilde. Também foi-nos
revelado a sua origem — um mensageiro de Satanás. O mensageiro pode ter sido
uma dor, um problema ou uma pessoa que era um tormento. Não sabemos. Mas temos
conhecimento de que o mensageiro estava sob o controle de Deus. Observe os versos 8 e 9: "Três vezes orei ao
Senhor para que se desviasse de mim. E disse-me: a minha graça te basta,
porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza". Satanás e suas forças eram
simplesmente uma ferramenta nas mãos de Deus para fortalecer um servo.
Outro exemplo é a
tentação de Jó. O diabo ousou questionar a estabilidade da fé de Jó, e Deus concedeu-lhe permissão para testá-lo. "Tudo quanto tem", disse
Deus, "está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão"
(Jó 1.12). Note que Deus concedeu permissão e estabeleceu parâmetros para a
luta. Jó passou no teste, e o diabo queixou-se
de que Jó teria caído se tivesse de
enfrentar a dor. Novamente Deus concedeu permissão, e novamente estabeleceu
parâmetros: "Eis que ele está na tua mão; poupa, porém, a sua
vida" (Jó 2.6).
Embora a dor e as dúvidas sejam
abundantes, no final, a fé e a saúde de Jó são maiores que nunca. Mais uma vez,
não
OS
MUROS
podemos compreender a razão para o
teste, mas conhecemos a sua fonte. Leia os versículos do último capítulo. A
família e os conhecidos de Jó "... se condoeram dele e o consolaram de todo o mal que o Senhor
lhe havia enviado" (Jó 42.11, ênfase minha).
Satanás não tem poder, a não ser o que
Deus lhe permite usar.
Ao pastor da igreja
de Esmirna, Cristo disse: "Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de
vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias.
Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida" (Ap 2.10).
Analise por um minuto as palavras de
Jesus. Cristo informa à Igreja sobre a
perseguição, a duração da mesma (dez dias), a razão dela (para que
sejais tentados), e o seu resultado (a coroa da vida).
O coronel Klink
trabalha para o outro lado. Satanás marca contra, em favor do outro time. Você não
sabe que isso o aborrece? Mesmo quando aparentemente vence, ele perde.
Martinho Lutero
estava certo quando descreveu o diabo como ferramenta de Deus, uma enxada para cuidar de seu
jardim. A enxada nunca corta o que o jardineiro pretende salvar, e nunca salva
o que ele pretende capinar. Indubitavelmente, uma parte da punição de Satanás é
a frustração que ele sente em servir, sem vontade, como uma ferramenta para
criar o jardim de Deus.
Deus
também usa o diabo para:
2. Acordar o dormente. Centenas de
anos antes de Paulo, outro líder judeu batalhou com o seu ego, mas perdeu.
Saul, o primeiro rei de Israel, foi consumido pelo ciúme. Ele foi ofuscado por Davi, o jovem filho de uma família
pastoril. Davi fazia tudo melhor do que Saul: cantava melhor,
impressionava mais as mulheres, e até matou o gigante que Saul temia. Porém, em
vez de celebrar as habilidades dadas por Deus a Davi, o rei Saul tornou-se
loucamente hostil. Deus, num evidente esforço para despertar Saul de seu ciúme,
recrutou Satanás. "E aconteceu, ao outro dia, que o mau espírito, da parte
de Deus, se apoderou de Saul, e profetizava no meio da casa" (1 Sm 18.10).
Satanás, servo de Deus
Observe um solene
princípio: Há ocasiões em que os corações se tornam tão duros, e os ouvidos tão surdos, que Deus nos faz sofrer as conseqüências de nossas
escolhas. Neste caso, o demônio foi solto para atormentar Saul. Se Saul
não bebeu do copo da bondade de Deus, deixe-o passar algum tempo bebendo do
copo da fúria do Inferno. "Deixe-o ser levado ao desespero, para que possa
ser trazido de volta aos braços de Deus".2
O Novo Testamento
alude à circunstância onde semelhante disciplina é administrada. Paulo pune a
igreja de Corinto por sua tolerância à imoralidade. Sobre um adultério na igreja,
ele diz:
Seja
entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no
dia do Senhor (1 Co 5.5).
Paulo deu comparável
instrução a Timóteo. O jovem evangelista estava lidando com dois discípulos que haviam naufragado
na fé, e estavam influenciando negativamente os demais. Sua instrução a
Timóteo? "Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que
aprendam a não blasfemar" (1 Tm 1.20).
Tão drástico quanto possa parecer, Deus
realmente permitirá a uma pessoa sofrer o inferno na terra, na esperança de despertar-lhe a fé. Um amor santo faz a severa
escolha a fim de livrar o filho das conseqüências de sua rebelião.
A propósito, isto não
ajuda a explicar o excessivo mal existente no mundo? Se Deus nos permite sofrer as conseqüências de
nosso pecado, e o mundo é cheio de pecadores, então o mundo está a caminho de
abundar no mal. Não é isto o que Paulo quis dizer no primeiro capítulo de
Romanos? Após descrever aqueles que adoram à criatura em vez de ao Criador, o
apóstolo fala: "Pelo que Deus os abandonou às paixões infames" (Rm
1.26). Deus deleita-se vendo o desgosto e inclinações de seus filhos? Não mais
que um pai, ao disciplinar o filho. Mas o amor santo faz escolhas difíceis.
Lembre-se:
disciplina deve resultar em compaixão, não em miséria. Alguns santos são despertados com um toque no ombro, enquanto outros precisam de um safanão na
cabeça. E sempre
OS
MUROS
que Deus precisa dar um safanão, Satanás atende a chamada. Ele também atende a chamada para:
3. Ensinar a Igreja. Talvez a mais clara
ilustração de como Deus usa
Satanás para alcançar seus propósitos seja encontrada na vida de Pedro. Ouça a
advertência que Jesus lhe fez: "... Simão, Simão, eis que Satanás vos
pediu para vos cirandar como trigo. Mas eu roguei por ti para que a tua fé não
desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos" (Lc
22.31,32).
Note quem está mais uma vez no controle.
Embora tenha um plano, Satanás precisa obter permissão. "É me dado todo o
poder no céu e na terra" (Mt 28.18), explicou Jesus. E esta é a prova. O
lobo não pode pegar a ovelha sem permissão do pastor, e o pastor apenas permitirá
o ataque se, a longo prazo, o sofrimento for compensado pelo ganho.
O propósito deste
teste é prover um testemunho para a Igreja. Jesus estava permitindo a Pedro a
experiência de um julgamento para que ele encorajasse os irmãos. Talvez Deus
esteja fazendo
o mesmo com você. Deus sabe que a Igreja carece de testemunhos vivos de seu
poder. Sua dificuldade, sua doença, seu conflito estão preparando você para ser uma voz
de encorajamento aos seus irmãos. Tudo o que você precisa lembrar é:
Não veio sobre vós tentação, senão
humana; mas fiel é Deus que não vos deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará
também o escape, para que a possais suportar (1 Co 10.13).
Vós bem intentastes mal contra mim, porém Deus o tornou em
bem (Gn 50.20).
Lembre-se: Satanás não pode penetrar os
muros da grande Casa de Deus.
Ainda é difícil imaginar como o seu
esforço pode levar a algum bem? Ainda é difícil compreender como sua doença, ou
a sua dívida, ou a sua morte, podem ser uma ferramenta para algo vantajoso? Se
ainda é difícil, tenho um último exemplo. Não querendo fazer pouco do seu
conflito, devo dizer que ele
Satanás, servo de Deus
é moleza comparado a este outro. Um
Salvador justo e puro foi coberto
de pecado. O Autor da vida foi posto na caverna da morte. A vitória de Satanás
parecia certa. Finalmente, o diabo havia marcado para o lado certo. Não apenas
havia marcado ponto, mas principalmente
abatido o herói, deixando-o no chão. O diabo tinha atacado a todos,
desde Sara até Pedro, mas dessa vez tinha acertado. O mundo inteiro tinha
visto. A dança da vitória já tinha começado.
Porém, de repente, houve uma luz no
túmulo, e um ruído de rochas. Então, o drama da sexta-feira emergiu como o
Salvador do domingo, e Satanás compreendeu o papel que desempenhara. Ele havia
sido uma ferramenta nas mãos do jardineiro.
Todas as vezes que ele pensara estar derrotando o Céu, na verdade o
estava ajudando. Deus quis provar seu poder sobre o pecado e a morte, e foi
exatamente o que fez. E adivinhe quem o
ajudou? Mais uma vez a jogada de Satanás favoreceu o plano de Deus. Só
que desta feita ele não deu ao Céu alguns pontos; deu-lhe todo o campeonato.
Jesus emergiu como o
vencedor, e Satanás foi deixado como um... bem, deixarei por conta de sua imaginação.
A Capela
Confiando no poder de
Deus
Porque teu é o
reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém.
Deparei-me com o artigo de uma senhora que me fez lembrar de nós. Ela subiu uma montanha que
deveria ter evitado. Ninguém a teria culpado se tivesse ficado atrás. Com doze
graus abaixo de zero, até Frosty, o boneco de neve, teria optado pelo calor do
fogo. Um dia difícil para se esquiar, mas seu marido insistiu, e ela foi.
Enquanto esperava na linha da subida, ela
compreendeu que precisava de um banheiro. Precisava terrivelmente. Certa
de que haveria um no topo da elevação, ela
e sua bexiga enfrentaram o
exuberante passeio, apenas para descobrir que não havia facilidades. Começou a
entrar em pânico. Seu marido teve uma idéia:
Por que não entrar no bosque? Já que ela estava usando um equipamento todo branco, ficaria disfarçada na
neve. E que banheiro seria melhor que um bosque de pinheiros?
A
CAPELA
Que escolha tinha ela? Esquiou além da
linha do arvoredo, e abaixou o traje de esquiar. Afortunadamente, ninguém
poderia vê-la. Infelizmente, seu marido não a avisou que deveria tirar o esqui.
Antes que você diga "A lua brilha sobre a colheita", ela estava de
costas para o declive, revelando de si bem
mais do que pretendia. Tarde demais. De repente, com os braços abanando,
e o esqui deslizando, ela ganhou velocidade colina abaixo, e chocou-se com um
marco.
Ao mexer-se para
cobrir o essencial, descobriu que seu braço estava quebrado. Afortunadamente, seu marido
correu para salvá-la. Ele chamou o esqui-patrulha, que a transportou ao hospital.
Enquanto era tratada na sala de
emergência, um homem com a perna quebrada
chegou carregado, e foi posto perto dela. Havendo recuperado a
compostura o suficiente para uma pequena conversa, ela indagou:
—
Como
foi que quebrou a perna?
—
Foi a
coisa mais incrível que você pode imaginar — explicou ele. — Eu estava subindo
com o esqui, quando, de repente, não pude acreditar no que meus olhos viram.
Havia uma mulher doida, esquiando de costas, em alta velocidade. Inclinei-me
para ver melhor, e acho que não percebi o quão longe me tinha movido. Caí com
tudo.
Então ele
virou-se para ela e perguntou:
— E como foi que
quebrou o braço?
Não cometemos o mesmo
erro? Escalamos montanhas que nunca
pretendíamos escalar. Tentamos subir, quando deveríamos ter ficado embaixo, e o resultado são alguns sórdidos tombos,
à vista de um mundo observador. A narrativa da senhora (desculpe, não pude
resistir) reflete nossa própria história. Há certas montanhas onde nunca
deveríamos subir. Escale-as, e você acabará contundido e embaraçado. Fique longe
delas, e evitará um monte de estresse. Estas montanhas são descritas na frase final da oração do Senhor. "Teu é o
reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém".
Um retorno à capela
A oração de nosso Senhor tem-nos dado uma planta da grande
Casa de Deus. Desde a sala de estar de nosso Pai até o
Confiando no poder de Deus
aposento familiar, temos aprendido por que Davi almejou habitar para sempre na casa do Senhor (SI 23.6). Na
casa de Deus temos tudo o que precisamos: uma sólida fundação, uma mesa farta,
muros fortes, e um impenetrável telhado da graça.
E agora, tendo visto
cada aposento, e explorado cada canto, temos uma parada final. Não para uma nova sala, mas para uma que já visitamos. Retornemos à capela.
Retornemos à sala de adoração. A capela, você se lembra, é onde ficamos perante
Deus, e confessamos "Santificado seja o teu nome".
A capela é o único compartimento da casa
de Deus duas vezes visitado por nós. Não é difícil compreender o porquê. É
duplamente melhor pensar em Deus que em qualquer outra coisa. Deus quer que
comecemos e terminemos nossa oração pensando
nEle. Jesus insiste que olhemos mais para o cume do que para a trilha.
Quanto mais focalizamos lá em cima, mais inspirados ficamos aqui embaixo.
Alguns anos atrás, um sociólogo acompanhou
um grupo de alpinistas numa excursão. Entre outras coisas, ele observou uma
distinta correlação entre a cobertura de nuvens e o contentamento. Quando não
havia nuvens, e o pico da montanha era
visível, os escaladores eram enérgicos e cooperativos. Quando nuvens
cinzentas eclipsavam a visão do topo, tornavam-se calados e egoístas.
A mesma coisa acontece conosco. Quanto
mais nossos olhos se fixam em sua majestade, maior é a vivacidade de nossos
passos. Deixe, porém, os olhos focalizarem a lama sob nós, e resmungaremos das
pedras e fendas que temos de atravessar. Por esta razão, Paulo insiste:
"... buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra
de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra" (Cl
3.1,2).
Paulo desafia você a
estar alerta às coisas que estão ao redor de Cristo. Usando uma frase diferente, o salmista convoca-o a fazer o mesmo. "Magnificai ao Senhor
comigo, e juntos exaltemos o seu nome" (SI 34.3).
Magnificar. Que verbo maravilhoso para descrever o que
fazemos na capela. Quando você magnífica um objeto, você o amplifica para que
possa entendê-lo. Quando magnificamos a
A
CAPELA
Deus, fazemos o mesmo. Alargamos
nossa consciência dEle, e assim podemos compreendê-lo melhor. E isto exatamente o
que acontece na capela da
adoração — tiramos o pensamento de nós
mesmos e o centramos em Deus. A ênfase é nEle. "Teu é o reino,
e o poder, e a glória para sempre".
É este exatamente o propósito da frase
final da oração do Senhor. Estas palavras magnificam o caráter de Deus. Gosto
muito de como esta frase é traduzida em The Message.
Tu estás
no comando! Tu podes tudo o que quiseres! Tu
és flamejante em formosura! Sim! Sim! Sim!
Poderia ser mais simples? Deus está no
comando! Este conceito não nos é estranho. Quando o garçom da lanchonete lhe
traz um hambúrguer frio e uma soda quente, você quer saber quem está no
comando. Quando um jovem galã deseja impressionar a namorada, ele a leva até a
loja de conveniência onde trabalha, e se gaba: "Todas as noites, das cinco
às dez, estou no comando". Sabemos o que significa estar no comando de um
restaurante ou de uma loja, mas, estar no comando do Universo? Esta é a
reivindicação de Jesus.
Ressuscitando-o dos mortos, e pondo-o à sua direita nos
céus, acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de
todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro. E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu
como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre
tudo em todos (Ef 1.20,23, ênfase minha).
Há muitos exemplos da autoridade de Jesus,
mas mencionarei apenas um dos meus favoritos. Jesus e os discípulos estão num
barco, atravessando o mar da Galiléia. Levanta-se, de repente, uma tempestade,
e o que era plácido torna-se violento — monstruosas ondas elevam-se do mar,
golpeando o barco. Marcos descreve claramente: "E levantou-se grande
temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se
enchia de água" (Mc 4.37).
Confiando no
poder de Deus
É muito importante que você tenha uma
idéia exata do quadro; então poderei pedir-lhe que se imagine no barco. É uma
embarcação forte, mas não para estas ondas de três metros. Ela afunda o nariz
no muro de água. A força das ondas inclina perigosamente o barco, até que a
proa pareça estar apontando diretamente para o céu e, exatamente quando você
teme virar de costas, o barco arremessa-se diante de outra onda. Uma dúzia de
mãos juntam-se às suas, agarrando o mastro. Todos os seus colegas de bordo
estão com água até a cabeça, e de olhos arregalados. Você sintoniza o ouvido
para uma voz calma, mas tudo o que ouve são gritos e orações. De repente você é
atingido por uma percepção: está faltando alguém. Onde está Jesus? Ele não está
no mastro. Não está agarrado à borda. Onde está ele? Então você escuta algo —
um ruído... um som deslocado... como se alguém estivesse roncando. Você se vira
e olha. E lá, encolhido na popa do barco, está Jesus — dormindo!
Você não sabe se fica
surpreso ou bravo, e então fica ambas as coisas. Como ele pode dormir numa hora
dessas? Ou, como os
discípulos, indaga: "... Mestre, não te importa que pereçamos?" (Mc
4.38).
Se você é pai de um adolescente, já deve
ter recebido semelhante indagação. Da vez que você recusou-se a hipotecar a casa
para que sua filha pudesse comprar o tênis da moda, ela perguntou: "Você
não se importa que eu pareça antiquada?"
Os pais se importam?
Claro que sim. Só que eles têm uma perspectiva diferente. O que os adolescentes enxergam como tempestade, a mamãe e o papai vêem como chuva de
primavera. Eles têm estado por perto o suficiente para saber que estas
coisas passam.
Assim foi Jesus. A
tempestade que causou pânico nos discípulos, nEle provocou sonolência. Aquilo que pôs medo nos olhos
dos discípulos, nos de Cristo pôs sono. O barco era um túmulo para os
seguidores, e um berço para o Senhor. Como poderia Ele dormir em meio a uma
tempestade? Simples: Ele estava no comando dela.
O mesmo acontece com
você e a televisão. Já cochilou com a televisão ligada? Claro que sim. Coloque, porém, a mesma
A
CAPELA
televisão na palhoça de um índio da Amazônia, que nunca viu
uma, e acredite-me, ele não dormirá. Como poderia alguém dormir na presença de uma caixa falante? Tanto
quanto ele sabe, aquelas pequenas pessoas atrás da parede de vidro podem
pular para fora da caixa e vir atrás dele.
Não há como ele pegar no sono. E também não há como ele deixar você
dormir. Se você pegar no sono, ele o
despertará. Você não se importa que estejamos
para ser massacrados? Em vez de discutir com ele, o que você faz? Você prontamente aciona o controle
remoto, e a desliga.
Jesus nem mesmo precisa de um controle
remoto. "E ele, despertando, repreendeu
o vento e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e ouve grande bonança. E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes
fé?" (Mc 4.39,40).
Inacreditável. Ele
não entoou um mantra, nem agitou uma varinha mágica. Nenhum anjo foi chamado; nenhuma ajuda era
necessária. As águas tempestuosas tornaram-se em mar pacífico imediatamente.
Calma instantânea. Nenhuma ondulação. Nenhum pingo d'água. Nenhuma rajada de
vento. Num momento, o mar passou de torrente encrespada a lagoa serena. A
reação dos discípulos? Leia o verso 41: "E sentiram um grande temor e
diziam uns aos outros: Mas quem é este que até o vento e o mar lhe
obedecem?"
Nunca haviam encontrado um homem como
este. As ondas lhe eram sujeitas, e os
ventos, seus servos. E aquilo foi só o começo do que seus companheiros
de mar testemunhariam. Eles veriam peixes encherem o barco, demônios
entranharem-se em porcos, aleijados virarem dançarinos, e cadáveres voltarem à
vida.
"Pois com
autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!", maravilhavam-se as pessoas (Mc 1.27).
É de admirar que os discípulos estivessem
dispostos a morrer por Jesus? Nunca tinham visto tal poder; nunca haviam
contemplado tal glória.
Era como se... bem,
era como se o Universo inteiro fosse o seu reino. Você não teria necessidade de
lhes explicar este versículo;
eles conheciam-lhe o significado: "Teu é o reino, e o poder, e a glória
para sempre".
Confiando no poder de Deus
De fato, seriam dois desses pescadores
salvos quem mais claramente lhe declararia a autoridade. Ouçam João:"...
maior é o que está em vós do que o que está no mundo" (1 Jo 4.4). Atenção
para Pedro: "o qual [Jesus] está à destra de Deus, tendo subido ao céu,
havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências" (1 Pe
3.22).
É mais que natural
eles lhe haverem declarado a autoridade. E é mais que natural que o façamos
também. E é isto exatamente o que esta frase é: uma declaração. Uma declaração
vinda do coração. Uma
declaração que Deus merece ouvir. Não merece?
Deus não merece ouvir-nos proclamar a sua autoridade? Não é justo que
gritemos do fundo de nosso coração, e do alto de nossas vozes: "Teu é o
reino, e o poder, e a glória para sempre!"? Não nos é apropriado fitar os
cumes dessas montanhas de Deus e adorá-lo?
Claro que é. Não apenas Deus é digno de
receber nosso louvor, como precisamos dá-lo.
Montanhas para as quais
você não foi feito para escalar
Há certas montanhas onde somente Deus pode
subir. O nome delas? Você as verá quando
olhar pela vidraça da capela, na grande Casa de Deus. "Teu é o
reino, e o poder, e a glória para sempre". Um trio de picos cobertos de nuvens.
Admire-os, aplauda-os, mas não os escale.
Não digo que você
não possa tentar, mas que não é capaz. O pronome é teu, não meu; teu é
o reino, não meu é o reino. Se a palavra Salvador está na descrição de seu trabalho, é
porque você a pôs lá. Seu papel é ajudar o mundo, não salvá-lo. O Monte Messias
é uma montanha para a qual você não foi feito para escalar.
Nem o Monte
Auto-Suficiência. Você não é capaz de mover o mundo, nem de sustentá-lo. Alguns de vocês acham que podem. Vocês são feitos por si mesmos. Vocês não
dobram os joelhos; apenas arregaçam
as mangas e acrescentam outras doze horas ao dia... o que pode ser suficiente para se ganhar a vida ou desenvolver
um trabalho. Mas quando vocês enfrentarem a própria sepultura, ou a própria
culpa, seu poder não realizará o truque.
A
CAPELA
Você não foi feito para dirigir um reino,
nem se espera que você seja todo-poderoso. E você certamente não pode lidar com
toda a glória. O Monte do Aplauso é o mais sedutor dos três. Quanto mais alto
você sobe, mais as pessoas aplaudem. Porém os aplausos se diluem no ar. A
pessoa sobe ao mais alto topo e grita: "Minha é a glória!", somente
para perder o equilíbrio e cair.
"Teu é o reino, e o poder, e a glória
para sempre". Que proteção nos proporciona esta última frase! Ao confessar
que Deus está no comando, você admite que
você não está. E quando você dá a Deus todo o aplauso, nada é deixado
para confundir-lhe o cérebro.
Deixemos que a
senhora sobre a colina nevada nos ensine uma lição: Há certas montanhas que não nos compete subir. Permaneça embaixo, onde você foi feito para
ficar, e assim não se exporá ao aborrecimento.
Um Lar para o seu Coração
Recentemente,
minha filha Sara convidou uma amiga para passar a noite em casa. Não haveria aula no dia seguinte; então
deixei que ambas ficassem acordadas até quando quisessem. Para duas garotas de
sete anos, a suspensão do horário de dormir é como um convite para sair da fila
da morte. Elas me superaram. Cochilei em
minha cadeira e, quando acordei, percebi que já era quase meia-noite, e
elas ainda estavam acordadas— Muito bem, garotas
— informei eu. — É melhor irmos para a cama.
Gemendo o tempo inteiro, elas mudaram a
roupa, escovaram os dentes, e foram para a cama. Foi então que a nossa pequena
hóspede pediu para telefonar à mãe. A princípio recusei, mas então seu queixo
tremeu e seus olhos encheram-se de
A
GRANDE CASA DE DEUS
lágrimas.
Percebendo que estávamos à beira de uma explosão, passei-lhe o telefone.
Eu podia pressentir o que se passava do
outro lado da linha — um telefone tocando na escuridão, uma mãe passando por
cima do marido adormecido para agarrar o fone.
A pequena
menina nem mesmo disse alô.
— Mamãe,
quero ir para casa.
Com um ursinho numa das mãos, e o telefone
na outra, ela advogava sua causa. Ela estava com medo de acordar num quarto estranho. Esta não era a sua casa. Ela
queria a sua cama, o seu travesseiro; e, acima de tudo, queria a sua
mamãe.
Não posso culpá-la. Quando viajo, a parte
mais dura da viagem é a hora de dormir. O
travesseiro nunca parece bom, os lençóis parecem tão... tão esticados?
Além disso, quem sabe quem dormiu aqui a noite passada? As cortinas nunca
bloqueiam totalmente os raios da luz de néon. Eu preciso levantar cedo, mas
quem confia que a telefonista se lembrará de me acordar? Além disso, houve
aquela noite em Boise, quando ninguém me telefonou e... meus pensamentos
cobriram desde a consulta médica de Denalyn até o imposto de renda da próxima
primavera. Eu poderia ligar para casa, porém era tarde demais. Poderia dar um
passeio, mas correria o risco de ser assaltado. Poderia fazer um pedido ao
serviço de quarto, porém já o fizera.
Poderia ir para casa, mas, bem, eu já era bastante crescidinho.
Finalmente sentei-me na cama, liguei a TV, e assisti
Sport Center até meus olhos arderem, e eu pegar no sono.
Posso entender a amiga de Sara. Quando se
trata de repousar o corpo, não há casa como a da gente.
Também posso entender o salmista Davi.
Quando se trata de repousar a alma, não há lugar como a grande Casa de Deus.
"Uma coisa pedi ao Senhor e a buscarei", escreveu ele. "que
possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor e aprender
no seu templo. Porque no dia da adversidade me esconderá no seu
pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá; pôr-me-á sobre uma
rocha" (SI 27.4,5).
Se você pudesse pedir a Deus uma coisa, o
que lhe pediria? Davi conta-nos o que solicitaria. Ele almeja viver na
casa
Um lar para o
seu coração
de Deus. Enfatizei a palavra viver porque ela merece
ser enfatizada. Davi não quer conversar. Ele não deseja uma xícara de café no
alpendre dos fundos. Não pede uma refeição, nem pede para passar a noite na
casa de Deus. Ele deseja mudar-se para lá... para sempre. Ele está pedindo um
quarto próprio... permanente. Ele não quer estacionar na casa de Deus. Ele quer
recolher-se nela. Ele não busca uma estadia temporária, mas uma residência
vitalícia.
Quando Davi diz "habitarei na casa do
Senhor por longos dias" (SI 23.6),
está simplesmente dizendo que nunca se afastará de Deus. Ele anela
permanecer na aura, na atmosfera, cônscio de estar na casa de Deus, onde quer
que esteja.
A oração do Senhor é um traçado da casa de
Deus: uma descrição gradativa de como Deus satisfaz nossas necessidades, quando
habitamos nele. Tudo o que sucede numa casa saudável é descrito nesta oração.
Proteção, instrução, perdão, provisão... tudo acontece sob o telhado de Deus.
"Então, por que tantas pessoas não se
sentem protegidas, perdoadas, ou instruídas?", indaga você.
Minha resposta é tão simples quanto é direta
a pergunta. A maioria não aprendeu a viver na casa. Oh, nós a visitamos.
Paramos nela por alguns dias, ou até nos achegamos para uma refeição. Mas,
residir lá? Este é o desejo de Deus.
Lembre-se da promessa
de seu Filho:"... Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará,
e viveremos para ele e
faremos nele morada" (Jo 14.23). Ele quer ser aquele em quem "vivemos, e nos movemos, e
existimos" (At 17.28).
Deixe-me concluir com um exemplo de como
esta oração pode ser um lar para o seu coração. Tenho um longo caminho a
percorrer, porém estou tentando aprender a viver na grande Casa de Deus. Nos
últimos sete dias, tomei nota das vezes em que busquei força em uma das partes
da casa.
No domingo, eu estava cansado, fisicamente esgotado, então
caminhei até a capela e disse: "Teu é o
poder". E o Pai lembrou-me que era apropriado descansar.
Na segunda, eu tinha mais a fazer do
que tempo para fazê-lo. Em vez de
me estressar, fui até a cozinha e pedi o pão de cada dia. Ele deu-me forças
para fazer tudo o que era necessário.
A GRANDE CASA DE DEUS
Na
terça, fui à cozinha novamente. Precisando de algumas idéias para um livro
infantil, fui até a mesa e fiz um pedido. Na hora de dormir, o manuscrito
estava esboçado.
Tivemos
uma reunião estratégica esta semana. Começamos com meia hora de oração e
adoração, durante a qual caminhei até o observatório, e então entrei na capela.
Pedi a Deus — que fez os céus — para que a reunião corresse bem. E Ele atendeu.
Pedi ao Deus Santo, que está acima de nós, e Ele me ouviu.
Em
certa ocasião eu estava impaciente. Fui para o corredor e pedi a graça de Deus,
apenas para descobrir que já me fora dada. De outra feita, eu fui tentado, até
o momento exato em que uma pessoa entrou na sala com uma palavra sábia, e eu
fui lembrado da espessura dos muros. E então houve a frustração que
experimentei sobre uma opinião pessoal. Não sabendo como responder,
encaminhei-me ao estúdio e abri a Palavra. Foi então que 1 Coríntios 13
recordou-me: "O amor é paciente e bom".
Não quero deixar uma impressão errada. Há
ocasiões em que me preocupo, em vez de adorar; ocasiões quando digo a Deus o
que gostaria de comer, em vez de confiar nEle para encher meu prato. Não
obstante, dia-a-dia, estou aprendendo a viver na grande Casa de Deus.
Espero que você também esteja. Aceite o
conselho de Paulo e "ore sem cessar". Nunca perca de vista a casa de
Deus. Quando estiver preocupado com as suas contas, vá até a cozinha de Deus.
Quando estiver se sentindo mal por causa de um erro, levante os olhos ao
telhado. Quando visitar um novo cliente, sussurre uma oração ao entrar no
escritório: "Venha o teu reino para este lugar". Quando achar-se numa
reunião tensa, mentalmente, caminhe até a fornalha e ore: "Deixe a paz do
céu ser sentida na terra". Quando for difícil perdoar seu cônjuge, puxe o
cheque da graça de Deus que lhe foi dado.
Minha oração por você é a mesma de Paulo:
"... transformai-vos pela renovação do vosso entendimento" (Rm 12.2).
Possa o Espírito Santo mudar-lhe a mente. Possa você experimentar tão grande
bem-estar na casa de Deus, que nunca a queira deixar. E quando encontrar-se
noutra casa, possa você
Um lar para o
seu coração
fazer o que fez a amiguinha de Sara — ligar para casa.
Conte ao seu Pai que você não consegue repousar em nenhuma outra casa, que não
a dEle. Ele não fará pouco da chamada. Na verdade, está esperando pelo
telefonema.
PÓS-ESCRITO
Seu modelo, nosso guia
Estamos em casa.
Posso dar uma sugestão para a sua vida na
Grande Casa de Deus? A cada dia, ao acordar em sua presença, lembre-se da
planta da construção. E enquanto conversa com o Pai, trace na mente o projeto.
E um modo de ajudar a entrar em sua presença. Eis aqui um exemplo de como a
Oração do Senhor pode guiar suas orações:
A
GRANDE CASA DE DEUS
Pai nosso
Obrigado por adotar-me em tua família.
Que estás
Obrigado, meu Senhor,
Por seres um Deus do tempo presente:
Meu Jeová-Jiré (o Deus que prove),
Meu Jeová-Raah (o afetuoso pastor),
Meu Jeová-Shalom (o Senhor é paz),
Meu Jeová Rafa (o Senhor que cura),
E meu Jeová-Nissi (o Senhor, minha Bandeira).
No céu,
Tua oficina da criação recorda-me: Se pudeste fazer os céus,
também
podes fazer sentido fora de meus esforços.
Santificado seja o teu nome.
Sê santo em meu coração.
Tu estás "um corte acima" de
tudo o mais.
Capacita-me a focar minha visão em ti.
Venha o teu reino,
Vem reinar!
Sê presente, Senhor
Jesus!
Tenha livre soberania em cada ângulo de
minha vida.
Seja feita a tua vontade,
Revela-me o teu coração, Pai querido.
Mostra-me a minha parte em tua paixão.
Orienta-me nas seguintes decisões...
Assim na terra como no céu.
Obrigado por silenciares o céu para ouvir
minha oração.
Em meu coração estão aqueles a quem amas.
Oro por...
O pão nosso de cada dia dá-nos
hoje.
Aceito a tua porção para a minha vida
hoje.
Entrego-te as seguintes preocupações,
Concernentes ao meu bem-estar...
Pós-escrito
Perdoa-nos as nossas
dívidas,
Agradeço-te pelo telhado da graça sobre a
minha cabeça,
Construído com o lenho e os pregos do
Calvário.
Não há nada que eu possa fazer para
merecer-te a misericórdia,
ou acrescentá-la.
Confesso-te os meus pecados...
Assim como nós
perdoamos aos nossos devedores;
Trata-me, Pai, assim como trato aos
outros.
Tenha misericórdia dos seguintes amigos que me têm magoado...
Não nos induzas à
tentação,
Deixa minha pequena mão ser engolfada na
tua.
Segura-me para que eu não caia.
Peço-te força especial com respeito a ...
Pai nosso...
dá-nos... perdoa-nos... guia-nos
Repousa a tua bondade sobre toda a tua
igreja.
Oro especialmente pelos pastores próximos
E pelos missionários distantes.
Teu — não meu — é o
reino, Deixo meus planos
aos teus pés.
Teu — não meu — é o
poder, Venho a ti em busca de forças.
Tua — não minha — é a
glória, Dou-te todo o
crédito.
Para sempre. Amém. Teu — não meu — é o
poder. Amém.
Notas
A Grande Casa
de Deus
CAPÍTULO 2 A Sala de Estar
1. Joachim Jeremias, The Prayers of Jesus (New York: SCM Press,
1967), p.57,
como citado em John Stott, "Has Anyone Told You About the Power of
Prayer?" áudio, Ali
Souls Cassetes, No. E42/la.
CAPÍTULO 3 A Fundação
1. Todas as informações sobre os nomes de Deus
foram extraídas de: Names of God, Nathan Stone (Chicago: Moody Press,
1944).
CAPÍTULO 4 O
Observatório
1. Adaptado de The Ragamuffin Gospel, Brennan
Manning (Portland, OR.: Multnomah Press, 1990), págs. 32,33.
CAPÍTULO 7 O Estúdio
1. Cursor é semelhante à palavra curse, que
traduzida do inglês significa "maldizer, blasfemar, amaldiçoar". N.
do T.
A
GRANDE CASA DE DEUS
CAPÍTULO 9 A Cozinha
1.
Fonte
desconhecida.
2.
Charles Panati, Panati's
Extraordinary Origins of Everyday Things, (New York: Harper and
Row, Publisher, 1987), pág. 81.
3.
Ibidem,
pág. 86
4.
Alan Redpath, Victorious Praying (Grand
Rapids, MI: Revell, 1973), pág. 74.
CAPÍTULO 11 O Corredor
1.
John MacArthur,
"The Pardon of Prayer" áudio, 1980. John MacArthur (Word
of Grace, Panorama City, CA).
2.
Agradecimentos
a Harold C. Staub por permitir-nos usar esta carta.
CAPÍTULO 12 O Aposento
Familiar
1. K. Hubbard, "A Gift of Grace: The Death of
Conjoined Twins Ruth
and Verena Cady", People Weekly, 5 de novembro de 1993,
Vol.36, págs.
42-44.
CAPÍTULO 13 Os Muros
1.
Erwin Lutzer, The
Serpent of Paradise (Chicago: Moody Press, 1996), 102.
2.
Ibidem, pág. 111.
CAPÍTULO 14 A Capela
1. Lois Lambley,"... so
how'd you break your arm?" Et Cetera, North Bend Eagle, 18 de janeiro de 1995, pág. 4.
Guia de Estudo
Por Steve Halliday
A Grande Casa de Deus
Capítulo 1 – Um lar para o seu
coração
VAMOS REFLETIR
1. Deus
pode ser a sua habitação.
A. De que modo Deus pode ser a habitação de
alguém?
B. Deus é a sua habitação? Explique.
2. Você pode passar
dias sem pensar em Deus, porém Ele não passa um
só momento sem pensar em você.
só momento sem pensar em você.
A. Com que freqüência você pensa em Deus? O que o
impede de pensar nEle? Como você supera estes obstáculos?
B. Você
acredita que Deus nunca pára de pensar em você? Explique.
3. Você está a um
passo da casa de Deus. Onde quer que você esteja. Qual
quer que seja o momento.
quer que seja o momento.
A. O que Max quer dizer com "andando dentro
da casa de Deus"?
B. Esta imagem da Grande Casa de Deus ajuda você
a compreender e
utilizar a Oração do Senhor? Por quê?
utilizar a Oração do Senhor? Por quê?
4. Cristo
providenciou-nos mais que um modelo de oração; providenciou-
nos um modelo de vida. Estas palavras fazem mais do que ensinar-nos
o que dizer a Deus; ensinam-nos como existir com Ele.
nos um modelo de vida. Estas palavras fazem mais do que ensinar-nos
o que dizer a Deus; ensinam-nos como existir com Ele.
A. De
que modo a Oração do Senhor é um modelo de vida?
B. De
que maneira a Oração do Senhor nos diz como existir com Deus?
C. Que
parte da Oração do Senhor fala mais poderosamente com você?
A
GRANDE CASA DE DEUS
VAMOS ESTUDAR
1. Leia a Oração do Senhor em Mateus 6.9-13.
A. Que parte desta oração mais
o encoraja? Por quê?
B. Que parte mais o condena?
Por quê?
C. Há alguma parte que você não compreende? Se
assim for, qual é
ela? (Então, depois, leia especialmente o comentário de Max sobre
esta parte, no livro).
ela? (Então, depois, leia especialmente o comentário de Max sobre
esta parte, no livro).
D. Se
você fosse associar as partes de uma casa a cada parte desta oração, como o
faria?
2. Leia Atos 17.24-28.
A. Que
imagem de Deus esta passagem retrata? Como esta imagem se
ajusta ao seu conceito de oração? Explique.
ajusta ao seu conceito de oração? Explique.
B. Observe o verso 28. Como o conceito mencionado aí
se ajusta com a
imagem que Max faz da Grande Casa de Deus?
imagem que Max faz da Grande Casa de Deus?
3. Leia Salmos 90.1,2.
A. O que se destaca nestes
versículos?
B. Que
espécie de pedido Moisés faz a Deus no restante do Salmo?
(Veja especialmente os versículos de 12 a 17).
(Veja especialmente os versículos de 12 a 17).
4. Leia 1 Tessalonicenses 5.17,18; Romanos 12.12;
Efésios 6.18-20; Hebreus
13.15,18,19. Colossenses 4.2-4; Filipenses 4.6,7.
13.15,18,19. Colossenses 4.2-4; Filipenses 4.6,7.
A. O que
você aprendeu sobre oração em cada um dos versos acima?
5. Como o modelo de oração apontado na Oração do
Senhor relaciona-se
às passagens acima?
às passagens acima?
VAMOS ORAR
1.
Esta
semana, leia a Oração do Senhor em Mateus 6.9-13, ao menos um vez ao dia.
Leia-a meditando, deixando-se impregnar por suas ricas verdades. E então tire
um tempo para orar acerca de cada área de sua vida, baseando-se neste modelo de
oração.
2.
Sente-se
com um papel e uma caneta, e escreva, separadamente, cada frase da oração do Senhor. Divida a oração em
unidades que façam sentido para você — "Pai nosso", por
exemplo, ou "santificado seja o teu nome"
— e escreva um parágrafo sobre o significado desta unidade para você. E então
tire um momento para fazer a Oração do Senhor, considerando
especialmente o que você escreveu sobre suas várias partes.
A Sala de Estar
Capítulo 2 – Quando seu coração necessita de um Pai
VAMOS REFLETIR
1. Você pode
estar disposto a deixar de ser filho de Deus. Porém Deus não
está disposto a deixar de ser seu Pai.
está disposto a deixar de ser seu Pai.
A. Você já esteve disposto a deixar de ser filho de
Deus? Em caso afirmativo, explique. O que levaria alguém a querer deixar
de ser filho
de Deus?
de Deus?
B. Como
sabemos que Deus não está disposto a deixar de ser nosso
Pai? Como você tentaria explicar este fato a alguém que considera
isto bom demais para ser verdade?
Pai? Como você tentaria explicar este fato a alguém que considera
isto bom demais para ser verdade?
2. "Pai
nosso" lembra-nos que somos bem-vindos à casa de Deus, porque
fomos adotados pelo dono.
fomos adotados pelo dono.
A. Você se sente bem recebido
na casa de Deus? Por quê?
B. O
que há de importante em tornar-se membro da família de Deus
mediante a adoção? Por que a Bíblia usa o termo "adotado"?
mediante a adoção? Por que a Bíblia usa o termo "adotado"?
3. Deus
o adotou simplesmente porque quis. Foi um gesto de sua boa
vontade e favor.
vontade e favor.
A. Por que você acha que Deus
quereria adotar algum de nós?
B. De que
modo todos nós (inclusive você) acreditamos "na boa vontade e no
favor" de Deus? Porque Max acredita nisto? Você acredita?
Explique.
Explique.
4. Nosso
Deus não é um Pai só nos bons momentos. Ele não entra nessa
de "ame-o e deixe-o engordar". Posso contar com Ele em meus apuros,
não importa qual seja o meu desempenho. Você também pode.
de "ame-o e deixe-o engordar". Posso contar com Ele em meus apuros,
não importa qual seja o meu desempenho. Você também pode.
A. Por que é
importante saber que Deus nunca nos deixa? De que modo
somos afetados por este conhecimento?
somos afetados por este conhecimento?
B. Você sempre sente que Deus está com você em
todos os seus apuros? Estes sentimentos são verdadeiros? Como você lida com
eles?
A
GRANDE CASA DE DEUS
VAMOS ESTUDAR
1. Considere a expressão
"Pai nosso".
A. O que ela lhe comunica? Como ela faz você se
sentir? Que imagem
ela lhe traz à mente?
ela lhe traz à mente?
B. De que modo Deus é como um
pai?
2. Leia Lucas 15.11-32.
A. Que
imagem de pai é apresentada nesta história? Por que você acha
que Jesus pintaria tal quadro?
que Jesus pintaria tal quadro?
B. Com
que personalidade da história você mais se identificou? Por
quê?
quê?
C. Por
que o verso vinte é um bom retrato de nosso Pai celeste? Como
esta imagem mantida em nossa mente pode nos ajudar em nossa
vida de oração?
esta imagem mantida em nossa mente pode nos ajudar em nossa
vida de oração?
3. Leia Romanos 8.15-17; Gaiatas 4.4-7; Efésios 1.3-8.
A. De acordo com estas passagens, como alguém se torna filho de Deus?
B. Que direitos e privilégios são garantidos aos
filhos de Deus, de acordo com os versículos acima?
C. Como você acha que o conhecimento destes fatos
afetam nossa vida
de oração? Ele influencia o seu modo de orar? Por quê?
de oração? Ele influencia o seu modo de orar? Por quê?
VAMOS ORAR
1.
Passe
ao menos cinco minutos com Deus, falando-lhe exclusivamente do que significa
para você ser chamado filho dEle.
2.
No Novo Testamento, Deus é chamado de Pai mais de 200
vezes. Pegue uma
concordância, e encontre algumas delas. Escolha dez dessas passagens, e ore
baseado nelas, falando com Deus de suas características paternais, descritas em
cada versículo que você escolheu.
A Fundação
Capítulo 3 – Onde a confiança começa
VAMOS REFLETIR
1. Deus é a fundação de sua
própria casa.
A. O que significa a
afirmativa acima?
B. Quão estável seria a casa, se Deus não fosse a
sua fundação? Explique.
C. O que aconteceria se a casa de Deus fosse
construída sobre a fundação da força humana?
2. A
pergunta-chave na vida não é "Quão forte sou eu?" mas sim "Quão
forte é Deus?"
forte é Deus?"
A. Por que esta é a
pergunta-chave na vida?
B. Por
que é tão fácil inverter a declaração acima? Você costuma fazê-
lo? Se assim é, o que acontece quando o faz?
lo? Se assim é, o que acontece quando o faz?
C. Esta
pergunta-chave depende de seu relacionamento com Deus. Explique por que isto é
assim, e descreva como você entra em relacionamento com Ele. Como você descreve
este relacionamento?
3. Meditar
nos nomes de Deus faz você lembrar-se de seu caráter. Pegue
estes nomes e enterre-os em seu coração.
estes nomes e enterre-os em seu coração.
A. Max Lucado alista alguns dos nomes de Deus.
Qual deles tem maior significado para você? Por quê?
B. Por que "enterrar" os nomes de Deus no
coração? O que isto significa? Por que é importante? Você o tem feito?
Explique.
VAMOS ESTUDAR
1.
Considere a frase "Deus é".
A. O que significa para você
saber que Deus "é"?
B. Como você se sentiria se
Deus "não fosse"?
C. Como Deus lhe mostra,
pessoalmente, que Ele "é"?
A
GRANDE CASA DE DEUS
2. Leia Isaías 6.1-4 e Apocalipse 4.6-11.
A. Que
atributo de Deus está em destaque em ambas as passagens?
Descreva-o com suas próprias palavras.
Descreva-o com suas próprias palavras.
B. Conforme
descrito nessas passagens, como esses seres que cercam
Deus reagem a Ele? Por que reagem assim?
Deus reagem a Ele? Por que reagem assim?
C. Por que é importante ter isto em mente ao
dirigir-nos, em oração, ao
nosso Pai Celeste?
nosso Pai Celeste?
3. Considere
as seguintes passagens bíblicas. Elas apresentam vários nomes de Deus. Como
cada um deles é importante. Em que circunstâncias da vida cada um deles é
especialmente apelado?
A. Gênesis 1.1, Elohim (Deus o Criador).
B. Gênesis 48.15, Jeová Raah (Afetuoso Pastor).
C. Gênesis 22.7,8, Jeová Jiré (O Senhor que Prove).
D. Juizes 6. 24, Jeová Shalom (O Senhor é Paz).
E. Êxodos 15.26, Jeová Rafa (O Senhor que te Cura).
F. Êxodos 17.8-16, Jeová-Nissi (O Senhor minha Bandeira).
VAMOS ORAR
1.
Tire
alguns minutos para confessar a Deus suas fraquezas. Seja específico. Confesse,
por exemplo, sua paciência curta, seu orgulho, seu apego mais às coisas que às
pessoas. Então tire um tempo duas vezes maior para louvar a Deus por sua força
e fidelidade para com você. Agradeça-o por limpá-lo através do sangue de seu
Filho, e por adotá-lo em sua família.
2.
Escolha
um dos nomes de Deus alistados acima, e medite nele um dia inteiro. Escreva o
versículo apropriado num cartão, e reporte-se a ele freqüentemente ao longo do
dia. Então, antes de deitar-se à noite, louve a Deus por mostrar-lhe esse
aspecto dEle, e agradeça-o por atuar de acordo com o seu nome.
O Observatório
Capítulo 4 – Uma afeição celestial
VAMOS REFLETIR
1. Deus vive num domínio
diferente. Ele ocupa outra dimensão.
A. De que modo Deus vive num domínio e numa
dimensão diferentes
dos nossos?
dos nossos?
B. Se Deus não vive conosco,
como Ele pode ajudar-nos?
2. Você quer saber quem é Deus? Veja o que Ele tem feito.
A. Você quer saber quem é
Deus? Por quê? Que diferença isto faz?
B. Como o fato de olhar o que
Deus tem feito nos mostra quem Ele é?
3. Passe algum tempo andando pelo workshop dos
céus, vendo o que Deus
tem feito, e sinta como suas orações serão energizadas.
tem feito, e sinta como suas orações serão energizadas.
A. Por
que Max acha que há uma conexão entre fitar as estrelas e a
força de nossa vida de oração? Esta conexão está presente em sua
vida? Explique.
força de nossa vida de oração? Esta conexão está presente em sua
vida? Explique.
B. Quando
foi a última vez que você passou alguns minutos apenas
contemplando o Céu? Poderia fazê-lo esta noite?
contemplando o Céu? Poderia fazê-lo esta noite?
4. Da
próxima vez que a aurora prender-lhe a respiração, ou um prado
em flores deixá-lo mudo, lembre-se desse detalhe. Não diga coisa alguma, e ouça como o Céu cochicha: "Você gostou? Fiz isto para você".
em flores deixá-lo mudo, lembre-se desse detalhe. Não diga coisa alguma, e ouça como o Céu cochicha: "Você gostou? Fiz isto para você".
A. Por que, muitas vezes, o silêncio é a reação
mais apropriada ao sentimento de admiração?
B. Você
acha que Deus teria feito o mundo tão belo, se você fosse a
única pessoa no planeta? Explique.
única pessoa no planeta? Explique.
VAMOS ESTUDAR
1. Considere a frase "Pai nosso que estás
nos céus".
A. O fato de Deus estar no Céu
o torna distante de você? Explique.
B. Que benefícios existem em
ter um Deus "no Céu"?
A
GRANDE CASA DE DEUS
2. Leia 1 Coríntios 1.25.
A. Que comparação é feita neste verso? O que ele pretende comunicar?
B. Por que este versículo
deveria dar-nos maior confiança na oração?
3. Leia Isaías 55.8,9.
A. Que
comparação é feita neste versículo? O que ele pretende comunicar?
B. Por que este versículo
deveria dar-nos maior confiança na oração?
C. Como
este verso pode ajudar-nos a explicar alguns de nossos desapontamentos na
oração?
4. Leia o Salmo 19.1-6.
A. De acordo com esta passagem, como o Universo nos ensina
sobre Deus?
5. O
que Davi aprendeu sobre Deus, observando o Universo? Você acha
que tal conhecimento ajudou ou estorvou sua vida de oração? Explique.
que tal conhecimento ajudou ou estorvou sua vida de oração? Explique.
VAMOS ORAR
1. Na próxima noite clara, tire meia hora sem
fazer nada, e fique deitado
no chão, apenas fitando o céu. O que você vê? Tente contar as estrelas.
Depois de desfrutar da glória dos céus, gaste igual quantia de tempo
louvando a Deus pelo que você viu. Louve-o por seu poder, sabedoria,
graça e amor. Agradeça-o por você ter olhos para ver-lhe a criação, e
uma mente para compreender algo dela. Tenha bons momentos celebrando ao Deus Todo-poderoso!
no chão, apenas fitando o céu. O que você vê? Tente contar as estrelas.
Depois de desfrutar da glória dos céus, gaste igual quantia de tempo
louvando a Deus pelo que você viu. Louve-o por seu poder, sabedoria,
graça e amor. Agradeça-o por você ter olhos para ver-lhe a criação, e
uma mente para compreender algo dela. Tenha bons momentos celebrando ao Deus Todo-poderoso!
2. Tire alguns minutos para ler Apocalipse 21; 22.6.
Lembre-se de que o
lugar descrito nesta passagem é a casa de Deus, e um mero reflexo
de sua majestade e grandeza. Então louve-o por criar um lugar tão aprazível,
onde passaremos com Ele a eternidade. Ore durante esta leitura, agradecendo-o por sua bondade em
providenciar-nos um lar eterno e tão maravilhoso.
A Capela
Capítulo 5 – Onde o homem fecha a boca
VAMOS REFLETIR
1. Há ocasiões em que o falar profana o momento. O
silêncio representa o
mais elevado respeito. A palavra para tais ocasiões é reverencia. A oração para estes momentos é "Santificado seja o teu nome".
mais elevado respeito. A palavra para tais ocasiões é reverencia. A oração para estes momentos é "Santificado seja o teu nome".
A. Qual o
significado de "reverência" para você? Por que ela está associada
ao silêncio?
B. Como
alguém "santifica" o nome de Deus? De um ponto de vista
antagônico, como alguém o profana? Nesta última semana, você tem
feito mais uma coisa que a outra? Explique.
antagônico, como alguém o profana? Nesta última semana, você tem
feito mais uma coisa que a outra? Explique.
2. Disse
Deus a Jó: "Tão logo você seja capaz de lidar com assuntos tão
simples como a quantidade das estrelas, e o estiramento do pescoço da
avestruz, teremos uma conversa sobre dor e sofrimento. Mas até então,
podemos passar sem os seus comentários".
simples como a quantidade das estrelas, e o estiramento do pescoço da
avestruz, teremos uma conversa sobre dor e sofrimento. Mas até então,
podemos passar sem os seus comentários".
A. Se você estivesse no lugar de Jó, acha que
teria reagido igual a ele?
Por quê?
Por quê?
B. Em circunstâncias difíceis, você sempre exige
respostas de Deus? Se
Ele fosse responder suas indagações, o que acha que Ele lhe diria?
Ele fosse responder suas indagações, o que acha que Ele lhe diria?
3. Quando você firma a vista em Deus, está
focalizando alguém "um cor
te acima" daquilo que quaisquer tempestades na vida possam trazer.
te acima" daquilo que quaisquer tempestades na vida possam trazer.
A. Como você pode firmar a
vista em Deus? O que isto acarreta?
B. Como
a atitude de firmar a vista em Deus pode nos ajudar em meio
às tempestades da vida? Você tem algum exemplo pessoal disso? Se
tem, descreva-o.
às tempestades da vida? Você tem algum exemplo pessoal disso? Se
tem, descreva-o.
VAMOS ESTUDAR
1. Considere a
frase: "Santificado seja o teu nome".
A. Como uma pessoa pode
"santificar" algo?
B. Como o termo "santificar"
relaciona-se ao termo "santo"?
173
A
GRANDE CASA DE DEUS
2. Leia Jó 38.3-18.
A. Qual
o ponto principal nas perguntas de Deus? Que lição Ele queria
que Jó aprendesse?
que Jó aprendesse?
B. Se você estivesse no lugar de Jó, à esta altura
da história, como acha
que teria reagido? Por quê?
que teria reagido? Por quê?
C. O que você aprendeu sobre
Deus nesta passagem?
3. Leia Jó 40.4,5; 42.1-6.
A. Como
Jó reagiu à conversa de Deus? Foi uma reação apropriada?
Por quê?
Por quê?
B. O
que Jó finalmente aprendeu sobre Deus? Como isto mudou-lhe a
atitude para com aquela circunstância?
atitude para com aquela circunstância?
C. Em todo o discurso de Deus,
Ele respondeu às perguntas de Jó?
4. Leia o Salmo 46.10.
A. Que
ordem nos é dada neste versículo? Qual a razão para ela?
B. Para
você, tal ordem é fácil de obedecer? Por quê?
VAMOS ORAR
1.
Faça
um passeio longo e demorado por um lugar onde você possa estar a sós com Deus,
e desfrutar da obra de suas mãos. Esteja em silêncio, enquanto se maravilha com
o seu trabalho manual e a sua criatividade. Observe tudo o que puder à sua
volta — cores, cheiros, formas, a imensidade e a pequenez de sua criação. Ao
final de sua caminhada, quebre o silêncio e agradeça a Deus pela beleza da
criação, e por lhe haver dado a capacidade de desfrutar de tudo. Fale com Deus
reverente e amavelmente, e evite pedir-lhe qualquer coisa nesta oração.
2.
Devagar e cuidadosamente, leia os capítulos 38 a 41 de
Jó. Tente imaginar, tanto
quanto puder, os mistérios descritos de Deus. Depois tente colocar-se em lugar
de Jó, e responda: Como você se sentiria se Deus tivesse de lhe passar tal
mensagem tão carregada de poder? Despenda algum tempo a sós com Deus, em
silêncio, aquecendo-se em sua irresistível majestade e esplendor.
O Trono
Capítulo 6 – Tocando o coração do Rei
VAMOS REFLETIR
1. Quando você diz "Venha o teu reino",
está convidando o próprio Messias a entrar
em seu mundo... Este não é um pedido débil; é um audacioso apelo para
Deus ocupar cada ângulo em sua vida.
A. Você
tem convidado o Messias a entrar em seu mundo? Se assim é,
de que modo? Se não, por quê?
de que modo? Se não, por quê?
B. Neste
momento, Deus está ocupando cada ângulo em sua vida? Explique. Se não, você
gostaria que Ele o fizesse? Explique.
2. Para
Hamã, o massacre é questão de conveniência; para Satanás, de
sobrevivência. Ele fará o possível para impedir a presença de Jesus no
mundo.
sobrevivência. Ele fará o possível para impedir a presença de Jesus no
mundo.
A. Por
que o extermínio dos judeus era para Satanás uma questão de
sobrevivência? Por que ele tinha tal interesse?
sobrevivência? Por que ele tinha tal interesse?
B. Como
você acha que Satanás tenta impedir a presença de Jesus no
mundo, hoje? Como ele procura fazer isso em sua própria vida?
mundo, hoje? Como ele procura fazer isso em sua própria vida?
3. Quando
oramos para que venha o reino de Deus, ele vem! Todas as
hostes celestes acorrem em nosso auxílio.
hostes celestes acorrem em nosso auxílio.
A. Se o reino
de Deus viesse para o seu local de trabalho, o que aconteceria?
B. De que modo as hostes celestes acorrem em
nosso auxílio, quando
oramos para que venha o reino de Deus? Você tem orado para que
venha o reino, e não tem visto tal coisa acontecer? Explique. O que
podemos concluir disso?
oramos para que venha o reino de Deus? Você tem orado para que
venha o reino, e não tem visto tal coisa acontecer? Explique. O que
podemos concluir disso?
VAMOS ESTUDAR
1.
Considere a frase "Venha o teu reino".
A. Quando você pensa na vinda do reino de Deus, o
que lhe vem à
mente?
mente?
B. Por que você acha que
devemos orar pela vinda do reino de Deus?
A
GRANDE CASA DE DEUS
2. Leia Ester 3 a 9.
A. Qual foi a calamidade enfrentada pelo povo de
Deus? Quem a engendrou?
B. Como
Deus atuou nesta terrível circunstância, removendo-a de sobre eles? Como fez
com que o mal se tornasse em bem?
C. Que
participação teve Ester neste drama? Qual a participação de
Mardoqueu? Qual foi o papel do rei? Do ponto de vista do texto,
quem era o personagem principal?
Mardoqueu? Qual foi o papel do rei? Do ponto de vista do texto,
quem era o personagem principal?
D. Escolha um
verso-chave para cada um desses sete capítulos. Por que
você acha que os versículos que escolheu são significativos? O que
eles lhe ensinaram?
você acha que os versículos que escolheu são significativos? O que
eles lhe ensinaram?
E. Note que Ester é o único livro da Bíblia a não
mencionar o nome de
Deus. Você pode vê-lo neste livro, mesmo assim? Explique.
Deus. Você pode vê-lo neste livro, mesmo assim? Explique.
3. Leia Hebreus 4.14-16.
A. Que
título Jesus dá a esta passagem? O que este título nos diz sobre
o trabalho de Jesus em nosso favor?
o trabalho de Jesus em nosso favor?
B. Que
razões esta passagem nos dá para confiarmos que Jesus pode e
irá ajudar-nos? (Veja especialmente o v.15).
irá ajudar-nos? (Veja especialmente o v.15).
C. Que
conclusão se pode tirar no verso 16, baseada no que é dito nos
versículos 14 e 15? Você leva vantagem nisso? Por quê?
versículos 14 e 15? Você leva vantagem nisso? Por quê?
4. Leia Hebreus 12.28,29.
A. Que
espécie de reino estamos para receber? Que importância tem
isto?
isto?
B. Qual deve ser a nossa
resposta a esta promessa?
C. Como Deus é descrito nestes versículos? Você
costuma pensar nele
desse modo? Explique.
desse modo? Explique.
VAMOS ORAR
1.
Pegue
uma concordância, e procure a palavra "reino" no Evangelho de Mateus (há mais de 50 referências). Então pegue
sua Bíblia, e leia cada um desses versos, tentando ter um vislumbre do
reino de Deus. Enquanto lê, pare sempre a
fim de orar sobre o que você está aprendendo. Lembre-se, você está
orando ao Rei dos reis!
2.
Despenda
algum tempo pedindo a Deus para ocupar cada ângulo da sua vida. Que
"ângulos" você ainda pode estar lhe negando? Finanças? Relacionamentos? Trabalho? Escola? Recreação?
Seja honesto consigo mesmo, tanto quanto possível, e faça um inventário
de sua vida. Então convide o Rei a tomar o controle de cada área.
O Estúdio
Capítulo 7 – Como Deus revela sua vontade
VAMOS REFLETIR
1. Deus tem um plano, e este plano é bom. Nossa
pergunta é: Como faço
para acessá-lo?
para acessá-lo?
A. Você acredita que Deus tem
um plano para você? Por quê?
B. Como você acessa o plano de
Deus para a sua vida?
2. Orar "Seja feita a tua vontade" é
buscar o coração de Deus.
A. Por
que tal oração indica a busca do coração de Deus? Como esta
oração pode mudar-nos?
oração pode mudar-nos?
B. Se
você tivesse de descrever o coração de Deus a um não cristão, o
que lhe diria?
que lhe diria?
3. A vontade geral de Deus provê-nos
diretrizes que ajudam a entender
sua vontade específica para nossas vidas individualmente.
sua vontade específica para nossas vidas individualmente.
A. O que Max
quer dizer com "vontade geral" de Deus? E com "vontade
específica"?
B. Como a vontade geral de Deus nos ajuda a
descobrir sua vontade
específica? Como se relacionam ambas as "vontades"? Você acha
que a vontade específica de Deus contradiz ou ignora a sua vontade
geral? Explique.
específica? Como se relacionam ambas as "vontades"? Você acha
que a vontade específica de Deus contradiz ou ignora a sua vontade
geral? Explique.
4. Quer
conhecer a vontade de Deus para a sua vida? Então responda: "O
que lhe incendeia o coração?"... O fogo do seu coração é a luz do seu
caminho. Negligencie-o para a sua própria perda.
que lhe incendeia o coração?"... O fogo do seu coração é a luz do seu
caminho. Negligencie-o para a sua própria perda.
A. Você
deseja conhecer a vontade de Deus para a sua vida? Se Ele,
exatamente agora, lhe dissesse específica e audivelmente qual é a
vontade dEle para a sua vida, você estaria disposto a segui-la, não
importa o que fosse?
exatamente agora, lhe dissesse específica e audivelmente qual é a
vontade dEle para a sua vida, você estaria disposto a segui-la, não
importa o que fosse?
B. O que lhe
incendeia o coração? O que o enche de entusiasmo? Você
consegue enxergar a importância de se traduzir a vontade de Deus
consegue enxergar a importância de se traduzir a vontade de Deus
A
GRANDE CASA DE DEUS
para a sua
vida? Há alguma precaução que deve ser tomada quanto a isto? Se assim é, qual?
VAMOS ESTUDAR
1. Considere a frase
"Seja feita a tua vontade".
A. O que você já conhece sobre a vontade de Deus
para a sua vida?
Você se debate com alguma parte dela? Explique.
Você se debate com alguma parte dela? Explique.
B. É fácil ou difícil, para você, submeter-se à vontade de Deus? Explique.
2. Max
alista quatro componentes que funcionam juntos para nos ajudar
a encontrar a vontade de Deus:
a encontrar a vontade de Deus:
•
Através
do povo de Deus.
•
Através
da Palavra de Deus.
•
Através
de nosso andar com Deus.
•
Através
do fogo de Deus.
A. Com
suas próprias palavras, explique como "funciona" cada um
desses componentes.
desses componentes.
B. Qual desses componentes você utiliza mais
freqüentemente? Qual
deles você tende a omitir? O que é preciso mudar a fim de que os
quatro trabalhem juntos para você encontrar a vontade de Deus?
deles você tende a omitir? O que é preciso mudar a fim de que os
quatro trabalhem juntos para você encontrar a vontade de Deus?
3. Leia Lucas 24.13-35.
A. Sobre
o que conversavam os dois homens, enquanto caminhavam
para Emaús? Como você descreveria seu comportamento?
para Emaús? Como você descreveria seu comportamento?
B. Como Jesus
aproximou-se deles? Por que você acha que Ele se aproximou desse modo, e
não mais diretamente?
C. Como os homens finalmente reconheceram a Jesus?
Existe algo significativo sobre isto? O que é?
D. Como
os homens reagiram ao encontro? De que modo isto é um
modelo para nós?
modelo para nós?
4. Leia Mateus 7.21; 10.29; João 6.40; Atos 18.21;
Romanos 12.2; Efésios
5.17-21; 1 Tessalonicenses 4.3-8; 5.18.
5.17-21; 1 Tessalonicenses 4.3-8; 5.18.
A. O que você aprendeu sobre a
vontade de Deus nestas passagens?
B. Quão ansioso você está por fazer a vontade de
Deus, que já lhe foi
revelada? Tire algum tempo para pedir-lhe que o ajude a cumprir-
lhe a vontade, qualquer que seja ela.
revelada? Tire algum tempo para pedir-lhe que o ajude a cumprir-
lhe a vontade, qualquer que seja ela.
VAMOS ORAR
1. Pegue uma
concordância e procure a palavra "vontade", atentando particularmente
para os versículos que dizem algo sobre a vontade
Guia de Estudo
de Deus. Faça uma lista dos itens especialmente mencionados
como sendo a vontade de Deus para todos os seus filhos. A seguir passe algum
tempo orando sobre esta lista, agradecendo a Deus por ajudá-lo a cumprir sua
vontade naquelas áreas em que você está indo bem, e pedindo-lhe forças para
aquelas áreas nas quais você tem se debatido. 2. Muitas vezes não sabemos qual
é exatamente a vontade de Deus para nós; devemos seguir o exemplo do Senhor no
Jardim do Getsêmani, apresentando a Deus nossos pedidos, e então concluindo
nossa oração com "Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua".
Se há alguma questão em sua vida, que se ajusta a este modelo, ore a respeito
agora mesmo.
A Fornalha
Capítulo
8 – Porque alguém orou
VAMOS REFLETIR
1. O poder de Deus foi acionado pela oração.
Jesus olhou para a real garganta da caverna da morte, e chamou Lázaro de volta
à vida... tudo
porque alguém orou.
porque alguém orou.
A. Por
que você acha que a oração geralmente "dispara" o poder de
Deus? Por que existe tal conexão?
Deus? Por que existe tal conexão?
B. O
que você acha que poderia ter acontecido no caso de Lázaro, se
alguém não tivesse contado a Jesus sobre as condições de seu amigo?
alguém não tivesse contado a Jesus sobre as condições de seu amigo?
2. O poder da oração não depende de quem a faz,
mas de quem a ouve.
A. Você acha que Max está certo
sobre a declaração acima? Por quê?
B. O caráter da pessoa que ora tem influência sobre
o poder da oração?
Explique.
Explique.
3. Alguém
clama, e a esquadra do Céu aparece. Suas orações na Terra
ativam o poder de Deus no Céu, e a vontade de Deus é feita "tanto na
terra como no céu".
ativam o poder de Deus no Céu, e a vontade de Deus é feita "tanto na
terra como no céu".
A. Como seria a sua vizinhança, se a vontade de
Deus fosse feita aí,
como é feita no Céu? E o seu lar? Como você contribui para que isto
aconteça?
como é feita no Céu? E o seu lar? Como você contribui para que isto
aconteça?
B. Se é verdade que "alguém clama, e a
esquadra do céu aparece", por
que a Bíblia nos instrui, muitas vezes, a "orar sem cessar"?
que a Bíblia nos instrui, muitas vezes, a "orar sem cessar"?
4. Você é o
alguém do reino de Deus. Você tem acesso à fornalha de Deus.
Suas orações levam Deus a mudar o mundo.
Suas orações levam Deus a mudar o mundo.
A. Com
que freqüência você tira vantagem de seu acesso à fornalha de
Deus? Você está satisfeito com isto? Em caso negativo, o que pode
ria mudar isto?
Deus? Você está satisfeito com isto? Em caso negativo, o que pode
ria mudar isto?
B. Tire um
tempinho para examinar algumas de suas orações que ajuda
ram a "mudar o mundo" ao menos em seu pequeno canto do planeta.
ram a "mudar o mundo" ao menos em seu pequeno canto do planeta.
Guia de Estudo
VAMOS ESTUDAR
1. Considere a frase
"tanto na terra como no céu".
A. Como a vontade de Deus será feita no Céu? De má
vontade? Relutantemente?
Queixosamente? Como os anjos fazem a vontade de Deus?
B. Como
você geralmente faz a vontade de Deus na Terra? Poderia se
dizer que você a faz do mesmo modo que é feita no Céu? Explique.
dizer que você a faz do mesmo modo que é feita no Céu? Explique.
2. Leia João 11.1-44.
A. Relate a história com suas
próprias palavras.
B. Qual a resposta de Jesus, ao ouvir sobre a doença
de Lázaro? É o que
você teria esperado? Foi o que os discípulos esperavam? Explique.
você teria esperado? Foi o que os discípulos esperavam? Explique.
C. Que
disseram Marta e Maria a Jesus, quando Ele finalmente veio à
cidade delas? Como Jesus respondeu às irmãs?
cidade delas? Como Jesus respondeu às irmãs?
D. Por
que você acha que Jesus esperou para efetuar o milagre? (Veja
especialmente os vv. 15,40,42).
especialmente os vv. 15,40,42).
E. O que esta passagem lhe
ensinou a respeito da vontade de Deus?
3. Leia Apocalipse 8.1-5.
A. Descreva o que acontece
nesta passagem.
B. Alguma razão para o silêncio do Céu, nesta
passagem? Em caso afirmativo, qual?
C. O que você aprendeu sobre
oração, neste texto?
VAMOS ORAR
1.
Pegue
uma concordância e procure a palavra "ouvir" no livro de Salmos. Note
com que freqüência os salmistas declaram que Deus lhes ouve as orações, e como estes lhe rogam que os ouça. Usando suas
orações como modelo, agradeça a Deus por ouvi-lo, e apresente-lhe algum pedido
que você tenha a fazer.
2.
Avalie as áreas de sua vida, sobre as quais você exerce
substancial controle. Se a
vontade de Deus não está sendo feita em qualquer dessas áreas, como seria feita
no Céu, peça a Deus que o ajude a corrigir o problema.
Se essas áreas estão indo bem, agradeça a Deus por capacitá-lo a
fazer-lhe a vontade.
A Cozinha
Capítulo 9
– A mesa farta de Deus
VAMOS REFLETIR
1. Deus não é um guru
da montanha, envolvido apenas com o místico e
o espiritual. A mesma mão que lhe guia a alma dá-lhe alimento ao
corpo.
o espiritual. A mesma mão que lhe guia a alma dá-lhe alimento ao
corpo.
A. Você conhece alguém
que vê Deus apenas como um "guru da montanha"? Se assim é, como essas
pessoas reagem a Ele? O que elas
fazem? O que não fazem?
fazem? O que não fazem?
B. Você tende a achar que o místico e o espiritual
são mais importantes
(ou melhores) que o
alimento para o seu corpo? Explique. O que Deus diz a este respeito?
2. Se você tem seguido
o modelo da oração de Cristo, sua preocupação
tem sido mais o portento divino que o seu estômago. As três primeiras
petições são centradas em Deus, não em si próprio.
tem sido mais o portento divino que o seu estômago. As três primeiras
petições são centradas em Deus, não em si próprio.
A. O que significa
estar mais preocupado com os portentos divinos que
com o seu estômago? Como alguém chega a este ponto?
com o seu estômago? Como alguém chega a este ponto?
B. O que você acha que
Jesus estava ensinando na Oração do Senhor,
ao centrar as três primeiras petições em Deus, e não em si mesmo?
Suas orações seguem sempre este modelo? Caso contrário, por que
não?
ao centrar as três primeiras petições em Deus, e não em si mesmo?
Suas orações seguem sempre este modelo? Caso contrário, por que
não?
3. Deus tem a
incumbência, por Ele próprio assinada, de prover por si mesmo. E até agora,
você deve admitir, Ele tem feito um excelente trabalho.
A. Como Deus proveu
para você na semana passada? E no último mês?
E no ano passado? E desde que você se tornou cristão?
E no ano passado? E desde que você se tornou cristão?
B. O conhecimento de
que Deus prometeu prover para você faz alguma diferença em seu modo de vida? Por
quê?
4. Na casa de Deus,
aquele que providencia o alimento é o mesmo que
prepara a refeição.
prepara a refeição.
Guia de Estudo
A. O
que Max quer dizer com a declaração acima? Que diferença isto
faz?
faz?
B. Como Deus
lhe tem "preparado a refeição"? Descreva o último exemplo.
VAMOS ESTUDAR
1. Considere a frase "O
pão nosso de cada dia dá-nos hoje".
A. O que você acha que está
incluído na idéia de pão diário?
B. Por
que você acha que Deus nos diz para pedirmos cada dia o que
precisamos?
precisamos?
2. Examine
as duas regras que Max cita para pedir a Deus pelo pão diário.
•
Não
se acanhe; peça.
•
Confie
no cozinheiro.
A. Você se acanha de pedir algo para Deus? Em caso afirmativo, por quê?
B. Por
que é importante confiar no cozinheiro? Como demonstramos
que às vezes não confiamos no cozinheiro?
que às vezes não confiamos no cozinheiro?
3. Leia Salmos 37.3-6.
A. Que conselho é dado aqui
quanto a buscar nosso pão diário?
B. Que promessa nos é dada
aqui?
4. Leia Mateus 6.25-34.
A. Que conselho é dado aqui
quanto a busca de nosso pão diário?
B. Que
ilustrações nos são dadas para ajudar-nos a entender os caminhos de Deus?
C. Que promessa nos é dada se
seguirmos o caminho de Deus?
VAMOS ORAR
1.
Que
necessidade especial você enfrentou hoje? Aliste suas necessidades mais
urgentes (não seus desejos especiais, mas suas necessidades) e passe algum tempo
sem pressa com o Senhor, pedindo-lhe para satisfazer as necessidades específicas que você lhe trouxe. Então agradeça-o
por escutá-lo, e confie que Ele fará o que prometeu.
2.
Note
que este versículo fala sobre "nossas" necessidades diárias. Quais
são algumas das necessidades de seus amados, de seus colegas, e de seus
conhecidos? Faça uma lista dessas necessidades, e ore especificamente para que
Deus satisfaça cada uma. Deixe estas pessoas saberem que você tem estado orando
por elas, e peça-lhes para comunicar-lhe quando Deus satisfizer a necessidade
pela qual você orou.
O Telhado
Capítulo 10 – Sob a graça de Deus
VAMOS REFLETIR
1. Na
casa de Deus, você está coberto pelo telhado da graça.
i
A. O que o termo
"graça" significa para você?
B. Como a graça cobre você? De que modo o telhado
é uma boa ilustração da graça? Como ela o abrigou na semana passada?
2. Se Cristo
não nos tivesse coberto com a sua graça, cada um de nós esta
ria sem fundos nessa conta. Quando se procurasse por bondade, teríamos insuficiência de fundos. Santidade inadequada.
ria sem fundos nessa conta. Quando se procurasse por bondade, teríamos insuficiência de fundos. Santidade inadequada.
A. Já houve uma ocasião quando você descobriu que
não tinha fundos
suficientes para cobrir suas dívidas espirituais? Descreva. O que o
convenceu de que você estava errado?
suficientes para cobrir suas dívidas espirituais? Descreva. O que o
convenceu de que você estava errado?
B. Quão
santo devemos ser para entrar na presença de Deus? Como
podemos adquirir tal santidade?
podemos adquirir tal santidade?
3. Deus
assumiu a sua dívida. Você assumiu a fortuna dEle. E isto não é
tudo. Ele ainda pagou-lhe a pena.
tudo. Ele ainda pagou-lhe a pena.
A. O
que significa dizer que Deus "assumiu-lhe a dívida"? Como isto
foi feito?
foi feito?
B. O que significa dizer que você "assumiu a
fortuna de Deus"? Como
isto foi feito?
isto foi feito?
C. Como Deus pagou a sua
penalidade?
VAMOS ESTUDAR
1. Considere a frase "Perdoa-nos as nossas
dívidas".
A. Que "dívidas" você tem para com Deus?
O que este termo "dívida"
inclui?
inclui?
B. Você tem pedido para Deus perdoar-lhe as
dívidas? Em caso afirmativo, de que modo? Em caso negativo, por que não?
C. Como Deus é capaz de
perdoar-nos as nossas dívidas?
Guia de Estudo
2. Max desenvolve duas idéias
primárias neste capítulo:
•
Temos
uma dívida que não podemos pagar.
•
Deus
paga uma dívida que Ele não fez.
A. Qual é a dívida que não podemos pagar? Por que não
podemos pagá-
la?
la?
B. Por que Deus pagou uma
dívida que não fez? Como Ele a pagou?
3. Leia Isaías 64.6 e Romanos 3.23.
A. O que estes versículos nos falam sobre nossa dívida para com Deus?
B. Qual é o resultado desta
dívida?
4. Leia Romanos 4.5; 8.33; 2 Coríntios 5.19-21; Gaiatas 3.13; 1 Pedro
3.18.
A. De acordo com estes textos,
como Deus lida com nossa dívida?
B. O
que estes versículos nos ensinam que é preciso fazer para tirar
mos proveito do que Deus tem feito por nós?
mos proveito do que Deus tem feito por nós?
VAMOS ORAR
1.
Recorde-se
do que Cristo passou para prover-nos redenção, lendo a história de sua Paixão e
morte (Mt 26.36-28.15; Mc 14.32-16.8; Lc 22.39-24.12; Jo 18.1-20.9). Tire algum
tempo para agradecê-lo por sua graça, recordando especialmente como Ele o
salvou da penalidade de seus pecados.
2.
Ore
por seus conhecidos que ainda não conhecem a Cristo, para que eles também
venham a desfrutar da alegria do perdão de Deus. Nomeie especificamente estas
pessoas, e peça que Deus abra uma porta para que seus filhos — talvez você? —
partilhem eficazmente o Evangelho com esses que ainda não o conhecem.
O Corredor
Capítulo 11 – Graça recebida, graça dada
VAMOS REFLETIR
1. Lidar
com dívidas está no âmago de sua ventura. E está também no
centro da oração do Senhor.
centro da oração do Senhor.
A. Por
que lidar com dívidas está no âmago da ventura de uma pessoa?
B. Por que Max diz que a
dívida está no centro da oração do Senhor?
C. Como você normalmente lida
com as suas "dívidas"?
2. Confissões
não criam um relacionamento com Deus; simplesmente o
nutrem.
nutrem.
A. Por
que as confissões não criam um relacionamento com Deus? Se
não cria tal relacionamento, o que faz então?
não cria tal relacionamento, o que faz então?
B. Pode
a confissão nutrir um relacionamento com Deus? Isto é fácil
ou difícil para você fazer? Explique.
ou difícil para você fazer? Explique.
3. Em qualquer comunidade cristã existem dois
grupos: aqueles que são
contagiantes
em sua alegria, e aqueles que são excêntricos em sua fé.
A. Descreva
alguém que você conhece, que é contagiante em sua alegria.
B. Descreva alguém que você conhece (sem nomeá-lo!)
que é excêntrico em sua fé.
C. Que tipo de cristão você se
considera? Os outros concordariam?
4. Quer desfrutar da generosidade de Deus? Então
deixe que os outros
desfrutem
da sua.
A. Como
você pode deixar que os outros desfrutem de sua generosidade nesta semana?
B. Se alguém fosse julgar a generosidade de Deus,
observando a sua, o
que esta pessoa pensaria?
que esta pessoa pensaria?
Guia de Estudo
VAMOS ESTUDAR
1. Considere a frase
"Perdoa-nos as nossas dívidas assim como nós per
doamos aos nossos devedores".
doamos aos nossos devedores".
A. Por que você acha que esta frase preocupa
algumas pessoas? Ela o
preocupa também? Em caso afirmativo, por quê?
preocupa também? Em caso afirmativo, por quê?
B. Quem são os seus devedores? Você os tem
perdoado? Explique.
2. Max fala sobre
"o alto preço da desforra". O que os textos abaixo nos
falam deste alto preço?
falam deste alto preço?
A. Mateus
18.21-35.
B. Mateus
6.14,15.
C. Gaiatas
5.14,15.
3. Leia
Lucas 6.37,38.
A. O
que estes textos nos mandam evitar?
B. O
que eles nos mandam fazer?
C. Qual o resultado de nossa obediência? Qual o
resultado de nossa
desobediência?
desobediência?
VAMOS ORAR
1. Há alguém em sua vida a quem você tem dificuldade em
perdoar? Se assim é, admita isto perante o Senhor. Conte-lhe sobre os seus
sentimentos, sem tentar justificar por que você se sente assim. Peça-lhe para
dar-lhe a sua força, a fim de que você faça aquilo que acredita ser a vontade
dEle: perdoar a tal pessoa. Confesse que isto não é algo que você seja capaz de
fazer pela própria força, e que talvez você nem se esforce para desejar perdoar
a pessoa que o feriu. Entregue isto ao Senhor e permita que Ele traga você ao
lugar onde você precisa estar.
2.
Há alguém em sua vida,
que pode estar tendo dificuldade em perdoá-lo por algo que você tenha feito? Se
assim é, peça ao Senhor para ajudá-lo a pedir perdão a esta pessoa, não importa
quão duro isto possa ser. Depois de pedir força e direção a Deus, aproxime-se
desta pessoa e tente resolver seus problemas. Lute pela paz.
O Aposento Familiar
Capítulo 12 – Aprendendo a viver juntos
VAMOS REFLETIR
1. Não
oramos ao meu Pai, ou pedimos pelo meu pão diário, ou para Deus
perdoar os meus pecados. Na casa de Deus falamos a linguagem da
pluralidade: "nosso Pai", "nosso pão de cada dia", "nossas dívidas", "nos
sos devedores", "não nos induzas à tentação" e "livra-nos".
perdoar os meus pecados. Na casa de Deus falamos a linguagem da
pluralidade: "nosso Pai", "nosso pão de cada dia", "nossas dívidas", "nos
sos devedores", "não nos induzas à tentação" e "livra-nos".
A. Por
que você acha que Jesus enfatizou a "pluralidade" em sua oração?
B. Faça um inventário da sua vida de oração. Você
diria que ela é mais
caracterizada por "me" ou "nos"? Explique.
caracterizada por "me" ou "nos"? Explique.
2. Todos precisamos de um Pai... somos todos mendigos
carentes de pão...
somos pecadores carentes de graça.
somos pecadores carentes de graça.
A. O que você mais necessita
de seu Pai? Por quê?
B. Que espécie de
"pão" você mais necessita hoje? Explique.
C. Que
forma de graça você mais precisa, exatamente agora? Por que
não pedir a Deus para supri-la neste exato momento?
não pedir a Deus para supri-la neste exato momento?
3. Na
casa de Deus, ocasionalmente encontramo-nos perto de pessoas de
quem não gostamos.
quem não gostamos.
A. Com
que tipo de pessoa você acha mais difícil relacionar-se? Por
quê? Como você lida com essa gente?
quê? Como você lida com essa gente?
B. Descreva uma circunstância em que você pediu a
Deus que o ajudasse a se dar bem com alguém de quem você não gostava. O que
aconteceu?
aconteceu?
VAMOS ESTUDAR
1. Considere o
termo "nosso".
A. Por que você acha que Jesus nos ensinou
a orar usando o plural, e não o singular?
Guia de Estudo
B. Você tem o hábito
de orar pelos outros tanto quanto por você, ou isto é algo com que tem de lutar? Explique.
2. Max diz que todos
precisamos ao menos de três coisas:
•
Somos
filhos carentes de um pai.
•
Somos
mendigos carentes de pão.
•
Somos
pecadores carentes de graça.
A. De que modo Deus se lhe tem
revelado como um Pai?
B. De que modo você se
identifica com um mendigo carente de pão?
C. Como você demonstra ser um
pecador carente de graça?
3. Leia Romanos 12.14-21.
A. Que instruções este texto
nos dá para vivermos com os outros?
B. Qual
é para você, nesta passagem, a coisa mais difícil de se fazer?
Por quê?
Por quê?
4. Leia Romanos 14.10-13.
A. Que regras gerais nos dá Paulo aqui, para vivermos
com outros crentes? Qual a razão destas regras?
B. Que motivações nos dá Paulo, no verso 11, para
obedecermos às
suas instruções? Isto é algo sobre o qual você pensa com freqüência?
Deveria ser? Explique.
suas instruções? Isto é algo sobre o qual você pensa com freqüência?
Deveria ser? Explique.
VAMOS ORAR
1.
Reúna-se
numa noite com alguns amigos cristãos e unam-se em oração por uma hora. Façam o
acordo de cada um de vocês orar pelo outro, mas sem orar por si mesmo.
2.
Passe algum tempo a sós, orando pelos membros e pastores
de sua igreja. Ore por
direção, proteção, força, para que o Espírito de Deus os guie em todo o seu
amor, verdade e serviço. Tente não orar muito por si mesmo, mas concentre-se na pessoa que está crescendo em Cristo, com você,
na sua igreja.
Os Muros
Capítulo 13 – Satanás, servo de Deus
VAMOS REFLETIR
1. Toda
vez que Satanás tenta investir para o mal, marca um ponto para o
bem. Quando ele conspira contra o Reino, sempre o favorece.
bem. Quando ele conspira contra o Reino, sempre o favorece.
A. Dê alguns exemplos bíblicos
que ilustrem a declaração acima.
B. Descreva
alguns incidentes de sua própria vida que demonstrem a
verdade da declaração acima.
verdade da declaração acima.
2. Satanás pode emproar-se e pavonear-se, mas é
Deus quem dirige os
tiros.
tiros.
A. Como
Satanás se "emproa e pavoneia"? Como ele faz isto em sua
própria vida?
própria vida?
B. O
quão importante é saber que Deus "dirige os tiros"? Que diferença
isto faz em nosso modo de viver?
3. Todos os anjos, incluindo Satanás, são
inferiores a Deus. E, isto pode
surpreender você: Satanás ainda é um servo de Deus.
surpreender você: Satanás ainda é um servo de Deus.
A. Por
que é importante saber que os anjos são inferiores a Deus? O
que aconteceria se não o fossem?
que aconteceria se não o fossem?
B. De que modo Satanás é um
servo de Deus?
4. Os
muros que circundam a grande Casa de Deus — Satanás não pode
escalá-los nem penetrá-los. Ele não tem absolutamente poder, exceto o
poder que Deus lhe permite.
escalá-los nem penetrá-los. Ele não tem absolutamente poder, exceto o
poder que Deus lhe permite.
A. O
que são os "muros" que circundam a grande Casa de Deus? De
que eles são feitos?
que eles são feitos?
B. Por que você acha que Deus
permite algum poder a Satanás?
VAMOS ESTUDAR
1. Considere a frase "e não nos
induzas à tentação, mas livra-nos do mal". A. Por que devemos orar para
que Deus não nos induza à tentação?
Guia de Estudo
Existe
realmente algum perigo nisso? Se não, qual o propósito desta parte da oração do
Senhor? B. De que modo Deus o tem livrado do mal?
2. Max afirma que Deus usa
Satanás de três modos principais:
•
Para
refinar o fiel.
•
Para
acordar o dormente.
•
Para
ensinar a Igreja.
A. Como Satanás "refina" o fiel? Como
ele tem sido usado para refinar
você?
você?
B. Como
Satanás "acorda o dormente"? Quem é o dormente? E, em
sua própria experiência, como ele faz isto?
sua própria experiência, como ele faz isto?
C. Satanás
parece um professor totalmente diferente da Igreja. O que
significa dizer que ele pode ser usado para ensinar a Igreja? Que
lições a sua igreja tem aprendido com ele?
significa dizer que ele pode ser usado para ensinar a Igreja? Que
lições a sua igreja tem aprendido com ele?
3. Leia Isaías 14.12-15 e Ezequiel 28.12-17.
A. O que a passagem nos ensina sobre a
transformação de Satanás em
anjo das trevas?
anjo das trevas?
B. Qual foi o
supremo pecado de Satanás, de acordo com Ezequiel? De
que modo este pecado ainda é uma armadilha para nós?
que modo este pecado ainda é uma armadilha para nós?
4. Leia João 19.1-16.
A. Do
ponto de vista de um observador humano, quem parece estar no
controle desta cena? Quem está realmente no controle? Como você
sabe?
controle desta cena? Quem está realmente no controle? Como você
sabe?
B. Note especialmente as palavras de Jesus no
verso 11.0 que Ele diz a
Pilatos? De que modo suas palavras são igualmente aplicadas a alguns dos filhos adotados de Deus?
Pilatos? De que modo suas palavras são igualmente aplicadas a alguns dos filhos adotados de Deus?
VAMOS ORAR
1.
Quais
são suas maiores tentações na vida? Como você lida com elas? Leia 1 Coríntios
10.12,13. E então peça a Deus sabedoria e força para lidar de bom modo com as
tentações que lhe sobrevêm. Peça-lhe que o ajude
a lembrar-se de que, freqüentemente, a melhor estratégia é a fuga (2 Tm
2.22). Peça-lhe que o capacite a fazer o que Lhe trará maior glória. Agradeça-o
por sua proteção e cuidado.
2.
Tire
algum tempo para recordar as muitas vezes que Deus o livrou do mal, desde que
você tornou-se um cristão. Repasse-as quantas vezes
A GRANDE CASA DE DEUS
puder, agradecendo a Deus por seu
poder, e louvando-o por sua força e bondade. Então peça-lhe que continue a livrá-lo das tentações e
julgamentos que você, inevitavelmente, enfrentará.
A Capela
Capítulo 14 – Confiando no poder de Deus
VAMOS REFLETIR
1. A
capela é o único compartimento da casa de Deus duas vezes visitado
por nós... É duplamente melhor pensar em Deus do que em qualquer
outra coisa. Deus quer que comecemos e terminemos nossa oração pensando nEle.
por nós... É duplamente melhor pensar em Deus do que em qualquer
outra coisa. Deus quer que comecemos e terminemos nossa oração pensando nEle.
A. Por
que Deus desejaria que visitássemos a capela, e não outro cômodo, duas vezes? O
que há de tão especial sobre a capela?
B. Você geralmente começa e termina suas orações
pensando em Deus?
Se não, por que não muda sua prática? E por que deveria fazê-lo?
Se não, por que não muda sua prática? E por que deveria fazê-lo?
2. Quanto mais nossos olhos se fixam em sua
Majestade, maior é a vivacidade de
nossos pés. Deixe, porém, os olhos focalizarem a lama sob nós,
e resmungaremos das pedras e fendas que temos de atravessar.
e resmungaremos das pedras e fendas que temos de atravessar.
A. Por que há uma "vivacidade em nossos
pés", quando fitamos sua
Majestade? Por que isto nos energiza?
Majestade? Por que isto nos energiza?
B. O que
significa "focalizar a lama sob nós"? Por que isto é tão fácil de
se fazer? Como podemos nos lembrar de deixar de olhar a "lama", e
começar a fitar Deus?
se fazer? Como podemos nos lembrar de deixar de olhar a "lama", e
começar a fitar Deus?
3. Você
não foi feito para dirigir um reino, nem se espera que você seja
todo-poderoso. E você certamente não pode lidar com toda a glória.
todo-poderoso. E você certamente não pode lidar com toda a glória.
A. Por
que às vezes agimos como se tivéssemos sido feitos para dirigir
um reino? Como se fôssemos todo-poderosos?
um reino? Como se fôssemos todo-poderosos?
B. Por que não estamos preparados para lidar com
toda a glória? Se
não estamos, quem está? E o que torna Deus tão diferente de nós?
não estamos, quem está? E o que torna Deus tão diferente de nós?
4. Ao
confessar que Deus está no comando, você admite que você não está.
A. Quão fácil é para você admitir que Deus está no
comando, e você
não? Explique.
não? Explique.
B. Quais são alguns modos práticos de se admitir
que você não está no
comando, e confessar que Deus está?
comando, e confessar que Deus está?
A
GRANDE CASA DE DEUS
VAMOS ESTUDAR
1. Considere a frase "Teu
é o reino, e o poder, e a glória. Amém".
A. De que modo este é um final
apropriado para a oração do Senhor?
B. Como cada
um dos três termos principais — "reino", "poder" e
"glória" — centraliza
nossa atenção mais em Deus? O que cada um destes termos lhe comunica?
2. Leia Colossenses 3.1-4.
A. De
acordo com esta passagem, sobre quais coisas devemos fixar a
mente?
mente?
B. Qual a razão para agirmos
assim?
C. Que promessa é feita no
verso 4?
3. Leia Hebreus 12.2,3.
A. De
acordo com esta passagem, onde devemos fixar os olhos? Por
quê?
quê?
B. De
acordo com o versículo 3, o que acontece quando não cumpri
mos esta ordem? Você tem experimentado tais conseqüências? Explique.
mos esta ordem? Você tem experimentado tais conseqüências? Explique.
4. Leia 1 Coríntios 2.9.
A. De acordo com este
versículo, que espécie de Deus servimos?
B. Como você
reage à grandeza do amor de Deus, conforme expressado
nesta passagem? Como isto o faz se sentir? Como isto faz você agir?
nesta passagem? Como isto o faz se sentir? Como isto faz você agir?
VAMOS ORAR
Não importa a época do ano em que você leia isto, pegue uma
gravação do Messias de Handel, e toque o trecho Aleluia. Ouça
cuidadosamente as palavras, e deixe-se impregnar da música poderosa. Então
passe algum tempo louvando a Deus por Ele ser quem é, e agradecendo-o pelo que
Ele lhe tem feito. Agradeça-o por continuar a ser um poderoso e glorioso Rei em
sua vida, e porque, um dia, seu poder, sua glória e seu reino serão vistos por todo
o Universo.
■
Um Lar para o seu Coração
Capítulo 15
VAMOS REFLETIR
1. Se
você pudesse pedir a Deus uma coisa, o que lhe pediria?
A. Responda
a pergunta acima. Por que pediria isto?
B. O
quão diferente seria a sua resposta dez anos atrás? Explique.
2. Davi anela permanecer na aura, na atmosfera,
cônscio de estar na casa
de Deus, onde quer que esteja.
de Deus, onde quer que esteja.
A. Você partilha o anelo de Davi? Se assim é,
como você expressa tal
anseio? Se não, por quê?
anseio? Se não, por quê?
B. Descreva
o lugar mais extraordinário em que você já esteve, na casa
de Deus. O que aconteceu?
3. Dia-a-dia,
estou aprendendo a viver na grande Casa de Deus.
A. Você vive hoje na casa de Deus mais do que
vivia há cinco anos?
Explique.
Explique.
B. O
que há de importante na expressão "dia-a-dia"? O que há de importante
em
"Estou aprendendo"? Que relação tem estas duas coisas com o viver na
grande Casa de Deus? De que modo isto deve ser um encorajamento a todos nós?
VAMOS ESTUDAR
1.
De que modo Deus é
"um lar para o seu coração"? Como a oração do Senhor o ajuda a viver
neste lar?
2.
Leia o Salmo 27.1-5.
A. Que
reivindicações faz Davi nesta passagem?
B. O
que esta passagem lhe conta sobre o mais profundo desejo de Davi?
C. O
que você pode aprender com o exemplo de Davi?
3. Leia
João 14.23.
A.
De acordo com este versículo, o que se requer de nós, para que façamos nosso
"lar" com Deus?
A
GRANDE CASA DE DEUS
B. Que
promessa nos é dada aqui? Você tem tirado proveito desta promessa? Explique. 4.
Leia Atos 17.28.
A. O que este versículo nos fala quanto a ter um
relacionamento com
Deus? Você tem esta espécie de relacionamento? Descreva-o.
Deus? Você tem esta espécie de relacionamento? Descreva-o.
B. O
que significa "viver em Deus"? O que significa "mover-se"
em
Deus? O que significa "existir" em Deus? E o que significa ser "ge
ração" de Deus?
Deus? O que significa "existir" em Deus? E o que significa ser "ge
ração" de Deus?
C. Como este versículo sumaria os principais pontos de
A Grande Casa
de D eu si
de D eu si
VAMOS ORAR
Leia a Oração do Senhor mais uma vez (Mateus 6.9-13). Enquanto lê,
medite nos vários "aposentos" existentes nela. Então faça a oração,
entrando em cada cômodo, e lembrando cada um dos eventos, desafios e triunfos
de sua vida. Comece com louvor, termine com louvor, e, no meio, faça notórios a
Deus os seus pedidos mais urgentes, tanto por você como pelos outros.A
Grande Casa de Deus
Grande Casa de Deus
O maior desejo de Deus é ser a sua habitação — um lar para o seu coração. Ele
não quer ser apenas uma fuga no fim de semana. Ele não tem interesse em ser uma
casa aos domingos, ou até mesmo uma casa de verão. Ele deseja ser o seu
endereço postal, seu ponto de referência,
sua casa... sempre. Ele quer que você viva na Grande Casa de Deus,
uma promessa literal de seu Filho: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e
viremos para ele e faremos nele morada" (Jo 14.23).
Deixe Max Lucado levá-lo numa turnê pela casa que o próprio Deus lhe tem
preparado. Aqueça seu coração na lareira da sala de estar. Alimente o seu ■ espírito na cozinha. Busque a comunhão no aposento familiar.
Caminhe pelo corredor, e encontre perdão.
É a perfeita casa para você. Além de tudo, foi criada tendo você em mente. Existe apenas uma casa
construída para o seu coração. Nenhuma outra é tão completa:
•
Não
há estrutura mais sólida;
•
O
telhado nunca vaza;
•
Os
muros nunca racham;
•
A
fundação nunca estremece.
Na Casa de
Deus, você está em casa. Então entre nesta casa construída para você. Seu Pai
está esperando.
MAX LUCADO é pregador e autor de vários best-sellers. Vive em San
Antônio, Texas. Ele e sua esposa, Denalyn, têm três filhas: Jenna, Andréa, e
Sara. Eles cultuam a Deus e ministram na Oak Hills Church of Christ.
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