Mundanismo, a Lepra Espiritual!
Uma das tragédias da vida cristã é ver
aqueles que professam o nome de Cristo chafurdarem na imundície deste mundo e
depois tentarem "testemunhar" para ele!
É triste observar que, conforme a Época da
Graça se prolonga, o povo de Deus parece mais determinado do que nunca a adotar
as atitudes e ações do mundo. As modas vêm e vão, mas uma coisa continua
constante — cada uma delas consegue deixar sua marca indelével sobre certos
segmentos da cristandade. Para aqueles de nós que já acumularam certa "quilometragem",
vemos esse fenômeno a partir da perspectiva de ter passado por grande parte
dele. Eu realmente gostaria de poder expressar com palavras adequadas aos
jovens o quanto a sociedade mudou nos últimos quarenta ou cinqüenta anos. Isso
nos faz pensar em quanto mais o Senhor permitirá que esse processo continue
antes de vir buscar Sua igreja.
Como podemos esperar, a Palavra de Deus tem
muito a dizer sobre os assuntos mundanismo e separação. Com a ajuda de Deus,
gostaria de explorar ambos os tópicos em profundidade. Começaremos tentando
definir a palavra "mundanismo". É o substantivo do adjetivo
"mundano" e o Dicionário Aurélio define assim: "Vida mundana;
hábito daqueles que só procuram gozos materiais". A partir dessa definição,
vemos que não é absolutamente uma palavra que seria usada para descrever um
cristão. Ser mundano é aderir e seguir aquilo que caracteriza as atitudes e
ações das massas; dos incrédulos — aqueles que estão perdidos. Além disso,
precisamos compreender que é uma coisa extremamente fácil de fazer. Tudo o que
precisamos é "seguir as massas", seguir o caminho da mínima
resistência. A natureza humana nos predispõe para o mundanismo. Antes de sermos
salvos, o mundanismo era um modo de vida. Após a salvação, ganhamos uma nova
natureza, mas a velha natureza pecaminosa não foi erradicada. Por isso, estamos
em uma situação que garante uma vida de conflito contínuo!
Talvez você já tenha ouvido a história sobre
um velho chefe indígena que se converteu a Cristo. Certa vez, dois de seus
irmãos "caras pálidas" foram visitá-lo e um deles perguntou como
estava indo sua vida espiritual. O velho chefe respondeu que era como se ele
tivesse dois cachorros vivendo dentro dele — um branco e um preto e eles
brigavam constantemente! Após conversarem um pouco, um daqueles homens
perguntou: 'Afinal, quem ganha a luta?' A resposta do chefe foi clássica:
"Aquele que eu alimento mais." Embora seja uma ilustração simples,
ela nos dá um quadro vívido da batalha que ocorre todos os dias dentro de nós.
Se alimentarmos nossa nova natureza por meio do estudo da Palavra de Deus e da
oração, crescemos "na graça e no conhecimento do Senhor". No entanto,
se continuarmos a festejar "com as bolotas que os porcos comem", não
devemos esperar muito progresso na vida espiritual.
O apóstolo Paulo menciona essa luta em
Romanos 7:15-25. O que ele diz é vital para nossa compreensão do problema, de
modo que incluímos todo o texto aqui:
"Porque o que faço não o aprovo; pois o
que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não
quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que
faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na
minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não
consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não
quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o
pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o
bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei
de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu
entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a
Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo
à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado."
Essa luta interior, que Paulo descreve tão
bem, deve ser igual a que experimentamos. Sabemos o que é melhor, mas nem
sempre fazemos o que é melhor! Certo? Bem, preciso me apressar em dizer que só
porque essa é uma aflição comum, não quer dizer que tenhamos uma desculpa para
nossas ações. Permitir que ações e atitudes pecaminosas e mundanas continuem em
nossas vidas, sem serem enfrentadas, é convidar problemas maiores. O apóstolo
João nos admoesta em 1 João 2:15-17:
"Não ameis o mundo, nem o que no mundo
há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no
mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da
vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas
aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre."
Creio que cada um de nós pode ver nesses
versos que o amor ao mundo é um perigo muito real para o cristão. Nossa
natureza caída, que está conosco desde o nascimento, está naturalmente
inclinada e preparada para as atrações que nos rodeiam. Nunca antes em toda a
história humana isso foi mais problemático do que atualmente e está ficando
cada vez pior! Os historiadores dizem que uma das principais razões para a
queda do Império Romano foi que a maior parte da população desenvolveu um
apetite insaciável pelos prazeres e divertimentos. Enquanto as pessoas se
divertem, esquecem-se das coisas que realmente são importantes na vida. Esse
tipo de comportamento é uma forma de fuga, para não enfrentar as realidades da
vida diária. Como os cristãos não são imunes à doença do mundanismo, precisamos
reconhecê-la como sendo uma lepra espiritual e evitá-la. (A lepra,
freqüentemente mencionada na Bíblia, sempre é retratada como sendo típica do
pecado.)
Em toda a Bíblia, os cristãos são
constantemente exortados a buscar sabedoria — a pensar, a agir de uma maneira
responsável o tempo todo — para nosso próprio bem e para o bem dos outros. Uma
das tragédias da vida cristã é ver aqueles que professam o nome de Cristo
chafurdarem na imundície deste mundo e depois tentarem "testemunhar"
para ele! As atitudes falam mais alto que as palavras e cada um de nós precisa
entender que estamos em cena e nossas ações estão sendo observadas o tempo
todo. Depois que tomamos o primeiro passo de identificação com Cristo (o
batismo), tornamo-nos homens e mulheres, meninos e meninas marcados — pois o
mundo está apenas aguardando a primeira oportunidade para nos chamar de
hipócritas! Satanás é o deus deste mundo e tenta explorar cada deslize nosso.
Amar as atitudes e filosofias prevalecentes na nossa cultura é garantia de
ruína para nosso testemunho como filhos de Deus.
O que quero dizer com a palavra
"testemunho"? Houve uma época em que a terminologia da fé era tão
largamente compreendida que se podia assumir que todos a compreendessem, mas
esse não é o caso hoje. É por isto que normalmente procuro definir certos
termos. Seu testemunho cristão é similar à sua personalidade, pois é
"você" — o que você realmente é — como aparece aos outros em relação
à sua profissão de fé. Você pratica aquilo que prega? Se pratica, pode-se dizer
que mantém um bom testemunho de Cristo. Depois da salvação, o testemunho é o
que de mais valioso você tem. Portanto, mantenha-o limpo e não permita que a
sujeira deste mundo grude nele.
O melhor testemunho para Cristo é uma vida
que está cheia e que é controlada pelo Espírito Santo. Muitos cristãos têm hoje
a idéia errada que testemunhar consiste unicamente em "apresentar o
evangelho". Embora compreendamos e concordemos que o aspecto sobrenatural
da salvação definitivamente envolve a mensagem do evangelho, nosso testemunho
de modo algum é limitado a isso. Independente se você percebe isso ou não, a
maioria das pessoas presta muito mais atenção àquilo que você faz e como reage
do que com o que diz. Como diz o velho adágio, "Falar é fácil!"
Algumas pessoas que falam muito bem acabam ficando constrangidas após serem
desafiadas com o "mostre-me ou cale-se". A atitude que a maioria de
nós terá é: "Não fale somente, mostre-me também!" As ações falam
muito mais alto que as palavras. Quando vivenciamos aquilo que falamos, nossas
palavras terão uma força muito maior. Se as pessoas virem que somos genuínos e
que nossas vidas irradiam a realidade daquilo que professamos, estarão muito
mais abertas à mensagem que anunciamos. Os hipócritas são alvo de escárnio em
toda a parte e não é para se admirar! O mundanismo e a piedade são totalmente
incompatíveis — como óleo e água, que não se misturam. Mas, apesar das
admoestações da Bíblia sobre o mundanismo e suas conseqüências, muitos cristãos
insistem em tentar "ficar com as pernas uma de cada lado da cerca".
(Para aqueles que sempre viveram na área urbana, essa expressão pode não fazer
muito sentido — mas para aqueles que já tentaram saltar uma cerca de arame
farpado — certamente faz!) Tentar ficar com as pernas uma de cada lado, uma no
mundo e outra nos céus provavelmente o deixará com as calças rasgadas!
Outro modo de ilustrar o ponto é com uma
história sobre o Velho Oeste americano. Um homem proprietário de uma empresa
transportadora estava entrevistando os candidatos a condutores de diligências.
O trecho da estrada que ele selecionou para o teste estava em uma montanha que
tinha um barranco em uma das laterais, com uma queda de centenas de metros. As
instruções que ele dava a cada candidato eram simples: "Veja o quanto você
consegue chegar perto do barranco, mas sem cair!" Primeiro um, depois outro
candidato tentaram, levando os cavalos bem para perto do barranco. Finalmente,
quando um terceiro homem se apresentou e recebeu as instruções, ele disse:
"— O senhor está louco? Vou conduzir os cavalos pelo outro lado da
estrada, ficando longe do barranco!". "— O emprego é seu",
exclamou o chefe. O risco era grande demais e este é exatamente o ponto que
quero deixar claro sobre o envolvimento com o mundanismo. Se você parecer como
o mundo, agir como o mundo, e cheirar como o mundo — como o mundo verá a diferença
em você? Por que devemos achar que eles serão atraídos a Cristo por meio do
nosso testemunho quando parecemos ser virtualmente iguais a todas as outras
pessoas? Como diriam alguns garotos hoje: "E aí?"
Outro aspecto muito importante do nosso testemunho envolve a doutrina bíblica da separação. Creio com todo meu coração que essa é uma das menos compreendidas e menos ensinadas doutrinas na Palavra de Deus hoje. Quando é mencionada, é geralmente com generalidades e clichês, mas a Bíblia é tanto explícita e implícita com relação a esse ensino. É explícita porque o assunto é tratado claramente e é implícita porque está ele contido em princípio em toda ela. Vamos saltar para o meio desse assunto e ver se tocamos em alguns nervos expostos:
Outro aspecto muito importante do nosso testemunho envolve a doutrina bíblica da separação. Creio com todo meu coração que essa é uma das menos compreendidas e menos ensinadas doutrinas na Palavra de Deus hoje. Quando é mencionada, é geralmente com generalidades e clichês, mas a Bíblia é tanto explícita e implícita com relação a esse ensino. É explícita porque o assunto é tratado claramente e é implícita porque está ele contido em princípio em toda ela. Vamos saltar para o meio desse assunto e ver se tocamos em alguns nervos expostos:
Em 2 Coríntios 6:14-18, lemos:
"Não vos prendais a um jugo desigual com
os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão
tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte
tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos?
Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e
entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí
do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos
receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz
o Senhor Todo-Poderoso."
Paulo, escrevendo sob a influência e
inspiração do Espírito Santo, diz que precisamos nos separar dos incrédulos e
não nos envolvermos em alianças ou sociedades com eles. A palavra
"jugo" refere-se à canga, um implemento de madeira, utilizado para
prender uma junta de bois pelo pescoço e ligá-los à carroça ou ao arado. Se
alguém tentasse prender um boi com uma mula por meio do jugo, o resultado seria
desastroso, pois eles não trabalhariam bem em conjunto. Dois bois ou duas mulas
seriam bons, mas as diferenças de temperamento e de tamanho entre bois e mulas
não permite combinar os dois. O ponto aqui é que os crentes precisam evitar
qualquer situação em que fiquem em jugo desigual com um incrédulo. Isso inclui
exemplos como namoro, casamento, sociedades nos negócios, associações
voluntárias (clubes, etc.) por meio das quais aqueles que não têm os mesmos
valores espirituais possam exercer pressão sobre você. As amizades íntimas com
as pessoas erradas também devem ser evitadas.
Abordo este tópico com "temor e
tremor", pois sei, a partir de experiências dolorosas, que muitos crentes
reagem de maneira emocional ao que caracterizam como "legalismo". Em
primeiro lugar, não é legalismo, pois não estou tentando impor a lei do Antigo
Testamento sobre os cristãos. É uma proibição muito sã e sensata que objetiva
manter a pureza da nossa caminhada com Cristo. Ninguém consegue brincar com um
amontoado de carvão sem se sujar todo. É realmente simples assim. "Não
procure sarna para se coçar", diz o ditado. Logicamente, aqueles que já
estão casados com incrédulos, ou já comprometidos em relacionamentos que são
inevitáveis, não devem tornar uma situação má pior! Esse ensino objetiva
principalmente a prevenção, mas em alguns casos o incrédulo em questão está
arruinando a vida espiritual do cristão e, por essa razão, o relacionamento
deve ser rompido. Se você acha isso drástico demais, leia então o capítulo 10
de Esdras, e veja o que Deus exigiu dos sacerdotes e levitas que tinham
mulheres estrangeiras. Servimos ao mesmo Deus hoje! A separação é ensinada em
toda a Bíblia, do Gênesis até o Apocalipse, mas não é um assunto que as pessoas
gostem de ouvir.
Não somente devemos manter a separação
pessoal, mas também somos instruídos a manter a separação
"eclesiástica". Este é um ensino implícito e requer maturidade
espiritual para compreender toda sua implicação. A palavra grega ekklesia,
freqüentemente traduzida como "igreja", é a palavra-raiz de
"eclesiástica" — referindo-se às igrejas e/ou congregações. O que
significa manter separação eclesiástica? Detesto ser extremamente direto, mas
significa ficar longe de qualquer pessoa que afirme ser cristã, mas que obviamente
não adere aos ensinos de Cristo! A palavra de Deus nos recomenda não julgar os
outros — condená-los injustamente e lavrar sentença sobre eles da forma que um
juiz faz — mas também somos exortados a "provar (testar) todas as
coisas". Deus espera que mantenhamos nossa guarda espiritual e não
creiamos nas aparências. É claro que você sabe que nem tudo o que reluz é ouro.
As igrejas e os membros que envergonham os ensinos de Cristo e negam as
doutrinas essenciais da fé devem ser evitados. Afirmar ser um cristão só por
causa da participação em uma igreja é como afirmar ser um carro ficando em uma
garagem.
Estamos vivendo nos últimos dias da igreja e creio que o joio exceda grandemente o trigo. Muitos, se não todos, dos mais respeitados e renomados pregadores e evangelistas atuais estão flertando com a Igreja Católica Romana e com seu programa ecumênico mundial. A enganação demoníaca cresce a cada dia. Meu trabalho é dizer a verdade, não importando se isso o deixa contente ou não. Esse conceito de separação é um assunto importante e somente arranhei a superfície, por assim dizer. É de vital importância que o povo de Deus saiba e compreenda os princípios e preceitos da Sua Palavra, de modo que iremos, com a ajuda de Deus, continuar batendo nessas "vacas sagradas" para ajudá-lo a amadurecer na fé.
Estamos vivendo nos últimos dias da igreja e creio que o joio exceda grandemente o trigo. Muitos, se não todos, dos mais respeitados e renomados pregadores e evangelistas atuais estão flertando com a Igreja Católica Romana e com seu programa ecumênico mundial. A enganação demoníaca cresce a cada dia. Meu trabalho é dizer a verdade, não importando se isso o deixa contente ou não. Esse conceito de separação é um assunto importante e somente arranhei a superfície, por assim dizer. É de vital importância que o povo de Deus saiba e compreenda os princípios e preceitos da Sua Palavra, de modo que iremos, com a ajuda de Deus, continuar batendo nessas "vacas sagradas" para ajudá-lo a amadurecer na fé.
Finalmente, há um assunto de separação que
ainda causa furor em alguns círculos. Isso tem a ver com a questão se a Bíblia
ensina ou não a separação dos crentes genuínos. É uma questão emocional para
alguns, mas precisamos determinar primeiro e antes de tudo se tem base nas
Escrituras — e, em caso afirmativo, o que precisamos fazer para conformar
nossas vidas com esse ensino. Novamente, quero lembrá-lo da terrível visão que
Deus tem do pecado. Ele odeia o pecado com todo Seu ser e para nos redimir das
garras do pecado deu Seu Filho unigênito. Não existe "pecado pequeno"
— um conceito de origem humana no qual temos tendência para acreditar. Deus
quer que fiquemos longe do pecado, de todas as formas de pecado, e qualquer
ensino que enfatize esse princípio precisa ser considerado, gostemos dele ou
não. Este é o caso que está diante de nós. Há um tempo em que devemos nos
distanciar de outros crentes? Francamente, a maioria dos pregadores
conservadores e fundamentalistas provavelmente vai gritar: "Nunca!"
Creio que eles estão enganados e espero poder mostrar por que estão enganados.
A unidade entre os irmãos é algo que precisa ser preservada, se possível — mas
existem momentos em que as atitudes pecaminosas por parte de alguns indivíduos
requer ação rápida e decisiva do corpo de Cristo.
Em 1 Coríntios 5, temos uma situação em que
um dos irmãos estava vivendo em clara imoralidade com sua madrasta.
Aparentemente, o homem era rico e influente na comunidade e, por causa do seu
nível social, a igreja "estava vendo o outro lado". Quando Paulo
soube do assunto, escreveu a epístola para instruí-los a corrigir o problema.
No verso 13, ele ordena que o homem seja excluído da igreja. "Mas pastor
Ron, isso não é ser excessivamente severo?" Algumas vezes, medidas
drásticas são necessárias para corrigir aquilo que é visto como de pequena
importância. A imoralidade entre os irmãos na igreja não pode ser tolerada.
Ponto final! Quando uma pessoa é tratada da forma como o próprio Senhor especificou
em Mateus 18:15-17, e não ouve ao ensino e as admoestações da igreja, precisa
então ser excluída da comunhão. Observe que o verso 17 diz: "... se
recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano."
Os três passos para lidar com o pecado
evidente são: (1) admoestação em particular — de irmão para irmão; (2)
admoestação testemunhada por mais um ou dois irmãos; e (3) admoestação pela
igreja toda reunida. Se a pessoa não ouvir a admoestação da igreja, então
deverá ser desligada do rol de membros e tratada como fosse um incrédulo
(alguém ainda perdido em seus pecados). Espera-se que esse passo drástico nunca
precise ser dado, mas se for necessário, precisamos orar para que o indivíduo
(se verdadeiramente salvo) fique envergonhado, arrependa-se e busque o perdão e
reconciliação com a igreja. Graças a Deus, o homem em Corinto veio a se
arrepender e foi reconduzido à comunhão com a igreja.
Para enfatizar o ponto que a separação é
necessária nesse tipo de situação, veja novamente 1 Coríntios 5:9 em diante:
"Já por carta vos tenho escrito, que não
vos associeis com os que se prostituem; isto não quer dizer absolutamente com
os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os
idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos
escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou
avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem
ainda comais."
Isso deve deixar claro que devemos evitar os
irmãos professos sob certas condições. O "porquê" desse evitar é
deixado claro em 2 Tessalonicenses. No capítulo 3, versos 6, 14 e 15 lemos:
(Verso 6): "Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu."
(Versos 14 e 15): "Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão."
(Verso 6): "Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo o irmão que anda desordenadamente, e não segundo a tradição que de nós recebeu."
(Versos 14 e 15): "Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com ele, para que se envergonhe. Todavia não o tenhais como inimigo, mas admoestai-o como irmão."
Aqueles que discordam desse ensino —
insistindo que a unidade precisa ser mantida a todo o custo — fazem isso,
creio, a despeito da clareza do texto. A maioria dos que têm essa posição
insiste que o ensino (2 Tessalonicenses 3) é pertinente àquela situação
somente. Em outras palavras, Paulo está admoestando algumas daquelas pessoas
porque acreditavam que o arrebatamento ocorreria a qualquer momento e tinham
abandonado seus empregos, vendido suas propriedades e estavam sentadas,
ociosas, só aguardando! Elas se recusavam a fazer qualquer trabalho para se
manter e tinham se tornado um peso para a igreja. Embora seja verdade que Paulo
esteja falando sobre uma situação particular, seu ensino em 1 Coríntios deve
deixar claro que o princípio é o mesmo. Os pecados específicos são totalmente
diferentes, mas são pecados também! O senso comum diz que Deus odeia o pecado e
está ordenando que nos separemos dele — mesmo se isso significar evitar alguns
irmãos. Observe as razões para essa atitude — a separação — é que o irmão
malfeitor possa se envergonhar. A idéia é tentar levá-lo ao arrependimento e
fazê-lo voltar para o caminho certo. Se não formos cuidadosos, podemos concluir
erroneamente que aquele que pratica a separação está exibindo uma atitude
"sou mais santo do que você". Embora isso sempre seja uma
possibilidade, simplesmente porque pode ser visto assim, não significa que
devamos desconsiderar o ensino. Isso seria como jogar fora o bebê junto com a
água da banheira!
O próximo passo lógico de separação é também
muito controverso. E o irmão que se recusar a dar ouvidos a esse ensino e
continuar a se associar com aqueles que deveriam ser evitados? Chamo sua
atenção de volta ao verso 14 do nosso último texto: "Mas, se alguém não
obedecer à nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos mistureis com
ele, para que se envergonhe." Certamente devemos ver que a eficácia do
ensino dependerá do grau em que for praticado. Caso alguém na igreja ignore a
admoestação de Paulo, o efeito desejado de fazer o membro malfeitor sentir-se
envergonhado é diminuído. Evitar aqueles que ignoram esse ensino — aqueles que
continuam a se associar e ter comunhão com indivíduos que, por suas atitudes e
ações, merecem ser postos para escanteio — é chamado de "separação em
segundo grau". O argumento deles é: "Onde você traça a linha?"
"Voltamos ao 'terceiro grau' e 'quarto grau', etc.?" Esse tipo de
raciocínio é infantil, pois obscurece a questão recorrendo a extremos
ridículos. Obviamente, sempre haverá um ponto de "retornos
decrescentes" — além do que seria inútil continuar a separação. No
entanto, para ser fiel ao intento original das instruções de Paulo, precisamos
nos forçar a encarar o fato que os irmãos podem se desviar, e isso acontece. É papel
do cristão maduro reconhecer a importância de manter a pureza no andar; uma
separação de todo o pecado e obediência ao ensino bíblico.
Mencionei anteriormente um desejo de poder
comunicar aos cristãos mais jovens as vastas mudanças na sociedade que
ocorreram durante os últimos quarenta ou cinqüenta anos. Essas mudanças, com a
degradação resultante dos valores espirituais, são de partir o coração.
Para tornar as coisas ainda piores, os
valores daqueles tempos antigos já não eram nada de que se possa orgulhar!
Santidade e piedade pessoal são termos praticamente extintos — remanescentes
arcaicos de uma época que já passou. A história praticamente já deu uma volta
completa no círculo e voltamos à condição descrita nos livros do Antigo
Testamento, Deuteronômio 12:8 e Juízes 17:6 e 21:25: "Cada um fazia o que
parecia bem aos seus olhos." A Bíblia — a literal Palavra de Deus — é
ignorada pela maioria daqueles para a qual foi dada como padrão absoluto de fé
e de prática. Como resultado direto disso, a igreja perdeu a capacidade de ser
o sal da terra e a sociedade está nos últimos estágios da podridão moral. O que
podemos fazer? A não ser que o Senhor decida operar um milagre de não pouca
magnitude, a situação não será corrigida. No entanto, como diz aquele antigo
hino: "Brilha no meio do teu viver!" Não importa se o resto do mundo
esteja determinado a seguir no caminho errado; cada um de nós deve fazer o
melhor que puder para caminhar na luz da Palavra de Deus e buscar a
santificação. Todos estaremos diante do Tribunal de Cristo, como indivíduos,
para prestar contas pelas obras feitas no corpo. Nosso galardão eterno será
determinado pela nossa obediência aos mandamentos do Senhor.
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