Campo de Guerra Espiritual
Efésios 6.10-18
INTRODUÇÃO
Vida cristã não é colônia de férias, mas
campo de batalha. Quem não é um guerreiro é uma vítima. Nesta luta ninguém pode
ficar neutro. Trata-se de uma guerra espiritual.
Quanto a essa matéria há dois perigos, dois
extremos, ambos nocivos à vida da igreja:
a. SUBESTIMAR O INIMIGO
Hoje, muitas pessoas incautas negam a
existência do diabo, desconhecem seu poder, suas armas, seus agentes e suas
estratégias. Acham que o diabo é apenas uma energia negativa que está dentro do
próprio homem ou um ser místico que apenas existe na mente fraca daqueles que
não alcançaram a plena luz da razão.
b. SUPERESTIMAR O INIMIGO
Há aqueles que falam mais do diabo do que de
Deus. Falam tanto do seu poder, de suas armas e estratégias, que subestimam o
poder de Deus.
Dito isso, convém começar nossa exposição sabendo já duas coisas:
Dito isso, convém começar nossa exposição sabendo já duas coisas:
1. CONTRA QUEM É NOSSA LUTA
1.1. Quem não é o inimigo
Em primeiro lugar precisamos entender contra
quem não é a nossa luta. “A nossa luta não é contra a carne ou sangue” (Ef
6.12), ou seja, a nossa luta não é contra pessoas. Muitas vezes o povo de Deus
sofre terrivelmente por não entender contra quem está lutando. É um grande
perigo alguém detonar suas armas sem ter um alvo certo. Há muitos crentes que
estão entrando na batalha, mas estão ferindo os próprios irmãos.
1.2. Quem é o inimigo
Em segundo lugar, precisamos saber contra
quem é a nossa luta. Em Efésios 6.11 Paulo diz precisamos estar firmes contra
as ciladas do diabo. Ele é o nosso inimigo. Contra ele é que devemos lutar. A
Bíblia atribui diversos nomes a esse terrível ser totalmente corrompido e mau:
Satanás, diabo, Abadom, Apoliom, antiga serpente, dragão, assassino, pai da
mentira, tentador, maligno, acusador, adversário, deus deste século, príncipe
da potestade do ar, Belzebu, demônio, espírito imundo etc. Contudo, esse anjo
caído, já foi vencido e despojado por Cristo (Cl 2.12-15) e não tem poder para
destruir aqueles que estão em Deus (1 Jo 5.18).
2. AS ESTRATÉGIAS DO DIABO
Efésios 6.11 nos fala que o diabo usa
ciladas. Aqui precisamos entender algo muito importante: o diabo não precisa
usar cilada para quem já é dele. Vamos ilustrar. Há um quadro muito conhecido
que circula no meio evangélico como ornamento de templos, casas, chamado OS
DOIS CAMINHOS. Esse quadro retrata a realidade do céu e do inferno. O caminho
largo que conduz ao inferno e o caminho estreito que leva ao céu. Mas, esse
quadro, também apresenta uma heresia: ele mostra um grupo de pessoas que está
antes dos dois caminhos, ou seja, um grupo que não está nem no caminho largo
nem no estreito, como se fosse possível ficar neutro ou à parte desses dois
caminhos. Isso não é possível. Você está no caminho estreito ou no caminho
largo. Você está indo para o céu, ou para o inferno. Não
há meio-termo.
Quem não está debaixo do senhorio de Cristo,
está vivendo sob a potestade de Satanás. É isso que Paulo diz em Atos 26.18,
pois, converter-se é uma pessoa sair debaixo da potestade de Satanás para
sujeitar-se a Deus. O apóstolo ensina o mesmo em Colossenses 1.13, quando
afirma que a nossa salvação é como ser transportado do império das trevas para
o Reino da luz. Ninguém está equidistante desses dois caminhos. Sendo assim,
precisamos conhecer as principais estratégias que o inimigo, usa contra o povo
de Deus.
2.1. Servir a Deus sem sair do Egito
Um dos livros mais importantes sobre a
batalha espiritual é o livro de Êxodo. Nele encontramos as forças do mal
conspirando contra o povo de Deus. Faraó é um símbolo do nosso arqui-inimigo.
Quando Moisés foi a ele, pedindo-lhe que deixasse o povo ir, Faraó,
ardilosamente, usou de astúcia para reter o povo no Egito. A primeira proposta
que fez a Moisés foi para que o povo servisse a Deus no Egito mesmo (Êx 8.25).
Faraó queria que o povo servisse a Deus no cativeiro. Egito é símbolo do mundo
e da escravidão ao pecado. A proposta de Faraó era para que o povo conciliasse,
culto, adoração, serviço a Deus com a permanência no cativeiro, com a vida
acorrentada no pecado. A Bíblia diz que o amor do Pai não está naquele que ama
o mundo (1 Jo 2.15). Quem é amigo do mundo se constitui inimigo de Deus (Tg
4.4). A Palavra diz que não podemos conformar-nos com este mundo (Rm 12.1). Não
podemos servir a Deus sem romper com o mundo.
2.2. Saia do Egito, mas fique por perto
A outra proposta do Faraó a Moisés foi: Pode
levar o povo para servir a Deus, mas não vá muito longe (Êx 8.28). Essa cilada
é muito sutil e muito perigosa. Há muitos crentes debilitados, neutralizados e
infrutíferos, vitimados por essa armadilha do inferno. Pessoas que já saíram do
Egito, já romperam com a escravidão do pecado, já deixaram para trás os vícios,
já abandonaram toda sorte de cabresto, mas, em vez de fazerem um rompimento
radical, ficam curtindo um saudosismo da velha vida, flertando com o pecado,
namorando a tentação, vivendo em campo minado, nas regiões de perigo. São
crentes que têm medo de uma consagração profunda, são crentes que servem a
Deus, mas ainda não se libertaram totalmente dos encantos do Egito.
O diabo vai fazer de tudo para mantê-lo perto do Egito, mostrando-lhe todos os brilhos multicores e policromáticos do pecado. Ele vai encher os seus olhos com as atrações mais encantadoras. A única coisa que ele não lhe mostrará é o salário do pecado, a morte. Ele não quer vê-lo saindo do Egito com determinação para assumir um compromisso de andar com Deus em novidade de vida.
O diabo vai fazer de tudo para mantê-lo perto do Egito, mostrando-lhe todos os brilhos multicores e policromáticos do pecado. Ele vai encher os seus olhos com as atrações mais encantadoras. A única coisa que ele não lhe mostrará é o salário do pecado, a morte. Ele não quer vê-lo saindo do Egito com determinação para assumir um compromisso de andar com Deus em novidade de vida.
2.3. Saia do Egito, mas deixe os seus filhos
Noutra proposta feita a Moisés, Faraó até
permitiria que o povo saísse, desde que as crianças e os jovens ficassem no
Egito. Esse é um laço mortal para a família. O que o diabo quer é arrebentar
com a família. Ele é ladrão. Ele veio para roubar, matar e destruir. Ele quer
dividir a família, rasgá-la ao meio, gerando nela divisão, a contenda e o
conflito espiritual. A coisa que mais perturba o diabo é ver a família unida,
servindo a Deus. Ele não gosta de ver lares no altar de Deus. Ele emprega todos
os seus métodos todos e todos os seus esforços para atacar a unidade da
família. Veja essa cilada do diabo configurada na proposta de Faraó a Moisés em
Êxodo 10.10,11. Ele abre mão das pessoas maduras, vividas, desde que possa
investir nas crianças e nos jovens, retendo-os no Egito. É importante ressaltar
que esse laço tem mantido muitos crentes presos. Hoje há uma orquestração
concentrada na derrocada dos jovens e das crianças. O diabo emprega todas as
suas armas e utiliza todo o seu terrível arsenal para torpedear a família,
visando a atingir principalmente os jovens e as crianças O diabo é um
estelionatário. Ele oferece prazer, e dá desgosto. Ele promete diversão, e dá
frustração. Ele promete vida, e dá a morte. O lugar do jovem curtir a vida,
gozar a vida, não é no Egito, nem no mundo, mas no altar de Deus. Só na
presença de Deus há plenitude de alegria. Um dia nos átrios de Deus vale mais
do que mil dias nas tendas da perversidade.
2.4. Saia do Egito, mas deixe o dinheiro.
Quando Faraó percebeu a determinação de
Moisés de não deixar no Egito os jovens e as crianças, deu a sua última
cartada. Propôs a Moisés que o povo saísse do Egito, mas deixasse seus
rebanhos. Em outras palavras, Faraó estava dizendo: vocês servem a Deus, mas o
dinheiro de vocês serve ao Egito. Esse é um laço que tem derrubado muitos
crentes. Há crentes que converteram o coração, mas ainda não converteram o
bolso. Há crentes que tem o coração não nos tesouros do céu, onde os ladrões
não escavam nem roubam, mas nos tesouros da terra. Há crentes que põem o
coração nas riquezas, e não consagram seus bens a Deus e ao serviço dele. Pior
do que isso é o fato de muitos crentes, além de não colocarem seus bens no
altar, a serviço de Deus, ainda tomarem à força, acintosamente a parte que
pertence a Deus, sonegando os dízimos.
Moisés porém, não aceitou a exigência de
Faraó, pois tudo o que somos e temos precisa estar a serviço de Deus. Foi assim
que Moisés entendeu e foi assim que ele disse a Faraó: Nem uma unha ficará no
Egito (Êx 10.26). Para Moisés, servir a Deus exige um rompimento total com o
mundo. Não podemos deixar nada para trás. Não podemos servir a Deus com o
coração dividido. Nosso Deus merece o melhor. Merece tudo o que somos e temos.
Tudo deve estar no seu altar e no seu serviço.
CONCLUSÃO
O diabo não desiste de lutar. Ele é
perseverante no seu ataque e nos seus ardis. Foi assim com Jesus no deserto. O
diabo tentou durante quarenta dias, mas foi vencido por Cristo. Então o diabo
deixou até o momento oportuno (Lc 4.13). Jesus discerniu suas ciladas em todas
as situações e derrotou-o em todas as suas investidas.
Você não pode viver hoje com os triunfos da
vitória do passado. Ontem você colheu vitória, mas hoje, se não vigiar, pode
sofrer uma derrota humilhante. Davi matou um leão, triunfou sobre um urso,
matou um gigante, venceu exércitos, conquistou glórias e fama, porém, deixou de
vigiar um minuto e caiu vergonhosamente no pecado (2 Sm 11) O segredo da
liberdade é a constante vigilância. Nosso adversário não dorme nem tira férias.
Precisamos estar atentos a todo instante, pois a luta continua enquanto aqui
vivemos.
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