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Davi e Golias    | 
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“Vencendo o
  gigante pelo poder de Deus”  | 
O povo filisteu foi um dos maiores inimigos de
Israel no período do Antigo Testamento. A Filistia era habitada por
descendentes de Cão, filho de Noé (Gn.10.14). Em virtude da maldição que pesava
sobre eles, seu território se tornou parte da terra prometida por Deus a Israel
(Gn.9.25; Js.13.1-2). Este era, portanto, o maior motivo das guerras entre as
duas nações. 
Na época do rei Saul, os filisteus se levantaram
contra Israel (ISm.17.1), e seu principal soldado era um gigante: Golias, que
media três metros de altura. Ele desafiou os israelitas, com aparência
assustadora e palavras de ameaça, causando espanto e medo (I
Sm.17.11,24). O povo de Deus se impressionava pelo que via e ouvia, deixando
de viver por fé. 
Todo o exército de Israel não conseguia vencer
aquele único homem. Que vergonha! Era uma situação de afronta e humilhação
extrema (ISm.17.25). Esvaiu-se a glória dos comandantes. De nada adiantaram os
treinamentos, as estratégias e a força das armas. O rei Saul, embora fosse o
israelita mais alto (ISm.9.2), era incapaz de derrotar o gigante. 
Como se poderia compreender aquela situação? O
povo de Deus estava sendo afrontado por uma nação ímpia. A explicação é que
Israel não destruiu os filisteus na época de Josué, conforme a ordem de Deus
(Js.13.1-2). Aquilo que não resolvemos no tempo certo acaba crescendo e se
tornando um problema gigante. 
Em meio àquela situação difícil, Davi se
prontificou para combater o filisteu. Um pequeno servo de Deus enfrentaria um
grande inimigo. O que define a batalha não é a nossa estatura, mas o tamanho do
Deus a quem servimos. "Maior é o que está em nós do que o que está no
mundo" (IJo.4.4). 
Gostaríamos de não encontrar gigantes pelo
caminho, mas, se não encontrássemos, também não teríamos grandes vitórias na
vida. 
No primeiro momento, as pessoas não deram crédito
a Davi, pois o julgavam pela aparência. Ele era formoso, porém pequeno. Era o
mais novo dos filhos de Jessé e não fazia parte do exército (ISm.17.14). Recebeu
apenas a simples tarefa de levar um lanche para seus irmãos (ISm.17.17). 
Na seqüência, observamos que Eliabe, Saul e o
próprio Golias expressaram opiniões negativas sobre Davi
(ISm.17.28,33,42). Entretanto, Deus tinha uma opinião positiva sobre aquele
jovem. Davi não deu ouvidos a todas aquelas palavras malignas a seu respeito,
mas ficou firme em sua convicção espiritual, demonstrando fé, coragem, ousadia,
iniciativa e determinação. Não ficou limitado às palavras e à fé, mas partiu
para a ação, sendo o único a se oferecer para enfrentar o gigante.
Acima daquilo que se diz a respeito do servo de
Deus, importa o que ele, de fato, é. Percebemos, no episódio, alguns traços
importantes do caráter de Davi. Ele era submisso e obediente
ao seu pai. Era trabalhador, cuidando das ovelhas. Estava disposto a
servir, levando o alimento para seus irmãos. Era corajoso, pois não
se negou a correr riscos indo ao campo de batalha. Era solidário e participativo.
Ele poderia considerar que o gigante era um problema dos soldados. Contudo, o
jovem tomou uma postura em defesa do interesse coletivo, entrando numa guerra
que não era particularmente sua. Poderia apenas entregar o suprimento de seus
irmãos e ir embora. Entretanto, ele tinha visão, percepção das
oportunidades, para fazer mais do que lhe tinha sido ordenado. 
Na hora do confronto, o que pesou foi sua história
de relacionamento com Deus, além da fidelidade presente. Não podemos
depender apenas de um clamor no momento do aperto, embora isto possa até
funcionar. Davi tinha uma vida de dedicação ao Senhor e obteve experiências com
ele antes daquele dia. Seu currículo era significativo. Tendo enfrentado o leão
e o urso, o jovem pastor estava convicto de que venceria também o filisteu
(ISm.17.34-37). As experiências de ontem ajudam a nossa fé hoje. Naquele
momento, Davi tomou uma posição de defesa do rebanho de Deus: o povo de Israel.
Ele não teve medo de morrer porque havia sido
ungido para ser rei (ISm.16). Portanto, enquanto não chegasse ao trono, ninguém
poderia matá-lo. A unção era sua garantia de vida. 
Saul ofereceu-lhe seus apetrechos de guerra
(ISm.17.38), mas aquela batalha não poderia ser vencida simplesmente com os
recursos bélicos habituais. Um milagre seria necessário. Em algumas situações,
as soluções humanas parecem inadequadas e insuficientes. É quando as esperanças
parecem acabar e o fundo do poço fica cada vez mais perto. O que funcionou em
outros momentos, agora não resolve. Em ocasiões assim, só Deus pode nos ajudar.
As armas de Saul não serviam para Davi. Aliás,
nem para o rei elas estavam adiantando. Quais são as nossas armas? As
mesmas do ímpio? Usamos de engano, desonestidade e trapaça para conseguir
nossos objetivos? Em que acreditamos? No nosso conhecimento intelectual, força
física e influência pessoal? Estamos confiantes no dinheiro, no emprego e nas
posses materiais? Nossa fé deve estar depositada no Senhor. Daí em diante, ele
pode usar qualquer coisa, até mesmo uma pedrinha, para nos conduzir à vitória.
Deus vai usar o que estiver nas nossas mãos. Ainda que seja pouco, será o
suficiente.
"Embora vivendo em carne, não militamos
segundo a carne; porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas
poderosas em Deus, para demolição de fortalezas" (IICo.10.4). 
Nossas armas devem ser aquelas que Deus
determinou: a Palavra, a fé, a verdade, a justiça, a oração, etc
(Ef.6.10-18). A tudo isso, acrescente-se a vigilância e a perseverança.
Se o soldado ficar distraído ou dormir no campo de batalha, suas melhores armas
serão inúteis. O mesmo acontecerá se ele desanimar e desistir no meio da luta. 
Devemos usar todas as armas espirituais e não
apenas uma delas. Por Exemplo: se alguém usa a palavra de Deus, mas não
pratica a justiça ou, se tem fé, mas não fala a verdade, não poderá vencer.
Seria como usar a couraça, mas esquecer o capacete. O guerreiro ficaria
vulnerável a um ataque fatal. 
A oração é uma arma, mas, em muitos casos, não
substitui a ação. Davi sempre orava e louvava a Deus, como se vê nos
salmos, mas, naquele momento específico, ele precisava agir. 
Davi enfrentou Golias em nome do Senhor dos
exércitos. Ele colocou o nome de Deus em evidência e não o seu próprio nome.
Caso contrário, seria derrotado. Se dependermos no nosso próprio poder ou se
buscarmos a nossa própria glória, não venceremos. Em todas as nossas lutas,
devemos colocar o Senhor em primeiro lugar, no propósito de dar a ele toda
honra e todo o crédito pela vitória, pois somos apenas instrumentos do seu
poder. 
Davi não vacilou, não duvidou nem correu da
batalha. Enfrentou o gigante e deu-lhe uma pedrada certeira, derrubando-o por
terra. Nós também podemos derrubar os gigantes que nos ameaçam. Para isso,
precisamos crer e partir para o ataque. 
Golias pode ser comparado às hostes espirituais
do mal e também aos grandes desafios que surgem diante de nós. 
Aquele grande problema teve uma conseqüência
valiosa. A crise tornou-se a oportunidade que Davi teve para ser conhecido
por sua nação. Sem aquele episódio, ele continuaria sendo apenas mais um
súdito anônimo no reino de Saul. Matar o gigante foi seu primeiro passo público
em direção ao trono. 
Precisamos encarar de modo mais positivo as
tribulações e desafios que nos sobrevêm. Eles são nosso passaporte para
posições mais altas. O potencial que existe em nós, seja pelo aspecto humano e,
principalmente, pela ação do poder de Deus, só vai se manifestar diante das
adversidades da vida, e, quanto maiores, mais eficientes nesse sentido, desde
que tenhamos as atitudes corretas.
Precisamos identificar nossos gigantes e adotar
uma postura de fé e ação. Vamos contra eles em nome do Senhor Jesus, pois já
somos mais do que vencedores. 
 
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